sábado, 29 de novembro de 2008

fontes de inspiração

[1373]

a coluna social. a visão de um poeta que ninguém lembra que vive do mesmo ar que nós. a palavra noutro blog em, fontes de inspiração.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

profilaxia

[1372]

ora meus caros, em chegado o final da semana e dada a minha disponibilidade mental para voltar a escrever, queria começar por vos pedir que oiçam este andamento enquanto esperam que eu disserte sobre qualquer coisa. se é que realmente irão esperar. importa pois que estejam muito à vontade e, se não quiserem ler, pelo menos não perderam o tempo todo.
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certas semanas servem para aliviar desnecessárias pressões que imponho a mim mesmo. é o ritmo que necessito para me sentir vivo, mas em determinadas alturas é urgente abrandar.
sem desvirtuar a necessidade da filosofia na nossa vida, é preciso reconhecer que, regra geral, as coisas são até bastante simples. nós, que permanentemente nos fazemos acompanhar de um complicómetro, é que devemos observar o quadro paisagístico da nossa vida ao longe. a distância permite perceber as falhas, as debilidades e os erros. se não assumirmos e encararmos isso naturalmente, dificilmente daremos o passo necessário.
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depois há alegrias incomensuráveis. as que pela sua força se tornam desmedidas. se virem este vídeo, rapidamente perceberão que tipo de sensações experimentei depois do filme que mais aguardei neste outono. o meu êxtase está muito próximo do descrito por saramago. é muito bom terminar o filme e o livro e perceber que isto é uma obra prima, que algo de tão grande só pode ser imaginado, criado, engrandecido, manipulado e tornado estupidamente perfeito, por um grande escritor. e saramago é enorme. (sim. podem argumentar o que quiserem, lobo antunes e o resto dos escritores portugueses todos, que respeito muito - e leio muito em detrimento dos estrangeiros. sim podem argumentar o que quiserem. eu sei do que falo. aliás eu só falo do que sei - aproveito para começar o leilão do último livro do lobo antunes, envio a quem licitar ao melhor preço, ou dou a quem provar gostar muito)
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e assim o tempo, frio por sinal (ontem no estádio municipal de braga estava um frio que nem vos conto) passa mais consentâneo com as exigências naturais que fazemos à vida. e porque dizes isso homem justo, honesto, coerente e imparcial - pergunta a voz interior deste senhor? (sim, só pode ser a dele porque eu não tenho) digo isto porque a profilaxia (cá está a justificação do título) que adoptei é feita à base de barbitúricos literários e placebos poéticos.
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reconverto-me muitas vezes em militante acérrimo de teorias milagrosas. como se a planta imaginada (panaceia) existisse no meu quintal. admito também uma certa incoerência da natureza que me é difícil de suportar. as coisas que não existem, não podem ser cobiçadas. ao mesmo tempo que aquelas que existem, mas não as conhecemos, também não podem ser admiradas. pois eu que me admiro na tenacidade ideológica retiro-me do campo onde se movimenta o xadrez para não sucumbir a um qualquer xeque-mate psicológico. vai daí cerro fileiras em busca da paz inerente ao meu estilo próprio. não se trata de egoísmo, mas antes de um encapotado altruísmo.
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é um procurar não existir grandioso
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depois desprogramo os indícios de contaminação do fim-de-semana. administro a dose necessária de amnésia e volto ao início dos dias dos desejos sabotados pela imaginação.
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(muito sub-repticiamente volto a aconselhar um texto que merece a vossa atenção. diz coisas como esta "a minha escrita é um rumor da tua ausência" ou "e passo os dias neste processo de fingimento reduzindo-te a palavras")
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acaba por ser um contra-senso estar um texto todo a expurgar o mal menor do mundo, e terminar com estas palavras citadas. a intenção era somente mostrar-vos o que eu vou lendo, já que não vejo muita televisão e não posso opinar sobre os atentados recentes. lamentável. eu e os atentados somos lamentos vomitados ao mundo por um deus que vai jogando à roleta com as nossas vidas. felizmente vivo cada vez mais fora deste mundo. ainda agora estava a pensar que hoje e amanhã há promoções sérias e importantes. descontos para todos os melómanos prosaicos.
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de uma forma genérica resultou o esforço. eu debito palavras que vão do desconexo ao estapafúrdio. perco-me em caminhos desnecessários e à vezes exagero na diminuição da capacidade de surpresa. consigo desembaraçar-me de emaranhados de ideias entediantes que me assolam e liberto-me sem esforço do que considero ser uma espécie de pensamentos de minúcia eclética. o que resulta tantas vezes em tiradas ou aforismos de um certo brilho estético. (agora não me ocorre nada. mas aconselho esta frase de um blog que cito recorrentemente [vontade indómita])
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" [...] Por tudo isto, deveriam ensinar na escola: milagres só na Bíblia. E poupavam a todos os futuros adultos muito, muito trabalho. "

terça-feira, 25 de novembro de 2008

o gaijo nunca mais morre!

