sexta-feira, 30 de novembro de 2007

a gaivota e o mar

[471]

de manhã existia sempre um ar fresco e arejado. era também assim porque as limpezas eram feitas todos os dias àquela hora. e eu despojado já da ideia de que iria sair dali rápido, encostava-me a um canto enquanto o aspirador dançava no quarto de um lado para o outro. o velho que estava na cama ao lado ria-se e falava com as senhoras da limpeza, dizia sempre que se fosse mais novo elas iam jantar com ele de certeza. a maioria das vezes elas diziam que não adiantava eu estar naquele estado de espírito, porque nem ajudava a melhorar a minha saúde. e eu a maioria das vezes nem respondia. elas eram rápidas, e eu sabia que a minha antipatia era compreendida por elas. por isso elas diziam o mesmo todos os dias.
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debruçava-me no cadeirão a ver o rio a desaguar no mar. era um espectáculo luxuoso dadas as circunstâncias, e eu admirava aquilo como uma compensação pelo estado resguardado e enclausurado a que me remetiam. pensava que quando saísse dali iria ao pé do porto de mar e esperar o navio chegar, apreciar os homens a descerem e a carregarem o material, a rirem e a relaxarem dos dias de alto mar. eu imaginava-me lá naquele momento. também sabia que não iria lá nunca. quando saía não tinha essa vontade.
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quando ficava entediado de tamanha beleza na paisagem, esmiuçava nas mãos uma bolacha maria e atirava fora da janela. era um corropio de gaivotas a baterem asas em direcção ao parapeito da janela. e elas olhavam para mim como que a pedir mais. ficavam às voltas enquanto eu as admirava e voavam de novo quando sentiam que eu já não iria oferecer mais nada. um dia depois do outro eu fazia o mesmo gesto, aproximadamente à mesma hora. até que num dia em que estava pior e não podia sair da cama, elas voaram em direcção ao parapeito e ficaram a olhar para mim, admiradas e questionantes sobre a razão da minha prostração em estado resignado, sobre a cama a cheirar a lençóis lavados.
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aí percebi que os animais regressam sempre, e que o interesse que os move pode ser genuíno. pode ser sincero. porque como nós, querem sempre alguma coisa de alguém. mesmo que seja um aperto de mão. e nesses dias as minhas visitas eram mais que muitas. e o velho, da cama ao lado tagarelante, ria tantas vezes que eu às vezes suspeitava que ele não sabia que estava num hospital.
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sorri para ele no dia em que saí. apertei-lhe a mão e agradeci a companhia. enterneceu-me o facto de nos olhos dele eu ver que também queria ir.
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antes de sair virou-se para a janela e disse-me,
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vá descansado que eu dou-lhes umas bolachas amanhã.

NY

[470]

andei a renovar e a ver novos blogs e é como andar às cerejas naqueles dias em que na minha terra não havia progresso.
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dei com algumas coisas preciosíssimas. um dos que mais me agradou foi o [vontade indómita]. é recente, lê-se rápido e tem umas tiradas tão fabulosas que adicionei à minha lista. não podemos perder estas palavras. digo-vos que acredito que deve ser da cidade. quem vai a nova iorque fica assim inspirado pela metrópole.
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já disse que não queria morrer sem ir a nova iorque. espero um dia fazer um jogging no central park, viver as ruas e ter um torcicolo de tanto apreciar as alturas dos prédios. entrar num bar, beber um café. pôr uma moeda numa jukebox. ouvir uma música de simon e garfunkel. tirar uma foto na 5ª avenida, e na 6ª. e espero que haja muitas para tirar fotos em todas. descer e viajar de metro. subir e visitar empire state building. e quando a noite cair sair em todas as direcções da cidade, esta que tem solteiros mas eles não se conhecem.
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a 5ª avenida deverá estar amanhã interrompida para a rodagem de um filme qualquer.
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será que é pedir muito?

