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terça-feira, 17 de novembro de 2009

a ver se me faço entender

[1784]

o título do último livro de mia couto não é JERUSALÉM. é JESUSALÉM. é mais um trocadilho, tá?
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abraço
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terça-feira, 3 de novembro de 2009

ana de amsterdão

[1777]

há uns blogs muito curiosos. este é um deles que vocês devem (ou deviam?) conhecer. ana de amsterdam arrepende-se (e quem ainda não se arrependeu do impulso de comprar um livro levado pela onda publicitária?) do livro ter caído ao acaso na sua bolsa, livro esse que agora também se me dá a conhecer. a saber,
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ricardo adolfo
"Depois de morrer aconteceram-me muitas coisas"
editora: objectiva

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aqui a entrevista ao ípsilon.
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agora, se era para te arrependeres na página 5, podias ter lido aqui (e vocês também, acaso vos interesse). sempre se poupava algum...tempo.
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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

pouco importante

[1743]

para além dos novos livros à espera de outubro para serem lançados, o CAIM do saramago, o novo do josé luís peixoto (há muito anunciado pelo próprio como o seu melhor livro),
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para mais se informam ainda os interessados que, após ter terminado o seu blog [estado civil] no início do ano, pedro mexia voltou à carga com um novo projecto, a lei seca, devidamente lincado na barra ao lado.
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por agora não tenho mais nada de importante a revelar, a não ser que o jantar dos companheiros de escola foi muito reconfortante e agradável, como bem descreve a nossa amiga su.
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quarta-feira, 1 de abril de 2009

weltliteratur *

[1623]

janeiro
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1 # o principezinho, st. exupéry, edições presença
2 # diáro de um mau ano, j. m. coetzee, dom quixote
3 # myra, maria velho da costa, caminho
4 # anáfora, ana salomé, publicações pena perfeita
5 # aonde o vento me levar, manuel jorge marmelo, campo das letras
6 # poemas leya, oferta da edição nº 1000 do jornal de letras
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fevereiro
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7 # o animal moribundo, philip roth, dom quixote
8 # a mancha humana, philip roth, dom quixote
9 # travessia de verão, truman capote, dom quixote
10 # carta ao pai, franz kafka, edição diário de notícias/quasi
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março
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11 # amar não acaba, frederico louenço, livros cotovia
12 # memórias póstumas de brás cubas, machado de assis, lello editores
13 # dom casmurro, machado de assis, biblioteca visão
14 # 17ª edição (conto), angela dahl
15 # entre chipiona e tarifa, jorge fallorca, teorema
16 # marcas de urze, catarina costa, cosmorama
17 # odes, ana salomé, publicações canto escuro
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* título da exposição que esteve patente na fundação calouste gulbenkian (significa "exposição para se ler") e teve como figura principal fernando pessoa.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

weltliteratur *

[1534]

janeiro
.
1 # o principezinho, st. exupéry, edições presença
2 # diáro de um mau ano, j. m. coetzee, dom quixote
3 # myra, maria velho da costa, caminho
4 # anáfora, ana salomé, publicações pena perfeita
5 # aonde o vento me levar, manuel jorge marmelo, campo das letras
6 # poemas leya, oferta da edição nº 1000 do jornal de letras
.
fevereiro
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7 # o animal moribundo, philip roth, dom quixote
.
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* título da exposição que esteve patente na fundação calouste gulbenkian (significa "exposição para se ler") e teve como figura principal fernando pessoa.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

do 2008 que termina

[1437]