A "guerra-fria" acabou e o mundo já não assiste impávido ao digladiar entre duas superpotências. O mundo está diferente e o eixo do mal já não pode ser apontado com a anterior clareza maniqueista.
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Este pequena introdução (ao bom estilo Nuno Rogeiriano) serve de prolegómeno (ao bom estilo Pacheco Pereiriiano, ou seja, de pedantismo bazofeiro) a algumas considerações sobre o último filme do James Bond, estapafurdiamente designado de "Quantum of Solace". Sim, o mundo ansiava pela minha opinião sobre o último filme do espião mais conhecido do mundo ao serviço de sua majestade. Por isso (quer gostem ou não!) ai vai amiginhos:
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Para começar, o genérico e em relação ao dueto entre Alicia Keys e Jack White, apenas boas referências. Vultos de gajas nuas q.b. e umas quantas silhuetas tipicamente filme noir, mistério e suspense. Enfim, nada de novo mas também nada de que destoe numa franchise com mais de quarenta anos, que se construiu à custa de certos pormenores repetitivos mas que ajudaram a criar uma mitologia própria.
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O vilão, é uma espécie de Sarkozy com muito mau feitio. Por outras palavras um representante de uma poderosa corporação com interesses pouco altruistas (para não estragar a surpresa) que não sabe andar à porrada e que arrasta a sua interpretação/mais cómica do que própriamente ameaçadora à custa de uma expressão facial (brrrrrrrrrrrr, que medo!) perturbante. Saúde-se de pela primeira vez o vilão do filme não ter um maxilar de metal, três mamilos (sim, ainda hoje tenho pesadelos com o Sir Christopher Lee a abrir a camisa num provador da Zara) um gato, mãos falsas, uma pala ou qualquer outra prótese ou apêndice. O que se entende, porque depois do Austin Powers o filão de pequenas bizarrias físicas em vilões tornou-se...cómico.
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O James Bond. Bem, depois de sean Connery (que ao inicio também não havia satisfeito o autor da saga, Sir Ian Flemming) é preciso ter coragem, para assumir um papel outrora entregue a figuras de tão elevado quilate cinematográfico, como George Lazenby ou até mesmo Timothy Dalton (para quem não os conhece, são uma espécie de Paulo Pires australiano e galês respectivamente).
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Daniel Craig, é um Bond anglo-germânico, frio, insensível, violento, perigoso, sádico com uma pitadinha de sarcasmo e ironia tão tipicamente britânica. No entanto preserva a masculinidade necessária a um autêntico sedutor assassino "larger then life" e dispensa as paneleirices das "gadgets" que outrora pululavam os filmes anteriores (nunca gostei de ver o John Cleese a demonstrar ao James Bond o poder do "dentrífico assassino", ou das cuecas com câmara de filmar, já agora porque não o "telémovel pistola" ou uma "metrlhadora télemovel").
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As Bond Girls, boas! Agora a sério (porque já não vivemos nos anos sessenta) boas e...inteligentes!
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Em conclusão, vou dar umas consistentes três estrelas pelo bom entretenimento. Como aspectos positivos, o argumento (que conclui o arco narrativo iniciado em Casino Royale) escrito por Paul Haggis (um dos mais prestigiados argumentistas/realizadores da actualidade) a acção (que preserva a nostalgia da série mas actualizando-a para a violência menos estilizada dos nossos dias) e a mudança de rumo que a série pretende levar (tornando-a mais séria/realista) mas por outro lado subtraindo-lhe a faceta que (nos) apaixonou gerações, uma espécie de joie de vivre frivola e superficial à base de Martinis, carros rápidos, mulheres bonitas e lugares exóticos.
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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

auto-objurgação [11]

[1370]

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(valia a pena relembrar estas palavras escritas há um ano. agora sim termina a vossa tortura)

auto-objurgação [10]

[1369]

porque não me apetece escrever mais nada esta semana (por falta de motivo), deixo-vos a última da saga da auto-flagelação. é como diz a minha amiga, um dia vou-me rir disto tudo. mas hoje não é o dia.
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sindroma da má disposição de segunda feira.

Hoje impliquei com o café que me serviram ao almoço. Porque se faz acompanhar o café em grande parte das vezes, de um rebuçado do mesmo sabor?

para um belo dia assim terminar?!...


e esta a linha a seguir?!...


será esta a janela?!


auto-objurgação [9]

[1364]

no campo da batalha que se torna o amor, o discurso feminino assume traços estratégicos pouco decifráveis. é uma espécie de semiótica feminina. há sinais evidentes que nos mostram a necessidade de conhecer por dentro a arte de guerra. há nelas um certo discurso encriptado (por necessidade táctica de defesa).
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a desconstrução do enigma passa pelo domínio da hermenêutica da suspeita. é que se a felicidade está a um pequeno passo, a desgraça está a uma distância ainda menor.

auto-objurgação [8]

[1363]

o amor é uma guerra fratricída em que a tarefa mais difícil é a desminagem da estrada principal do coração.
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auto-objurgação [7]

[1362]

" Quero que saibas
uma coisa.
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Tu sabes como é:
se contemplo
a lua de cristal, os ramos rubros
do outono lento da minha janela,
se toco
ao pé do lume
a impalpável cinza
ou o corpo enrugado da lenha,
tudo a ti me conduz,
como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fossem pequenos barcos que navegam
em direcção às tuas ilhas que me esperam.
[...]
Se consideras longo e louco
o vento de bandeiras
que percorre a minha vida
e decidires
deixar-me à margem
do coração em que tenho raízes,
pensa
que nesse dia,
nessa hora,
levantarei os braços
e as minhas raízes irão
procurar outra terra.
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Mas se em cada dia,
em cada hora,
sentes que a mim estás destinada
com doçura implacável.
Se em cada dia em teus lábios
nasce uma flor que me procura,
ai, meu amor, ai, minha,
todo esse fogo em mim se renova,
em mim nada se apaga nem se esquece,
o meu amor do teu amor se nutre, amada,
e enquanto viveres continuará nos teus braços
sem abandonar os meus."
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Pablo Neruda
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roubado daqui

domingo, 23 de novembro de 2008

auto-objurgação [6]

[1361]
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tantas palavras para dizer que me reprimo na via que uso para ser feliz. não é no fim em si que ela se encontra, mas no meio para lá chegar. e todos os meios justificam este fim.
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sábado, 22 de novembro de 2008

auto-objurgação [5]

[1360]

também me sinto menor ao escrever estas crónicas semanais. é como dizia o mec,
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"É ultradeprimente estares sempre a ler coisas muito melhores do que alguma vez vais conseguir escrever."
(vide a mesma e repetidas vezes citada revista ler, pp. 36)

Olha aí um grande filme!

O Eu, a arte e o tempo. A relação entre estes três aspectos da nossa existência tratada com extrema simplicidade numa comédia simplesmente brilhante.