o nosso blog diz piaçaba

[469]

pois é meus amigos. depois de vermos por aí uma série de seguidores (no blog dizem que há já 300 participantes) deste movimento, decidimos aderir também.
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tudo começou com este vídeo [aqui].
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agora dizemos todos piaçaba. pela dignidade da palavra.

para começar o dia

[468]

meus amigos novo record de visitas...atingido ontem.
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103 visitas (o antigo era 86).

p.s. refiro isto porque os meus colegas de blog não conseguem saber estes resultados.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Caríssimo Fernando Pessoa...
só mesmo para te dizer que afinal sempre dá para "postar" mesmo com piaçaba ao barulho!

Vamos, lá, ganhar!!!



Boa Sorte, para a "tarefa" europeia, de hoje, do S.C. Braga!!!

O adeus

Após 21 anos com os MadreDeus, Teresa Salgueiro, abandona o grupo, com o intuito de se dedicar a projectos mais independentes, como, "Você e Eu", "La Serena" e "Silence, Night and Dreams" em colaboração com o compositor polaco Zbigniew Preisner.
Votos da maior sorte do mundo! Bem merece!
Assim como aos MadreDeus, assim desejem continuar como grupo! Mas será que fará sentido sem a sua Diva?

O Valor das Bandeiras

Existem dois patriotismos. Um deles é saudável, é crítico, é construtivo, edifica e preserva culturas. O outro é cego, é acrítico, serve-se da propaganda para atingir os seus fins, obriga os cidadãos a serem cegos, surdos e mudos, tudo pelo bem da nação. Ambos existem, à esquerda e à direita, muito embora a esquerda insista em lhes chamar outros nomes. Esquerda e direita, as duas praticaram e praticam, para o bem ou para o mal, estes dois tipos de patriotismo.

Hoje, enquanto caminhava apressado, evitando a todo o custo chegar atrasado a uma loja que deveria estar prestes a fechar, dou de caras com um içar de bandeira, com direito a hino e tudo o mais. Ia tão rápido que me apercebi demasiado tarde daquilo que se estava a passar, isto quando o suposto “director do coro” me endereçou um tenebroso olhar de reprovação. Percebi então que o trânsito parava à medida que os carros se aproximavam do recreio da escola onde tudo estava a acontecer. Havia pessoas na rua, paradas, em sentido e eu… Simplesmente passava! Muito sinceramente desconhecia aquela prática fora de um acto oficial. Com todo o respeito segui o meu caminho, ouvi meia dúzia de insultos, até que me dirigi a alguém e disse “Olhe, peço desculpa mas desconhecia esta prática, isso não quer dizer que eu não respeite o vosso país. Simplesmente não estava à espera disto e, para além do mais vinha distraído”. Levei uma lavagem acerca dos valores nacionais e do respeito à bandeira.

Vejo as horas, não me resta muito tempo para chegar à tal loja que deve estar quase, quase a fechar. Enquanto me dirijo para esse local dou comigo a pensar naquilo que é o patriotismo. Qual o acto mais patriótico que aquelas pessoas poderiam ter tido hoje? Venerar a bandeira e o hino ou sair para a rua e, de uma vez por todas, repor a dignidade e os valores da sua pátria, retirando do poder aqueles que dia após dia lhes roubam a esperança de um dia melhor, fazendo-a desfilar já moribunda nos seus jipes e carros topo de gama?

correntes literárias

[463]

recebi o convite do dr. etcétera do blog [fontes do ídolo], para aderir a esta corrente de citações literárias. o que se passa pela blogosfera e que há muito circula por muitos blogs, é o seguinte exercício,
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pegue no livro que tem mais à mão e cite a 5ª frase da página 161,
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então a página 161 do livro, "cemitério de pianos" de José Luís Peixoto, diz,
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"(há pequenos sons que) assentam sobre o silêncio. de repente os cães começam a (ladrar no quintal.)" (completei as frases para não ficaram desconexas as palavras)
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lanço agora o desafio aos meus colegas de blog, zé baptista e onun ras al gull, à ângela da luz acesa, ao gustavo sampaio da escrita casual, e vou mandar o bitaite ao pedro ribeiro (a ver se cola).