torna-se necessário fechar as contas. do ano que passou falta referenciar algumas obras que li, também para que o blog seja um auxiliar de memória daqui a uns anos para mim.
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20 # mapa de manuel a. domingos (livro do dia)
21 # efeito borboleta e outras histórias de josé mário silva (oficina do livro)
22 # a arte de ser português de teixeira de pascoaes (biblioteca editores independentes)
23 # desgraça de j. m. coetzee (biblioteca sábado)
24 # histórias do bom deus de rainer maria rilke (edições quasi)
25 # cartas a um jovem poeta de rainer maria rilke (edições quasi)
26 # as cantinas e outros poemas do alcool e do mar de malcolm lowry (assírio e alvim)
27 # baía dos tigres de pedro rosa mendes (publicações dom quixote) ler a minha análise
28 # ficções de jorge luís borges (colecção mil folhas)
29 # de haver relento de andreia c. faria (cosmorama)
30 # dominga de agustina bessa luís (cosmorama)
31 # a viagem do elefante de josé saramago (caminho) ler a minha análise
32 # nenhum olhar de josé luís peixoto (bertrand)
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em leitura pendente que transita,
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folclore íntimo de valter hugo mãe (cosmorama)
marcas de urze de catarina costa (cosmorama)
a faca não corta o fogo de herberto hélder (assírio e alvim)
carta ao pai de franz kafka (quasi edições)
poemário 2008 (assírio e alvim)
os maias de eça de queirós
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realço ainda o regresso da revista ler com o francisco josé viegas ao leme, passando a publicação mensal.
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o resto estava por aí escrito. venham mais uns meses de 2009 para continuar a ler o que há, e se escreve, de bom em portugal.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

o estranho caso do que se escondeu durante anos

[1213]

carrego quase 700 páginas da mais pura prosa portuguesa. durante anos acreditei ser impossível ler este romance. apesar de já ter lido eça de queiroz, (o crime do padre amaro, e o primo basílio) achava que os maias seriam um tarefa difícil. esta obra foi uma das que tinha desistido na página 50 (a par do memorial do convento - esta também acabei por ler mais tarde) e permanecia como uma muralha intransponível.
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por agora saboreio a escrita, depois tratarei de tornar o eça num dos escritores dos quais poderei dizer que li a obra toda. se souberam quem edita a obra completa do eça, agradeço que me deixem na caixa dos comentários.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

o apocalipse dos trabalhadores

[1205]



quem ler esta obra não passará a conhecer bragança, nem mais pormenores do interior de portugal, dos que não sejam já sobejamente conhecidos, mas poderá contudo provar um sabor mais requintado e eloquente desta gente, “porque isto aqui não é nada […] não vai ser terra de negócio para ninguém. vai ser um campo vazio a arder no verão e a congelar no inverno, e quem cá viver será só vítima de um dia atrás do outro e nada mais.” (pp. 180)

o enredo centra-se mais na vida difícil dos que sem empregos estáveis, e dos que com trabalho muito precário e muito mal pago, levam uma vida de desenrasque constante. a maria da graça, personagem principal , leva uma vida de mulher-a-dias, na casa de um rico senhor ferreira, que paga um ordenado miserável. certo é que o homem passa o dia em casa e em variadas ocasiões o sexo entre os dois é tema mais que estranho, dada a inconstância da reacção de maria da graça, ora consente o acto, ora se recrimina pela traição ao marido augusto que vive em alto mar.

a quitéria, segunda mulher-a-dias, é também peculiar pela idade avançada e por ser descrita como mulher desembaraçada no que toca a amantes. o andriy, seu novo namorado, é o personagem romeno que completa o cenário, entrelaçando a difícil vida dos romenos com a sua imigração em busca de um país que os fará ricos, com a realidade transmontana. as dificuldades levam à conclusão que “o melhor era beber a cada noite o suficiente para deixar de pensar nisso. não pensas, não falas, não queres falar […] é importante perder a lucidez para não existir a necessidade de se ser compreendido, […] viu-se como um competente administrador das suas penas, pondo-lhes fim, uma a uma, com força de ferro.” (pp. 55)

há dois aspectos de salientar na construção do cenário, um deles ressalta à vista por descrever de forma muito kafkiana (na vertente metamorfose), a forma como o pai do senhor ferreira se arrasta pelo chão como uma tartaruga – depois de uma queda que o paralisou – realçando o pormenor estético duro da imagem transmitida. o segundo aspecto é a constante descrição dos sonhos de maria da graça tentando entrar no céu, que apesar de peculiar, dá-nos uma visão dantesca do que poderemos chamar purgatório.