Para quem acha a filosofia uma trêta e continua pouco motivado para o filme, posso-lhes garantir, no mínimo, umas 10 gajas nuas (no filme, claro!), o que não estraga o nível do filme. É uma nudez explícita, sem censura, mas com classe!

Let's look at the "treila"

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

crime ou castigo

[1358]

simples como o sol que semeia amarelo nos campos de milho em setembro. depois deste vídeo vou,
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"[...] voltar ao mundo
após uma curta eternidade, já sereno
voltar de novo ao mundo [...]"
via [nu singular]

auto-objurgação [4]

[1357]

se te deprimes, por manifesta falha química do hipotálamo, ou simplesmente porque não ingeres suficientes doses activas de serotonina, é porque vês a vida como a elis regina, na sua música sou caipira

" [...] descasei, joguei, investi, desisti. se há sorte, eu não sei, nunca vi [...]"

(um portento diga-se). mas não julguem que o chocolate - todo ele pejado da milagrosa substância- trará o segredo e a solução. pode até ser contraproducente (alarga as ancas, se bem me entendem as mulheres).

auto-objurgação [3]

[1356]
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há uma flor num canto deste país que me prendeu aos seus encantos. depois de a apanhar, caminhei vezes incalculáveis a arrancar uma a uma as suas pétalas. desmistifiquei a crença infantil de que o bem-me-quer acaba sempre nas nossas mãos.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

auto-objurgação [2]

[1355]
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costumo dizer que vivo sem expectativas. é um mecanismo virtual que fui aperfeiçoando com os anos. foi fruto de vicissitudes várias, umas naturais e aceitáveis (à luz desta mesma perspectiva actual), outras mais fictícias, arrastasdas para as nossas vidas de forma voluntária. por sinal é fácil aprender com a experiência quando criamos formas de nos defendermos da dependência de excitação e vitórias.
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corremos o risco desnecessário de nos tornarmos despegados do sabor da alegria desmesurada (e é tão bom sentir isso), mas também nos desprendemos de disabores dispensáveis. com o passar do tempo, o sistema torna-se um vício - e nisso eu sou um às - de tal forma que inadvertidamente te enredas nos meandros do sistema criado por ti.
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podes mesmo perder a noção de que há sinais evidentes que mostram o domínio do sistema sobre ti. o mecanismo endémico, quase como um sistema imunológico anti-felicidade, vai dominando a percepção que tens de ti mesmo.
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quando deveríamos estar a festejar uma vitória, sentimo-nos impelidos a conter essa emoção. como se prevíssemos que a lei de murphy actuará a qualquer altura sobre nós. perdemos o momento. e ele nunca mais volta.
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agora que analiso esta minha teoria (aplicável apenas e só a mim) admito que de certa forma não é mau ter este sistema activo. é que num passado recente, admitir que o futuro iria melhorar a olhos vistos - como se fosse possível existir uma panaceia para isto -, correu muito mal. amanhã o lugar comum será o da catarse. e prometi um presente a mim mesmo, serenar debaixo do sol de inverno. e até os pombos dos clérigos me farão feliz. palavra de honra.
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(ressalvo que, apesar da promessa, a lei supra citada continuará a existir, embora eu me tenha concentrado noutra, mais especificamente nesta, sendo que compreenderão que um dia o acontecimento tentado acontecerá. veremos qual das leis é mais forte.)

Tudo tão perto

Hoje de madrugada estivemos perto de vencer o Brasil. Estivemos a 90 minutos. Não fosse o descalabro dos 81 minutos restantes da partida e teríamos ganho à "canarinha".
Assisti apenas a 30 minutos do jogo, não posso afirmar se jogamos mal, muito mal ou pessimamente! No entanto, as vozes indignadas que vociferavam "cobras e lagartos" sobre jogadores e treinador, que ecoavam na normalmente pacata pastelaria onde tomo o meu café matinal, faziam-me acreditar que uma vez mais a equipa de todos nós tinha sido uma desilusão.
Mas as conversas não versavam apenas sobre futebol e num diálogo bem mais tranquilo, um casal dissertava sobre os reais problemas dos Portugueses. Num tom de voz que transmitia segurança, o senhor X afiançava à sua companheira estar em posse da solução para a crise.
- Eu se fosse o Primeiro-Ministro tinha solução para esta crise! - afirmou.
Afinei de imediato os receptores auditivos, sim, porque afinal a solução para a crise não é o remédio que todos desejamos obter? E estava ali tão perto.
- Tens? Como? Que fazias? - perguntou curiosa a senhora Y.
- Tenho! É tão simples! - e olhando para o relógio prossegui - Marcava uma reunião com os Ministros todos para as 10 horas...
E naquele preciso instante em que ia ser divulgada a resolução da crise, surgiu a empregada de mesa, que deixando cair sobre a mesa os cêntimos restantes, interrompeu a reunião preparatória do Conselho de Ministros que se avizinhava... Os dois levantaram-se e com eles levaram a solução da crise. E não é que ela esteve ali tão perto!
As conversas sobre o futebol continuaram e ao que parece a crise também!!!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

auto-objurgação

[1353]

é um dia que depois do outro se revela insensato. é a difícil tarefa de gerir uma torrente inexaurível. como se afastar a vontade do meu corpo permita à mente respirar um ar saudável. recorro a essa forma fictícia de criar um mundo em que me afirmo como indiferente. é o palco em que a vida nos obriga a representar.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O meu mal é ter uma curiosidade de puta...