exposição expressional

[462]

de vez em quando as mulheres tornam-se tema inevitável. não gosto de generalizar, muito menos nas mulheres. são demasiado complicadas para se generalizar com a imprevisibilidade que lhes nasceu na genética.
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dizer que, «Mulher de 40 tem o dobro do fogo de uma de vinte e metade da vergonha.»
do blog [3 de 30]
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parece obviamente limitante. mas depois sentimos que há alguma verdade em palavras inesperadas, «Hoje no metro entrou-me uma coisa para o olho. Tinha um metro e oitenta e era morena de olhos azuis.» do blog [vontade indómita]. nova iorque é assim. eu não queria morrer sem ir lá.
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depois o gustavo escreve destramente sobre os meandros das interioridades latentes de cada um. às vezes parece que é demasiado evidente a falta de alguma coisa que complete infinitamente a nossa vontade.
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(mural - fábrica - guimarães)
(clique para aumentar)
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“[…]se estas mulheres lhe pagassem, apesar de todo o sofrimento inerente, poderia muito bem ser a sua profissão: “gigolo platónico”. talvez seja a melhor solução, a profissionalização do seu sofrimento, porque “julian” parece não conseguir interessar-se por quem gosta realmente dele, apenas por quem parece não gostar. é um círculo vicioso, masoquista. como que uma tortura permanente: “julian” está sempre a envolver-se em triângulos mais ou menos perigosos, mais ou menos sinuosos.[…]” [escrita casual]
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eu digo-vos que gosto da blogosfera. é assim plural e mais digna de atenção que alguns livros ou jornais.

cinenimação

[461]

por obra do acaso e um pouco de sorte, deixei o filme de terror "fantas-porto", e recebi um convite para ver o filme mais recente da disney. "enchanted", é uma história que mistura a realidade com a ficção, num género há muito inaugurado com o o famoso "quem tramou roger rabitt". uma história encantada de uma personagem que é empurrada pela rainha má para o mundo real, o mundo onde não há "happiness lasting forever". mas no final até vale a pena levar os miúdos e os graúdos acabam por gostar e deixarem-se levar pelo ambiente contagiante.
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já agora obrigado aos cinemas do bragashopping (ou melhor á minha prima que lá trabalha). é melhor que trabalhar com toda a certeza.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

campo grande dos toledos

[460]

era assim que o chamavam desde que me lembro. o campo grande dos toledos. era um campo enorme (hoje sei que devia ter uns bons 30 hectares). fazia fronteira com a igreja. e eu era dos que nunca queria mergulhar no rio. mas ia com os outros.
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naqueles dias andávamos com a mochila às costas quando saímos da escola. corríamos quase como o tom sawyer, por causa do peso da mochila. havia um que era mais reservado. nunca vinha connosco. era um rapaz que vivia na casa de lavradores perto da igreja. eu sabia que quando íamos ao rio, passando pelo campo grande, ele desviava o trajecto e ia para casa.
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eu tinha na verdade uma pena enorme. sempre foi o meu problema, exagerar nos pequenos problemas e relativizar os grandes. ele ficava às vezes junto da esquina da casa dele a ver-nos nadar. eu sei que o trabalho dele começava logo pelas 6 da manhã. ia dar de comer às vacas, limpar estábulos e recolher o leite. todos os dias. por vezes chegava à escola sujo. e enquanto os outros riam eu ficava com mais pena dele. não há dia que não me lembre do interior amorfo que ele expressava. e nunca em palavras.
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ia e vinha com a irmã que me parecia pouco mais nova que ele. eu sei que ele trabalhava mais todos os dias para poupar a irmãzita ao esforço. e de manhã ela vinha sempre mais bem apresentada, embora o seu olhar fosse como o dele. demasiadas vezes perguntei-me se eles teriam noção da que a sua humildade era castradora da alegria que todos devíamos ter em miúdos.
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eu sei que eles ficavam a ver-nos nadar entre a esquina da casa deles, e o curral lá da casa. eu sei que eles queriam talvez ser mais felizes e libertados daquela obrigação de serem grandes tão depressa. naqueles dias era assim a vida deles.
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nunca falei com eles. lembro-me das vezes que tinha pena deles nos dias em que hoje tenho pena de mim também.
e lembro-me deles quando passo perto do campo grande dos toledos.