o refinar da qualidade do sarcasmo e principalmente da ironia, mostra que neste livro houve um esforço em tentar pintar de uma forma mais leve os cenários da vida difícil que os personagens são obrigados a enfrentar, sobressaindo principalmente na descrição dos velórios em que as duas mulheres vão ganhar dinheiro fazendo de carpideiras. há certos momentos hilariantes em que ao imperar o medo o autor alivia o suspense pela conversa das duas amigas “chiu. ouviste. não. pareceu-me ouvir qualquer coisa. quem dera seja um homem e nos viole. cala-te és tão estúpida. e tu pior, que te apaixonas pelo estupor de um velho que te come com um dedo mindimo e cheira mal.” (pp.33)

parece diferir em muito da forma como foi construído “o remorso de baltasar serapião”(2006) e “o nosso reino” (2004), estes sim muito próximos nos cenários um pouco carregados do fabuloso e do imaginário. neste caso a vida acontece tal como ela é, onde sobressai a permanente luta entre o que se pode compreender ser o amor, e o que se vive na prática. há sempre presente a ideia de que os personagens são românticos e sonhadores, aspirando a uma vida amorosa perfeita, contrastando com os seus inconsequentes actos dominados pela vontade sexual. atente-se nas duas citações seguintes: “encheu o peito de tanta coisa que poderia ter respondido de mil maneiras, boas ou más, tão diferentes e todas tão importantes. parou os olhos no ar expectante do desconhecido e respondeu, não me interessa o amor, isso é coisa de gente desocupada que não tem o que fazer.” (pp.29) desdenha-se o amor, para logo a seguir comprar esta imagem, “pois, coitada, morrer de amor á espera. isso de esperar é que me dói. morrer de amor tem de ser no acto, isso, sim, é morrer de felicidade. agora morrer à espera é do pior.” (pp.34)

gosto também de realçar a forma muito pessoal de encarar a religião do autor, porque em muitos aspectos parece um católico, que não sendo ateu, nem propriamente um agnóstico, delimita a força de chegar a deus ao homem e à sua vontade própria de se comunicar com ele, “é o que devia ser uma religião, apenas isso, uma profunda e tão intuitiva paixão pela vida.” (pp. 59)

todo o resto da obra saltita entre vários cenários - com a facilidade típica do autor em relacionar espaços sem cortes bruscos - e os pensamentos interiores dos personagens, tantas vezes levando a uma quase cerimónia esgotante dos limites do bom senso e da força dos actores, não sendo de estranhar assim o desfecho do livro, “mas as coisas pareciam destruir-se, a partir da sua cabeça, sem dúvida, como se entrasse inevitavelmente numa depressão. como se fosse entrando, vendo a boca dentada da depressão, e não conseguisse recuar, alegrar, enfim, o seu espírito.” (pp. 127)
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a luta está ali, os dois gumes da faca em contenda, como se a esperança revivesse no suor da amargura “quando bebeu o primeiro gole de vinho julgou que a vida, se fosse justa, poderia ser feita daquilo e de mais nada. ao inventar as coisas, quem inventara, deveria ter-se ficado por aquilo, um vinho, uma amizade sincera, o calor magnífico do fim da tarde, a paisagem mais bela de todas. era tão fácil inventar só aquilo e só com aquilo garantir com segurança que a todas as pessoas do mundo inteiro seriam felizes.” (pp.146)
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percebemos que o futuro pode sempre ser melhor e conceder-nos um espaço mais preenchido das coisas que escrevemos serem boas. “um dia o futuro vai estar sobrelotado, e não vai haver ninguém para saber da minha história, se trabalhei ou roubei, se amei ou odiei, e eu não quero ser rigorosamente nada senão uma réstia de felicidade” (pp.177) e haverá algo mais importante na vida?