Comecemos pela citação supracitada, pertence ao mais sardónico e provocador escritor da actualidade (Miguel Esteves Cardoso) que deu ultimamente duas preciosas entrevistas (Vide revista Ler nº74 e revista Sábado nº235) e eis algumas das suas frases lapidares:
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Sobre Saramago:
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Acho os livros de Saramago mal escritos, no sentido de serem convencidos da sua própria grandeza. É uma éspecie de declaração ao mundo. A importância dos livros só se verifica muito tempo depois.
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Sobre os romances best-seller de Miguel Sousa Tavares:
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Não li (...) Não vou ler. As coisas que tenho para ler são tantas que não tenho tempo nem paciência para ler ficção portuguesa. Para além disso, não quero ler porque me vai chatear.
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Sobre os escritores ensombrados pelos defeitos e vícios da humanidade (Gunter Grass e o seu fascínio pueril sobre o totalitarismo ou Milan Kundera como potencial covarde delator):
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Isso é uma vertente humana (...) Mas isso, por amor de Deus, não tem nada a ver com a obra. A obra é uma coisa que fica. Se tirarmos os filhos da puta da literatura e da pintura ficamos com nada. Se se tirarem os bêbados fica-se com zero. Se deixarmos só os livros feitos por pessoas que se portavam bem, tratavam bem a mulher, eram bons amigos e pagavam as contas a horas, ficamos só com merda.
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Sobre o seu novo período (de absentismo alcoólico e de substâncias psicotrópicas) mais saudável :
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Eu hoje não tomo nada. Nem para dormir. Para mim, deitar-me à noite sem comprimidos era impensável. Parecendo que não, é um bocado javardice tu deitares-te à noite sem comprimidos. Pareces uma besta sadia. Pareço um matarruano. Eu agora durmo e sabe-me bem.
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Sobre Ricardo Araújo Pereira:
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É o cronista mais talentoso da sua geração. Ele é escritor, um actor e um pensador.



O amor, a Pátria, a amizade, o sangue, o pão. É nestas coisas que acredito. Isto é mesmo verdade.
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(Miguel Esteves Cardoso, As Minhas Aventuras na República Portuguesa)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

requiem a uma alma

[1351]

quem procura a fé
através da ciência,
escolhe o caminho mais difícil.
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mas
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em não sendo o único válido,
é por certo o mais
recompens(a)dor.

Propaganda?

O Segredo (afinal era este)!


A Democracia dos Números

Quando a governação de um país se baseia no bem estar das estatísticas e não das pessoas, o ser humano transforma-se num número, condenado a ser apenas isso, um mero caracter no teclado dos computadores do sistema burocrático.

Assim:

As escolas são apresentadas como grandes centros tecnológicos, somando todos os computadores e quadros interactivos de todas as escolas temos um grande número de meios tecnológicos por escola. Fantástico. Na realidade há escolas que têm computadores e quadros em excesso e outras que não têm nenhum. Mas a estatística é que vale.

As taxas de reprovação no ensino em Portugal são cada vez menores. Fantástico. Na realidade é cada vez mais difícil chumbar um aluno por falta de aproveitamento ou até por indisciplina. Este governo prepara-se para acabar com os chumbos, pelo menos até ao 9º ano. Daqui a uns anos, quando estes meninos que passam sempre, mesmo sem saberem nada, chegarem à idade adulta, teremos uma população "altamente especializada". Bom, terão canudos na mão mas quanto ao resto... Mas a estatística vai dizer que em Portugal o ensino está a fazer um excelente trabalho.

Os professores com menos de cinco anos de serviço terão de fazer uma prova a eliminar quem não passa. A universidade atestou a nossa competência ao dar-nos um curso, muitos de nós passaram no estágio, o que constitui mais um atestado de competência. Mas não chega. A prova é a eliminar, o que significa que muitos poderão ficar para sempre inibidos de dar aulas e por isso deixam de contar para o número de professores desempregados. Lá está a estatística daqui a uns anos a dizer que vivemos no paraíso. Acabou o desemprego entre os professores.

Afinal para que serve este tipo de estatística. PROPAGANDA meus amigos, e assim o Sr. Engenheiro vai tapando os olhos da maioria com areia, tanta areia que até parece que é todos os dias segunda-feira de manhã.

Não escrevo PROPAGANDA com o R ao contrário mas bem o poderia fazer. É que isto cheira-me a qualquer coisa...

domingo, 16 de novembro de 2008

Luis Franco Bastos

Este é que vai ser um verdadeiro artista...

http://www.youtube.com/watch?v=lbmqGmqmF1s&feature=related

(vale a pena!)

sábado, 15 de novembro de 2008

a midnight valium for a good night sleep * [2]

[1346]

não é que seja propriamente uma " [...] espelunca favorita de jazz no harlem [...]". é um espaço mais rural, sem luzes carregadas com neons garridos, sem a azáfama da big city, sem os delírios da cidade que nunca dorme. é mais pessoal o atendimento. há clientes que se conhecem há muitos anos, noctívagos de traços influenciados por noites perdidas na crença de encontrar um momento sublime de improviso. é a minha noite de jazz.
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até pelos traços da arquitectura se nota que o ambiente jazzistico vem de dentro para fora. só o som pode ornamentar esta casa com o requinte necessário ao ambiente equilibrado para a música. as bebidas são modestas - etilicamente falando - licores ou vinhos clássicos. só uma bebida tem um sombrero e do resto não sobra mais que atenções voltadas ao palco.
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desde que se proibiu o tabaco que os ambientes se tornaram mais respiráveis, os espaços menos carregados e a música começa a fluir mais naturalmente. são horas seguidas de improvisações de guitarras, solos de bateria do mais velho, rasgos de palmas aos milagres da destreza manual. e o público pede mais, vai cantando seguindo o apelo do cantor, vai-se impacientando esperando por mais um passo de mágica, como se o soul, jazz ou blues, se tornassem num hino de libertação. por entre as conversas das mesas entreabre-se a satisfação, há sorrisos animados, um casal ao canto mais recatado, e os mais velhos absorvem o ambiente como se para eles o tempo fosse mais urgente, como se para eles os dias de animação fossem uma emergência.
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aos poucos a noite fria vai quebrando a gente ao espaço. a hora avança e a partir daqui todos se atrevem a arriscar umas notas. a minha vez chega para cantar uma versão jazz de chico fininho. garanto-vos que se entranha em nós a melodia e vamos seguindo por intuição a tonalidade.
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é a minha homenagem ao chiquinho da bateria. é o velho que se entretém por aqui por paixão à música. é um baterista firme com parkinson.

a midnight valium for a good night sleep *

[1345]
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marco certos
dias
no calendário para registar
que foram
dias
exactamente iguais
a tantos outros
.
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* sutítulo do blog [vontade indómita]

a cónica da semana

[1344]

os encantos da literatura de viagem. a não perder esta semana a crónica nas fontes de inspiração, do blog dos costume, o fontes do ídolo.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Os Contemporâneos

Ontem vi um sketch como não via há muito, não quer dizer que não se tenham feito ultimamente bons sketches, mas o de ontem deixou-me a chorar a rir.