cinenimação

[459]

era uma vez, mais uma história sobre os caminhos desviantes da américa. a história da américa em transformação, 1969, em que os "mall's" e o consumismo inunda as ruas e abate o "personal attendance". começa nas ruas e acaba nas ruas. começa nos gangsters bons e nos polícias corruptos. divaga nessa linha zizegueante da dúvida entre o que é mau (mas moralmente aceitável), e o que é bom (mas conquistado à custa da brutalidade).

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o gangster americano é uma maravilha da interpretação de denzel e de russel (ambos óscares). uma história pouco provável de sucesso de um polícia incorruptível (crowe) e o gangster (washington). para mim a melhor cena é a da rusga final. tiros, acção e velocidade, realismo e a vitória do bem contra o mal. mal? porquê? nem sempre o que parece é. o inominável assassino a sangue frio, colabora com a polícia e denuncia milhares de polícias corruptos (3/4 da polícia especial de combate à droga estava envolvida com a máfia).
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no final perguntamos. se tivéssemos encontrado um milhão de dólares num carro, que faríamos?devolveríamos a bem da honestidade?

será que ele nasce?

[458]

eu estava à procura de renovar um pouco os blogs que revejo quase todos os dias. dei com dois maravilhosos que sabia existirem há muito, o do pedro ribeiro da comercial (que acompanho há algum tempo - mas não desde o tempo em que ele mordia o cão com o markl-e que como eu é fã do josé cid), e o do federico duarte de carvalho, jornalista não muito conhecido na berlinda dos grandes diários ou das televisões.
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ambos têm visões muito próximas das minhas e foi com prazer que os encontrei.
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o frederico pôs, a propósito do fim da publicação do jornal "tal e qual", umas capas antigas da publicação e uma delas é esta,
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como podem ver o canal está para nascer há 10 anos! espero que ele demore mais 10 anos.

Depois de nos habituar a campanhas publicitarias únicas e com imensa criatividade, chegou ao fim o casamento entre a OPTIMUS e a agência publicitaria BBDO.


"A Optimus lançou no dia 28 de Setembro a última campanha com assinatura da BBDO, pois a partir de Outubro, todas as campanhas serão desenvolvidas pela Euro RSCG. Sob o conceito Música Quase ao Vivo, esta campanha conta com dois filmes, um com a participação dos Clã e outro com David Fonseca."
in Meios & Publicidade


Vejam aqui os maiores sucessos e o filme que marca o fim...



terça-feira, 27 de novembro de 2007

O mítico teste de Q.I. (Binet-Simon)

Caros amigos, desafio-vos a fazerem o teste padrão (Binet-Simon) de quociente de inteligência. Embora a sua fiabilidade não seja absoluta (se é que algum dia poderá haver uma certeza sobre esta questão) é bastante exigente e reverenciado.

Eis o link:http://pt.iq-test.eu/?pid=9

Eu já fiz o meu, mas por razões de pudicicia não revelo o resultado (digamos que modestamente não fiquei defraudado).

100- valor comum que corresponde a uma inteligência trivial;
130- extraordinariamente dotado;
140- próximo da genialidade;

P.S. O teste exige a confirmação por sms e como tal, implica custos monetários.