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o apocalipse dos trabalhadores [8/10]
valter hugo mãe, quidnovi - 2008

APRESENTAÇÃO NA FNAC BRAGA - QUARTA-FEIRA, 10 de SETEMBRO

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

novidades na literatura portuguesa

[1189]

uma das novidades mais interessantes para este ano, é a publicação de um novo livro de poesia de herberto hélder. a notícia foi roubada do blog [bibliotecário de babel]. a nova edição será na assírio e alvim e terá como título, A Faca não Corta o Fogo – súmula & inédita.
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no mesmo blog, e depois de ser conhecido que saramago havia terminado o seu mais recente romance, a viagem do elefante, foi dado a conhecer o primeiro capítulo do livro.
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começa assim,
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"Não há vento, porém a névoa parece mover-se em lentos turbilhões como se o próprio bóreas, em pessoa, a estivesse soprando desde o mais recôndito norte e dos gelos eternos. O que não está bem, confessemo-lo, é que, em situação tão delicada como esta, alguém se tenha posto aqui a puxar o lustro à prosa para sacar alguns reflexos poéticos sem pinta de originalidade. A esta hora os companheiros da caravana já deram com certeza pela falta do ausente, dois deles declararam-se voluntários para voltar atrás e salvar o desditoso náufrago, e isso seria muito de agradecer se não fosse a fama de poltrão que o iria acompanhar para o resto da vida, Imaginem, diria a voz pública, o tipo ali sentado, à espera de que aparecesse alguém a salvá-lo, há gente que não tem vergonha nenhuma. " [continuação]

terça-feira, 22 de julho de 2008

acidentes oculares preciosos

[1138]


parece que a viagem começa a fazer um certo sentido. parece que regressei a um passado onde me encontro pacificado. onde finalmente revejo a minha imagem na liberdade. talvez não se complete de um dia para o outro, mas seja um caminho desenhado com linhas seguras e decididas.

petiscos da caminhada - (ou o post que se poderia chamar: um três, um quatro e um cinco)

o homem sentimental, javier marías (***)


“Nestas páginas que fui enchendo […] reconheço uma voz fria e invulnerável, como a dos pessimistas, que do mesmo modo que não vêem nenhuma razão para viver também não vêem nenhuma para se matarem ou morrerem, nenhuma para terem medo, nenhuma para esperarem, nenhuma para pensarem; e no entanto não fazem senão estas três coisas: ter medo, esperar, pensar, pensar constantemente. […] Pensava tanto que cheguei a fazer das muinhas poucas conversas, […] um mero prolongamento verbal do meu pensamento a sós; pensava tanto nessa altura que cheguei a fartar-me de mim mesmo.”

pp.49

“Este estado típico de adolescente e dos apaixonados recentes, tem as suas exigências, e uma delas, […] é o estabelecimento imediato de uma rotina o mais férrea possível, que não abra espaço ao desconcerto da improvisação nem permita catastróficos vazios que ponham em causa essa incorporação e dêem que pensar […] “

pp.49


crónica de uma morte anunciada, gabriel garcia marquez (****)

“Foi ela quem estoirou com a virgindade da nossa geração. ensinou-nos muito mais do que devíamos aprender, mas ensinou-nos acima de tudo que nenhum lugar da vida é mais triste que uma cama vazia.”

pp.97/98

”As luzes estavam apagadas, mas assim que entrei senti o cheiro de mulher morna e vi os olhos de leoparda insone na escuridão, e depois não voltei a saber de mim até os sinos começarem a tocar.”

pp.102

a desgraça, j. m. coetzee (*****)



“ A vida no campo sempre teve a ver com vizinhos a maquinar uns contra os outros, desejando pestes unas aos outros, desejando colheitas pobres uns aos outros, desejando a ruína financeira uns aos outros, mas, em momento de crise, sempre prontos a ajudarem-se mutuamente. […]”

pp.107

“ Aquele sentimento volta a apoderar-se dele: falta de vontade, indiferença, mas também uma sensação de leveza, como se tivesse sido comido por dentro e apenas sobrasse a carcaça carcomida do seu coração. Como pode, pensa consigo mesmo, um homem neste estado encontrar palavras?”