Ainda não o encontrei no youtube para aqui o colocar, deve estar disponível lá mais para domingo ou segunda.

Imaginem uma Feira do Erotismo bem portuguesa. Era a Feira Folcloerótica, uma mistura de Folclore e Erotismo, de morrer a rir. Adorei a parte dos "Dildeiros de Miranda".

Acho que repete no sábado ou domingo à noite. De qualquer forma vou ver se coloco aqui logo que possível. Está de mêdo!

Espontaneidade

Quem andará, afinal, a orquestar manifestações dos alunos contra a Ministra da Educação e os seus Secetrários de estado???
O Secretário de Estado tem a certeza que alguém está por de trás destas manifestações. Só não sabe quem é!!!
Quem fizer chegar informações relevantes a este respeito será recompensado com um Magalhães. Se for professor receberá um BOM na avaliação.

Mini Drunfes

Toda esta agitação com as possíveis greves e manifestações de estudantes, deu para me lembrar dos tempos em que os camurcinas por lá andavam. E, como consequência, lembrei-me destes artistas que vale sempre a pena lembrar e homenagear. Pelos grandes momentos de pagode que nos proporcionaram. Ainda há entre nós quem tenha o cd.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

ponha aqui o seu pezinho [13]

Photobucket

(re)citações

[1339]

do comum dos mortais
.
certas coisas
.
certas coisas que nós suportamos
não nos dizem respeito,
e nós lidamos com elas
devido ao tédio ou ao medo ou ao dinheiro
ou à pouca inteligência;
a nossa vontade e a nossa esperança
cada vez mais pequenas, [...]

.
charles bukowski
versões de manuel a. domingos
do blog [o amor é um cão do inferno]

(re)citações

[1338]

dos amantes

o início
.
quando as mulheres deixarem
de levar espelhos
para todos os lados
talvez nessa altura
elas possam falar comigo
sobre
libertação.

.
charles bukowski
versões de manuel a. domingos
do blog [o amor é um cão do inferno]

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Bolsa de valores

O dólar cai ou não cai?




ponha aqui o seu pezinho [12]

[1336]

ruas oblíquas, desníveis inquebráveis, pendentes de escoamento rasgadas na rocha, água que tarda em cair do céu, núvens desenhadas a carvão, e azul. muito azul esparramado a pincel, em rasgo de inspiração na planície invertida. não é o pintor que tem arte mas antes a natureza que se excede de vontade.
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(declino o convite do mar. não volto a sofrer da sua fúria)
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percorro a marginal observando as palmeiras. e as cores das flores. os olhos encontaram descanso lírico no jogo visual proporcionado pelo contágio do pólen. acredito na mão suprema, na protecção da intempérie que segura a beleza das plantas. arrisco dizer que me canso de tanta formosa criação. sento-me a reverenciar o extracto de paraíso que se poisou nesta terra. e a sublimar o perfume das flores. relembro a música,
.
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e canto. porque me recordo dos cheiros retemperantes da loucura temporária, dos olhos parados em suspensão observativa, da contemplação das marés calmas e da espuma do mar que vai esverdiando as rochas dos molhes artificiais.
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(duas crianças brincam em frente ao mar)
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faço o rescaldo dos dias amenos. talvez amanhã o tempo piore e resfrie. acalme. e eu amanhã me deite de novo ao vento da prosa, procurando pescar as palavras soltas do rio que agora começa a chegar à cidade. é sinal de chuva no norte da ilha.
amanhã chega cá.
.
e se a chuva assenta o pó, também derrama cheiro a terra molhada. bálsamo bendito a esta terra quis deus dar.

ponha aqui o seu pezinho [11]

Photobucket

Alterações Climáticas!


Depois de um Verão atípico onde a chuva foi uma constante a imagem fala por si. Estamos no Outono, alguém vende castanhas em frente a uma praia onde há gente a tomar banhos de Sol. O calendário marcava 9 de Novembro.

Ainda sobre o fim de semana

Os bares são como a Filosofia. Difíceis de definir. Afinal o que é que define um bar, qual a sua essência. As respostas serão muitas e divergentes.

No caso deste fico-me pelo campo das aparências contrariando toda a tradição filosófica. Ainda era cedo e não pude entrar, por isso, é difícil fazer outro comentário qualquer sem conhecer o interior da questão, clientes incluídos. Numa próxima oportunidade talvez entre. Para já ficam as fotos exteriores, eu sabia que havia de existir um bar com este nome algures e dedicado a uma temática tão azeiteira como o tuning.


O mural com o Honda Civic constitui uma verdadeira osmose (toma S.G. também sei dizer). O casamento de uma técnica comuna (pintar murais) com um tema capitalista (o culto do automóvel desportivo).

E agora meus senhores, os petiscos, as especialidades...

Se o bar fosse meu a máquina dos finos teria forma de bomba de gasolina. A ver vamos se assim é. Um dia destes quando lá voltar.

Dov`e il trucco


terça-feira, 11 de novembro de 2008

JVCD

Olá amiginhos, já tinham saudades de um bom filme de porrada, daqueles, repletos de patadas rotativas (em câmara lenta é claro!) socos e murros nas trombas, diálogos a transpirar litros de testosterona e imbecilidade (não necessariamente por esta ordem) e muitos tiros e explosões?

Pois é, eu não. Mas para aqueles que tem uma ligeira simpatia pela tragédia e horror humano, não vão ter que esperar muito, porque estão prestes a estrear novas peliculas de dois dos mais proficuos heróis de bilheteira do "cinema macho internacional". Os reis da vingança gratuita, os paladinos das cargas de porrada e ossos partidos.

