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" [...] entretanto, uma ida a bragança (apresentar o seu livro) para falar numa escola, sem que sequer as portagens lhe paguem, o autor tem dois alunos à espera, ambos sob coacção do professor de português. nessa noite embebeda-se. na manhã seguinte, conclui que afinal continua a ser um zé ninguém. à tarde, passa pelo quiosque, para apostar no euromilhões.
é deprimente. sabem porque é que eu sei? porque já fiz essas figuras quase todas. entretanto porém, aprendi uma coisa: um livro não é sagrado - e não será ele a resgatar-me aos meus inúmeros fracassos.
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desde então, vivo melhor. [...]"
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Joel Neto, Revista N.S. nº 50613 (integrante J.N.) 27/10/2007
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suponho que os fracassos são forças perturbadores em demasia para assumirmos as nossas virtudes. eu por mim exalto as do joel neto. ele escreve com a displicência de quem sabe o que quer dizer. e não teme os desvarios da sociedade lisboeta (proto-intelectual) atulada em preconceitos de superioridade. por isso se calhar não tem mãos de "deuses" que o elevem ao estatuto que merece.
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