pp. 141

“Faz uma pausa. Isaacs olha-o com uma atenção penetrante.
- Então - diz Issacs, suavemente, e a palavra desprende-se-lhe dos lábios como um suspiro: - assim caíram os grandes!
[…]
- Talvez seja bom – diz – sofrer uma queda de vez em quando. Desde que não nos quebremos.”

pp. 150

por vezes é melhor não tecer comentários sobre os livros. e desta vez o melhor é aproveitar as palavras de quem os escreveu.

terça-feira, 17 de junho de 2008

às duas por três

[1061]

costumava dizer que tinha 3 depressões em casa. 2 pequenas que guardava nas gavetas, e uma maior que ficava guardada no gavetão da cómoda. por muito que se torne evidente a necessidade de as dispensar, até agora só despachei uma. guardo ainda duas. a minha mãe pergunta-me muitas vezes o que aqueles trapos fazem ali se nunca os uso. a minha mãe não sabe que há coisas que não se mostram. visto aqueles casacos de malha grossa em dias de silêncio. ou de solidão.
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a solidão, pode até ser amparada e compensada pelo aconchego de uma depressão. se precisamos do espaço livre e arejado, o melhor é aceitarmos o peso daqueles trapos. pode ser recompensador.
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mas o que me leva a escrever um post daqueles que ninguém lê, é o atraso a que tenho votado a minha actualização cultural. refiro-me aos posts bonitos e atempados sobre os filmes, sobre os livros ou revistas.
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(o valter que me desculpe o atraso. mas a verdade é que continuo à espera da resposta da editora sobre o dia do lançamento do livro. por isso, e á falta de data mais prescisa, anuncio aqui também, e com muito gosto, a capa do novo livro do escritor que transformou a língua portuguesa num tornado. em julho poderemos adquirir esta preciosidade,


e os livros que li e que ainda não falei, são os seguintes,


o nosso reino, valter hugo mãe (****)

o maravilhoso aliado ao espírito negro da parte humana, um romance enquadrado em qualquer lugar perdido, com referencias a um portugal próximo do 25 de abril. o homem mais triste do mundo, o benjamim (suponho eu) vive numa aldeia que insiste em admirar os seus domínios das forças ocultas. é um santo que assite aos rituais e crenças profundas da ignorância do povo, que lhe pede milagres.
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outra boa surpresa, o primeiro que li do gonçalo m. tavares,


jerusalém, gonçalo m. tavares (****)

um história desenrolada na cidade santa, com uma mulher cujo fim da vida se aproxima, dado conhecer a sua doença terminal. vamos avançando na narrativa até perceber o caminho percorrido por esta mulher louca, a sua passagem pelo manicómio, o casamento com o médico, o filho, a saída, o fim, o fim e o fim, até o milagre acontecer, a a morte não chegar de forma nenhuma.

outra das maravilhas que comprei na assírio e alvim, foi este monumento poético,

o poeta nu, jorge de sousa braga (*****)
"Nada nos seus olhos nos revela
o prazer que fruíram há instantes
Apenas a relva conserva todo o esplendor
dos corpos nus dos amantes"
pp. 160
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há depois a renovada revista ler que devem dar uma espreitadela pois está muito bem conseguida e os dois números renovados começaram com duas enormes entrevistas a saramago e antónio lobo antunes. a não perder.
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termino com dois filmes muito bons,
indiana jones, (***)
haverá sangue (***)
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este último um pouco abaixo das espectativas, sendo que me é muito difícil considerar esta película melhor filme que no country for old men.
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bom, aqui termina o minha diatribe, e o meu problema psicológico abrandou. de certo só vou vestir a depressão lá para quinta-feira, quando a selecção jogar. e aqui termina a minha hora de almoço, vou ter de correr para comer qualquer coisa.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

dia mundial do livro

[922]

no dia mundial do livro, encomendei duas obras que estavam na minha lista,
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1 - o homem sentimental (prosa) javier marias (o espanhol derrotado por agualusa no prémio independent 2007, com aquele livrinho em baixo).
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2 - as cantinas e outros poemas do álcool e do mar (poesia) malcolm lowry (uma americano errante, muito pareceido a charles bukowsky, com a sua obra a versar sobre a sua vida noctívaga)
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ler é um prazer. e enquanto o dinheiro der para isto, irei investir nas obras que valem a pena ser lidas.