Depois de mais de uma década de criostase, retraídos à insignificância de filmes chunga nas matines de um qualquer Gold Center, eis que das mandíbulas do monstro cruel e antropófago de Rôlliwoodi (com o sotaque do netinho é sempre mais engraçado!) saem os novos filmes de Van Damme (artista de verdadeiros prodigios capilares) e Mickey Rourke (actor talentoso mas traido por um feitio irascivel e ...extravagantemente excêntrico!) e espantem-se, afinal são bons (pelo menos parecem pelos trailers e pelo Hype em torno das suas prestações) atenção ao que ai vem, porque Hollywood continua a ser a fábrica de sonhos (e de verdadeiros milagres!).

http://br.youtube.com/watch?v=4z_6UfkQ-c0



O filme chama-se, inspiradamente (sem aspas) JVCD e retrata com humor e auto ironia a carreira de um actor de série b (de terceira categoria, formatado e categorizado para repetir sempre o mesmo papel.) mas evitando os lugares comuns e enaltecendo a faceta humana (tragicómica a cena em que a pequena filha de Van Damme explica que sempre que os filmes do seu pai passam na televisão, a mesma, é alvo de chacota por parte dos seus colegas de turma).

Jean Claude afinal não é apenas músculos, assume riscos e sai vitorioso com uma face impoluta como nunca o antes vimos. Temos actor.


Viagens de Fim de Semana

No Sábado MANIF. Foi cansativo mas valeu a pena ter participado na maior manifestação de professores de sempre. A ver vamos como se desenvolve o resto da história.

Mas, não era disto que eu vos queria falar. Quero falar-vos de um paraíso que descobri no Domingo, pelo menos nesta altura do ano é um paraíso. No Verão é capaz de se transformar num inferno de filas intermináveis e praias onde é preciso andar ao murro para estender a toalha longe dos putos que jogam à bola. Fiz a estrada de Setúbal até Sesimbra e fiquei maravilhado. O Parque Natural da Serra da Arrábida merece uma expedição camurcina. Penhascos, muito verde, pequenas praias que aqui e ali vão surgindo lá em baixo entre os penedos, águas azuis, placas com promessas de bar e restaurante junto à areia das mesmas praias, tudo isto num dia em que, apesar de Novembro, deu para andar de t-shirt. Cheirou a Verão.

Entretanto estamos em Sesimbra, depois de resolvida a possibilidade de ficar sem gasóleo no meio da serra, a reserva parece que é grande, a de gasóleo, a natural atravessou-se em menos de uma hora, lá está o mar à nossa frente e em frente ao mar estamos nós e a baía polvilhada de casas. Aqui, no que às habitações diz respeito, há um pouco de tudo, do bom e do mau, do ordenado e do desordenado. Ainda assim senti-me bem naquele caos, cais do Atlântico, onde até havia gente a tomar banhos de sol. Com o pé quase na areia, os cheiros marinhos convidadavam ao almoço. O peixinho grelhado, simplesmente com sal e uma saladinha, meus amigos... qualidade de vida e de vista com o mar ali ao lado.

Passear, tirar fotos, visitar a feira dos produtos regionais onde só comi com os olhos, ainda era cedo para o lanche, foram algumas das actividades até ao fim da tarde lá em cima no castelo, de onde Sesimbra parecia um postal.

No centro de Sesimbra, muita gente nas ruas e a promessa de noites animadas, pelo menos a avaliar pela quantidade de bares, tasquinhas e restaurantes, quase todas exibindo orgulhosamente a placa onde se lê "Cozinha a Carvão". O verdadeiro império dos grelhados em terra de muito peixe deixa antever grandes jantaradas à beira mar, não muito longe de terra de bons vinhos.

Há muito mais para dizer e descrever mas vamos devagar. Vou ver se publico umas fotos nuns posts seguintes, é que fotos do Tunning Bar onde há um mural com um Honda Civic não é todos os dias. Mais logo se net houver.

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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

(re)definições

[1328]

osmose.
(delírio de uma noite em que me acometi de pecado terno. é a técnica que se revela a cada momento de distorção da realidade. um diluir constante da realidade nos teus olhos. é a certeza da imaginação que se ergue no perfume do cabelo negro. é a dimuição do meu poder de controle sobre todas as coisas invisíveis. que façanha esta de ter de te definir num primeiro olhar, como se as palavras se apoderassem do espaço e te contornassem pela cintura. como se as palavras te retirassem do medo, do escuro e pela cintura te aproximassem do meu desejo.)
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(osmose)
processo através do qual um homem se dilui de perdição no sorriso de uma mulher até atingirem o ponto de equilibrío, onde as massas se fundem num mesmo estado de concentração.
é, no fundo, paixão.

Jornalistas, comentadores e paineleiros...

Podem achar que é mania da perseguição mas... alguém viu o Sporting - Porto na TVI?

Do ponto de vista humoristico, os comentários daquelas bestas podem ter a sua piada. Mas do ponto de vista de quem quer ver apenas um jogo de futebol... são um bocadinho parvos!

Já tinha reparado antes, em jogos da selecção e aqui à uns dois ou três anos aquando de um Sporting - Braga transmitido pela TVI, no qual só não se viam os cachecóis do sporting à volta dos pescoços porque os senhores não costumam aparecer na imagem.

Eu, que nunca morri de amores pelo Porto, na verdade "METE-ME NOJO", quase festejei o golo do Hulk... bom, pelo menos disse baixinho - XUPA! - a pensar na cara dos comentadores.