Ser Solidário

O site Super Braga está a levar a cabo uma acção de solidariedade, com o objectivo de ajudar os míudos do internato das Oficinas de S. José: " Campanha de Natal SB- "Vamos dar computadores aos putos das Oficinas de S. José".
Vamos colaborar também!!!

estranhos desencontros

[454]

naqueles dias calmos de primavera, em que todos corríamos nos intervalos ao encontro do bar, para matar o apetite que nos dava o conhecimento, sentíamos na pele fresca os anos que ainda não haviam chegado. éramos novos demais para perceber ou entender o que nos dizia a sombra quando ela se aproximava. num desses dias, calmos a mais para a normalidade, a d. (juro que não me lembro do nome dela), estava com as amigas a um canto quando desmaiou. eram eles a correr para ver o teria acontecido. é nessas alturas que sei que não sou curioso. mas a d. era nossa amiga e apesar de recuperar imediatamente, não percebi que a sombra ainda estava lá. mesmo hoje, eu julgo que não a via.
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durante a semana seguinte viria a desmaiar mais uma vez. e depois na seguinte mais uma. até que alguém terá aconselhado a ir ao médico.
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a d. era uma rapariga como outra qualquer. bonita q.b., radiante, pele branca, e airosa nos passos, embora carregasse nos olhos fundos alguma maturidade antecipada. via no sorriso fugidio que me dava, um esgar maior de anuência perante a minha distância (hoje percebo o que ela poderia sentir).
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a d. tinha leucemia. foi tratada a tempo e ao fim de alguns meses ela regressou. regressou à escola e não à nossa turma. pena para ela. gostava de nós e nos intervalos, com a pele mais envelhecida, mas com os olhos mais limpos de escolhos subconscientes, ela vinha ao nosso encontro. muitas vezes para rir e no seu sorriso eu via o mesmo esgar de pesar pela distância.
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um ano depois eu fui parar ao mesmo hospital. eu tinha sido operado ao apêndice, e as complicações posteriores, deixaram-me 3 meses sem ir à escola. a minha mãe trazia notícias e recados dos amigos, dos professores, e dos vizinhos. nesses dias, já distantes no meu espaço mental, eu receberia uma carta da d. . ela dizia que gostaria de me ver voltar com força e alegria e o desejo dela concretizar-se-ia pouco depois. dizia ela na carta que nunca tinha tido a coragem de me dizer o que sentia por mim. e eu no entanto sabia. voltei para a escola e agradeci a todos pelas mensagens de amizade. elegeram-me para representante da turma mesmo estando longe. e eu sorri.
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voltamos sempre àquela esquina da escola onde nos ríamos. ela com a pele mais envelhecida e eu com o peso nas mãos dos dias derrotistas. julgo que nunca lhe agradeci pessoalmente a carta e a força que me havia dado. é uma das pessoas que nunca mais vi. e gostava de a rever para lhe dizer que a vida é essa falha constante, pecados inocentes e faltas de generosidade permanente.
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desejo no fundo que a d. esteja bem.

Aperta... Aperta...

O ZÉ POVINHO tem vindo, sucessivamente, a apertar o cinto e com o OE para 2008 terá que fazer mais uns furos no cinto, pois a palavra de ordem do Governo é: APERTAR...APERTAR .

Num período de contenção de despesas e de grandes sacrifícios , o Ministério da Justiça , contrariando as orientações do Decreto de Execução Orçamental para 2007, o qual restringe a compra de viaturas sem autorização das Finanças, acaba de adquirir 5 novos automóveis de alta cilindrada, no valor global de 176 mil Euros.(isento de IA, dado que o Estado não suporta este imposto, mas o Zé Povinho paga e paga sempre).
Duas notas:

1ª. - Alberto Costa é o mesmo Ministro da Justiça que, no início do seu mandato, nomeou a filha para o seu Gabinete, com o vencimento de 600 contos/mês, para coordenar a página da Internet do MJ, quando o Departamento de Informática do MJ dispõe de técnicos competentes para tão difícil e complicado trabalho. É sempre bom lembrar estas mordomias.
2ª - Tem sido prática do Ministério da Justiça, inclusive, para o gabinete do Ministro, a utilização de viaturas apreendidas, a maior parte oriundas do tráfico da droga, onde são apreendidos carros de alta cilindrada. A prática, em período de contenção financeira, tem vindo a ser abandonada pelo actual Ministro da Justiça.