terça-feira, 22 de abril de 2008

[920]

o vendedor de passados (*****)

sexta-feira, 11 de abril de 2008

uma designação em palavra simples

[880]
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divertidíssimo
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(***)
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arrojado
.
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(****)
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abstracto
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(***)
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a nova poesia já está em parte na mesa de cabeceira. só faltam mais dois livros pilares da arte poética.

segunda-feira, 31 de março de 2008

a poesia nos recantos de braga

[842]

na fnac de braga, comemorou-se o dia mundial da poesia com a presença de jorge reis sá, editor da quasi.
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com pouca gente e ainda por cima com pouca vontade de falar, deve ter sido uma tarefa um bocado penosa, embora ele deva estar habituado a este ipo de eventos. falou de poesia, da edição de poesia, e porque eu também tinha curiosisade, falou de mais assuntos relaccionados com as edições de livros. teve a amabilidade de me oferecer o seu livro,

assim sendo, deixo este post de agradecimento. biologia do homem (***)
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"porque procuro no poema final e definitivo a face de Deus,
todos os versos que escrevi me hão-de condenar ao inferno." pp.59

terça-feira, 11 de março de 2008

o dicionário escrito em prosa

[794]

este é o segundo livro do autor que leio. o anterior, fantasia para dois coronéis e uma piscina, foi uma surpresa, e de uma dificuldade extrema a leitura. a sua forma de escrever, muito meticulosa, com adejctivação permanente, com vocábulos quase esquecidos do dicionário, torna a leitura dura, mas enriquecedora, pelo facto de nos obrigar a investidas no livro grande das palavras.
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esta obra, com passagens igualmente seleccionadas, escritas com todo o cuidado, o que se percebe facilmente pela leitura, é bastante diferente da anterior, embora o estilo esteja todo lá. a necessidade de recorrer ao dicionário é menos permanente, e a própria obra menos evasiva, ou mais concisa, torna-se de leitura mais agradável. mário de carvalho, escritor com uma vasta obra publicada, e com prémios diversos, é sem dúvida uma das melhores penas deste país de escritores.
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mário de carvalho, a sala magenta (****)

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à vossa atenção portanto mais uma publicação. uma história em que o seu personagem se apercebe da falta de sentido de tudo o que fez na vida, polvilhada de pormenores dos seus romances e falhas. deixarei algumas citações mais tarde.

quinta-feira, 6 de março de 2008

a segunda oportunidade

[784]
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o grande escritor americano, da escrita que agradou às massas, a mim pouco me alterou. eu tenho uma opinião pouco favorável. ou eu criei a expectativas muito altas, ou então, sou eu que me tornei demasiado exigente.

nesta obra, o livro das ilusões (***) onde mais uma vez há uma história tipicamente urbana e americana, torna-se um pouco fastidiosa a leitura, mormente o enredo seja muitas vezes mirabolante, as passagens e os pormenores onde o escritor se detém, não fazem o meu género.