(re)citações

[1327]

do blog das palavras certeiras, um trecho para não perderem o resto do texto.
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domingo, 9 de novembro de 2008

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[1326]

fim de tarde ameno no funchal. dali via o sobe e desce do teleférico, uns subindo excitados, outros descendo cansados. todos olhando-me como espécimen autóctone. julgo que somos sempre estrangeiros numa terra estranha. aqui - e por sinal nunca me sinto assim tão rapidamente - esvazio o tédio. consigo desligar os motores do cérebro, lançar âncora na memória, e entrar terra adentro num desconhecido aprazível. sou desta terra desde hora em que aterrei.
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solto bafaradas inócuas (a curto prazo). desdenho as horas como se nada mais importante existisse naquele momento. vou sorrindo descontraído. vejo os turistas admirados por estar de calções, estirado numa cadeira que me vai embalando, e retribuo os sorrisos. a comunhão com as gentes da terra é para estes forasteiros uma experiência necessária, uma contribuição para a sociologia do mundo e das nações, uma espécie de mestiçagem cultural. sorrio mais uma vez, porque eles não sabem que eu sou como eles um estrangeiro.
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sou um bom visitante. fecho os olhos amiúde, ao ritmo que uma ou outra núvem trespassa o céu, retendo a força do sol. enumero as vezes que oiço os gritos de vizinhos, nas estreitas ruas da parte velha da cidade. é a minha vez de aprender com eles, levar comigo traços da língua, expressões forçadas pelo tempo, risos e desgraças apalavradas entre madeirenses. vale que daqui não me vêem.
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bafarada de novo.
corto com o mundo e fecho os olhos e oiço um apito de partido de um navio atracado. é a hora de sair e percorrer as ruas. cilindrar esta ignorância que já aflige. descer com outra roupa e outros olhos. os de ver.

sábado, 8 de novembro de 2008

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

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Milan 1 - 0 Braga

Doeu. Principalmente sofrer um golo no último minuto dos descontos. De qualquer forma estou orgulhoso por ser adepto de uma equipa que não temeu San Siro. Apesar da derrota fizeram um grande jogo, com atitude, com tomates e sempre à procura da vitória.

É nisto que também somos grandes. Vamos a San Siro discutir o jogo. Infelizmente em Portugal mais de metade dos clubes da primeira liga, nem em casa procuram discutir jogos contentando-se com o pontinho. É por isso que grande parte dos jogos em Portugal são uma valente bosta. Ainda que algumas equipas queiram jogar, predomina o culto do empate, do desenrasca, do "queima tempo"...enfim.

Obrigado Braga.

(re)citações

[1322]

Esta gente

Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis

Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre

Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome

E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada

Meu canto se renova
E recomeço a busca
Dum país liberto
Duma vida limpa
E de um tempo justo

Sophia de Mello Breyner Andresen

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Já que andei pelo youtube...

Este vídeo vem na sequência da animada conversa de Sábado à noite na qual se falava de grandes momentos de televisão. É.

Tributo a John Williams

O vídeo chama-se Star Wars mas contém referência a várias outras obras primas da sétima arte. Em comum todos têm a mágica batuta de John Williams (o grande), autor de verdadeiras pérolas músicais que ajudaram a fazer destes filmes obras memoráveis.

A história de Star Wars sublimemente resumida ao som dos temas principais de Encontros imediatos de 3º grau, Indiana Jones, Super Homem, E.T., Tubarão e Parque Jurassico.

Um trabalho fabuloso de Corey Vidal. Vale a pena ver.

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[1319]

uma semana inteira de chatices para a anfitriã. eu e o anfitrião na galhofa, repetitivos, chatos, tipo altifalantes humanos.
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só o digo porque passo ainda a semana a cantar o famoso hit de rouxinol faduncho, cães de loiça,
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(uma piada só para aliviar aqui um stress repentino)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Emprego SIM, trabalho NÃO!

Porque ainda hoje é quarta-feira e ainda faltam muitas horas de trabalho até sexta à noite, só me apetece dizer:



Trocadalhos

Se o S. Martinho se celebra a 11 de Novembro, quando é que se celebra Santa Rém?

Todos a uma só voz


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[1315]

subiram ao ponto mais alto da ilha. mais de 1800 metros de altura e desvio orográfico. no pico do arieiro, em tempos idos, celebravam-se honrarias em benefício da padroeira da terra. os crentes subiam estrada acima até ao topo, só para atirar flores ao vento, levando com elas os maus agoiros. são lendas.
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hoje estes sobem com a vontade de selar um único compromisso. olhos nos olhos, postos cabelos ao vento sereno, sorriram numa tarde de saudação a um dia vindouro. firmaram acordo, doranvante nada mais que um amor terreno, solidificado nas margens dos dias que passarão lentamente, coroado de brilho ofuscador da rotina e monotonia. saberão lidar com todos os contornos sombrios da agrura e do semblante citadino.
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olhos nos olhos, com a pacificação reinante dos silvos rasantes, recitaram a poética frase,
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" deixa-te em mim ser o não nomeado -
[...]
Como a noiva de mel da minha dor
E a papoila ébria dos meus sonhos." *
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funchal, fim de tarde de outono. para eles o outubro aquece. para eles que casam de madrugada. eles que se uniram no pico do arieiro.
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* georg träkl - outono transfigurado, in poemário 2008 - assírio e alvim.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

D. João Peculiar


Após muitos flashes e inúmeras gargalhadas, eis que ainda subsiste, no meio de uma qualquer praça bracarense, uma figura de contornos enigmáticos, com uma face impurturbável e de impunência estóica, como que imune à blague e à jocosidade daqueles que diariamente por ela se cruzam. Mas não se enganem, o seu legado é bem maior do que a devassa (graças a uma opção estética duvidosa que a resvala facilmente para a obscenidade fálica) a que hoje é sujeita por parte dos mais ignorantes.


Foi exactamente isso que aprendi, hoje mesmo, ao folhear as páginas d'A Vida Dramática dos Reis de Portugal (edição Ministério dos Livros, 2008). Assim, apesar de adoentado por mais uma "atípica" gripe da época (sim, na Madeira também se apanham gripes!) foi com grande agrado e comoção que li:


"...após novas juras de fidelidade de Afonso Henriques e o acordo de Zamora, em 1143, pelo que o imperador reconhecea afonso Henriques o titulo de rei (...) è nessa mesma data que Afonso Henriques se faz também vassalo ao papa. D. Afonso Henriques aproveita as boas graças da Igreja, e, por intermédio do arcebispo de Braga, D. João Peculiar, faz com que o papa Inocêncio II aceite a sua vassalagem contra o pagamento de quatro onças de ouro por ano."