a segunda oportunidade, depois de a noite do oráculo, foi um elixir mais para o seu final, quando o autor resume dentro livro, a estória do filme que tivemos oportunidade de assistir há pouco tempo em portugal. the inner life of martin frost está plasmado na parte final do livro. e assim foi com algum sabor a cereja que terminei a obra. deixo portanto aberta a possibilidade de uma terceira oportunidade.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

o maneta e a revolução

[632]

ir pró maneta, vasco pulido valente, pp. 112, aletheia (***)
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há dias sentei-me na fnac, peguei no livro e comecei a ler. é pequeno e não vale os 17 euros. quer dizer valer, vale. eu é que não posso gastar esse dinheiro todo, em tudo o que mexa e tenha letras.
vai daí, lembrei-me de ler ali sentado no café. e fui lendo, lendo, parando para apreciar um pouco a qualidade da escrita, os pormenores hstóricos e comecei a olhar a luta contra a invasão francesa com os olhos de ver. não fazia amínima ideia de como tínhamos conseguido derrotar, expulsar e humilhar um dos melhores exércitos de sempre.


bom, a bem da verdade, o que toda a gente fica a pensar é, quem será o maneta. ora bem. o maneta era um dos generais comandados de Junot (o comandante), chamava-se louis henri loison. e a certa altura foi um dos mais bárbaros, devido às constantes baixas do exército francês.

graças a uma inesperada resistência do povo português, que, mais a norte, consegui ir expulsando o exército para lisboa ( onde foi cercado e se rendeu mais tarde) com uma guerrilha muito organizada pelas aldeias, e mesmo sem grandes armas, os focos eram dispersos o que confundiu a tropa francesa.

para finalizar, 3 estrelas para o livro de vasco pulido valente.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

noites sem sexo são perfeitas também *

[624]

estava deitado há uns sete dias seguidos. doí-me o corpo da posição. sem água nem pão. sem sossego, ou apenas e só a solidão. era um quarto igual aos outros do fundo do corredor. tinha as luzes da noite a entrar de mansinho pela persiana. iluminava mais ainda, com uma luz entrecortada, o grande sofá do canto. eu de ouvidos postos no rádio ouvia tudo o que passava nas emissoras. mesmo as mais estranhas. e depois de sete dias seguidos a ouvir o mais esquisito dos sons emanados em ondas hertzianas, surgiu na busca automática o francisco josé viegas a aconselhar livros, a discutir em amena cavaqueira, as vertentes da escrita.
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foi um resto de noite mais calma. mais agradável.
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quando saí comprei o longe de manaus. é um agradável (diferente) livro policial. e agora, para vocês, a recitação do poema na apresentação do livro na casa fernando pessoa em lisboa.




* título do poema de francisco josé viegas, do livro se me comovesse o amor, quasi edições

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

espaços vazios

[622]

antes de um jantar dos que nos deixam com vontade de comer o resto da noite toda, peguei num livro da estante e relaxei. ora, a verdade que nos assalta aos olhos, mesmo que por vezes nem nos apercebamos disso, é que temos livros muito bons para serem folheados. mesmo que um pouco moribundos na estante.
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o caso do livro da antologia poética de álvaro de campos, que eu peguei e li na diagonal, deixou-me a impressão de que existem palavras escondidas de cada vez que lemos alguma coisa. neste caso, saltaram-me à vista algumas frases que não poderia deixar de partilhar. pela sua simplicidade.
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"[...] porque a recompensa de não existir, é estar sempre presente.[...]"
"[...] ouço a alegria, amo-a, não participo não a posso ter [...]"
"[...] vou atirar uma bomba ao destino[...]"
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é claro que depois do belo jantar nada melhor que um bom café.
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e depois um banho de relaxamento total. e um pouco de angustia. duas ou três frases escritas. uma série de médicas que nos diz uma outra frase magnífica,
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" so, here's a truh about the truth, it hurts...that's why we lie."
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quando acaba a anatomia da vida no ecrã, mergulhamos um pouco nas imagens criadas pelos escritores. eles querem deixar-nos viajar pelo mundo dos abstractos perfeitos. e por vezes permitem-se a perfeições. e deixam-nos adormecer mais felizes. ou acordar com mais dores de cabeça, com tanta verdade metida olhos dentro.

p.s. tive muita pena de não estar presenta na apresentação do último livro de poemas de francisco josé viegas, na fnac. pena, pena, pena ...