Em suma, é pelo contributo diplomático inestimável de D. João Peculiar que D. Afonso Henriques consegue garantir no séc.XII o reconhecimento oficial da independência e autonomia do reino. Assim nasceu Portugal!


(suspende-se a corrente madeirense para uma comunicação ao país)

[1313]
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em resposta a este comentário, e para que ninguém volte cá com ideias mirabolantes, ou até com vontade de perceber mais do que precisa, aqui vai a minha resposta,
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ora bem, finalmente alguém que vem com vontade de agitar umas águas.
por mim pode tirar o equídeo da pluviosidade que a minha opinião dou-a quando e bem me apetecer.
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o comentário, se bem que de uma forma pouco atrevida, tem que se lhe diga. não chama nomes ao pessoal, não insulta, não agride verbalmente, nem põe em causa a nossa seriedade intelectual.
posto isto, e porque não conheço a menina ou menino, digo-lhe que de política percebo o suficiente, leio o suficiente, e informo-me o suficiente, para não fazer depender a minha opinião de uns panfletários anúncios ou de umas campanhas originais.
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a minha barricada é a cidade de braga. ponto final. não há ninguém com superioridade moral para me acusar do que quer que seja, simplesmente não alimento a vida dos espiões ao serviço da guarda pretoriana, que circula na internet à procura dos inimigos do mesquita.
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já servi a comissão nacional de eleições, e por inerência a cidade e o país de borla. já perdi tempo a explicar ideias, e já me empenhei a sério em campanhas. já lutei contra a ignorância ou falta de informação.
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e continuo. para sua informação até hoje tudo o que dei em prol da luta política e social foi de borla.
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assim sendo e, porque me fartei dos meandros podres da promiscuidade política, porque me fartei de uns quantos meninos ricos que circulam nas juventudes partidárias, porque estou farto da falta de discussão democrática, porque me cansei dos caciques, porque me enjoei de homens honestos que faliram com as mãos no poder, porque me cansei de acreditar, hoje calo-me. talvez não seja a solução. mas é a minha opção.
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se todos fizerem tanto (ou de preferência mais) que eu, estará a cidade bem servida de juventude para um futuro próximo.
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(este blog não é político. fala de política quem quer. a única regra aqui é que todos são livres de escreverem o que bem entenderem)

O bilhete já cá mora...


Curiosidades e profissões curiosas!

Andando eu a investigar por essa internet fora, acerca do S. Martinho, o que se celebra no dia 11 de Novembro, a fim de descobrir se este das castanhas seria o mesmo de Dume, tropeço com um texto que diz o seguinte:

"São Martinho de Tours é santo patrono dos alfaiates, dos cavaleiros, dos pedintes, dos restauradores (hoteis, pensões, restaurantes), dos produtores de vinho e dos alcoólicos reformados..."

ALTO, PAROU !!!

Há uma pergunta que se impõe:

Alcoólico é profissão? (é que pelos visto existem professores reformados, cozinheiros reformados, médicos reformados e... alcoólicos reformados que até têm padroeiro e tudo!)

E já agora, o S. Martinho de Dume não é o das castanhas nem o dos alcoólicos. O das castanhas é o S. Martinho de Tours. Curiosamente ambos nasceram na Hungria numa localidade chamada Panónia e ambos foram bispos, um em Tours e outro em Braga.

A título de curiosidade, há quem atribua a S. Martinho de Dume a criação da paróquia de Panóias, alusão clara à sua terra natal a Panónia. Sabe-se também que fundou um mosteiro em Dume, ficou conhecido como o bispo da conversão dos Suevos e bispo de Braga. São-lhe reconhecidos alguns textos importantes da Filosofia Medieval.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

domingo, 2 de novembro de 2008

ponha aqui o seu pezinho [3]

[1309]
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à medida que subimos (em metros medidos por pés) a temperatura desce. o ventos sacodem as asas e os motores seguram a rota definida. o arranque estrépito e os desatinos momentâneos da estratosfera, mostram o longínquo arfar do coração da terra. é o céu normalizado com as afluências de núvens instáveis.
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(não sei se há paralelo com a vida ou com o resto dos dias. certamente que quando subimos na vida não sentimos a vertigem dos graus celsius. nem vemos os estranhos objectos nubulosos que retraem as escolhas.)
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parecemos destituídos de razão. da palavra história resvalamos na tensão de um cadafalso. a rotina acidental reprime o relaxe e a distenção muscular. cerram-se dentes a cada simulação de queda vertiginosa, sentimos no estômago a tortuosa imagem de fogo devastador de outras paragens.
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(a morte, escrita por extenso, é sinalizada ao aviso sonoro que nos obriga a voltar a pôr o cinto de segurança.)
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não escrevo nada no livro de registo. quero preservar apenas o que a memória me quiser oferecer. distraio-me facilmente com a história que vou lendo. as palavras do escritor, registos de viagem curiosamente - embora menos confortável que a minha - dão-me a necessária concentração para enfrentar este novo territótio inóspito. como se um lugar passasse a existir a partir do momento em que o vemos.
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(a ilha da madeira, perdida no mar, fixa nos dentes de monstro quinhentista ancorado ao largo da minha imaginação, passa nestes dias por uma fabulosa turbulência de temperatura. é verão digo eu. e digo bem.)
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à distância, esta manta que me cobre os pés, recolhe os escombros da brusquidão do embate com aquela terra. talvez as peças do puzzle se encaixem um dia.

sábado, 1 de novembro de 2008

a ver se aumentamos as visitas aqui do nosso estimado blog

[1308]

a crónica da semana no fontes do ídolo. a ler as fontes de inspiração.