elegia ao cantor cid

[452]

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. (trago comigo esta dedicatória, no primeiro cd original que eu comprei, ontem mesmo)
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depois de já ter dado a conhecer a meu gosto pelas músicas deste senhor [José Cid] , regresso com mais uma passagem deste grande song-wrighter português. decerto perguntam o porquê desta admiração, e eu próprio desconheço o dia em que comecei a gostar de José Cid. suponho que tenha começado nos dias em que deixamos de ter a concurso músicas condizentes com a nossa cultura, a representar portugal no festival da eurovisão. sempre gostei do festival e regressei muitas vezes ao passado procurando o que tínhamos sido nesses concursos. admito que há uns 10 anos que me apaixonei pela música. mas também todos os êxitos dos anos 80, que a minha mãe cantarolava, e que muitos se admiram como eu conheço aquelas músicas, estavam já dentro da minha cabeça.
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por isso o passo é dado sempre atrás. busco as músicas do paulo de carvalho, carlos paião, paco bandeira ou o inigualável armando gama, como quem busca aqueles dias em que a minha mãe cantava. aqueles dias em que ela me parecia mais convencida de que a vida ainda lhe reservara um destino mais favorável.
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por isso germinou o gosto por estes passados e a música do José Cid é a encarnação em cada canto (não das letras) mas dos tons e melodias ou segundas vozes. porque será que estavam tanto jovens ontem na fnac?
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acredito que José Cid estará para acabar, e quando sentimos que os artistas se começam a aproximar do "estado de mito", começamos a reviver o cantor, mesmo com ele à nossa frente. não sei muito que dizer. é só aferir quantas pessoas sabiam os refrões, e percebemos a grandeza do homem. as homenagens devem ser feitas em vida e o José Cid merece-as.
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a minha, depois desta [aqui], fica mais uma vez registada. e o concerto foi de uma contagiante alegria. bem-haja o TIO CID.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Final Countdown

desculpem mas tinha de pôr isto aqui...

pensamentos estranhos e exóticos

[450]

estava já na curva mais perigosa da estrada que me levava aos dias mais bizarros. e estranhos. era a rua mais acidentada desde que se abriram caminhos na tua freguesia. queria chegar rápido e rápido não era voar, mas queria chegar perto de ti. desci pelo estranho caminho coberto pelas ramadas centenárias, que levavam à tua casa. eu queria saber o que dizer. estava há muitos anos sem te ver, sem saber até o que tinhas mudado, e tinha no entanto a certeza de que nunca te sentira mais bela. estavas com um vestido cinza-escuro, casaco de malha, cachecol e luvas pretas. eras assim nos dias tristes desde que deixaste de voltar ao nosso café.
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(era nos dias de sol, que chegavas e tiravas todos do marasmo das tardes em que nos impregnávamos de solidão, e tu em todo esse esplendor de alegria contagiante, levavas toda a gente a acreditar nos dias conseguidos.)
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então depois das palavras que mais simples e circunstâncias resolveste mostrar-me os nossos dias passados. perto do rio, ainda mais frio que na eira da tua casa, relembraste o dia em que as tuas mãos apertaram as minhas e me perguntavas se eu sabia o que queira ser para ser feliz. e eu respondi que achava que não o iria ser, indo em todos os sentidos, contra a nossa promessa de encetar esse esforço até nos cansarmos. e obrigaste-me a prometer essa luta.
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(acho que nesse dia te beijei. ou não. já lá vai tanto tempo que nem sei se assim foi, como vejo na minha cabeça.)
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quis dizer-te que quebrei há muito a promessa feita aos nenufares daquele rio outrora limpídio de águas calmas. quis dizer-te que deixara de lado a força que me deste noutros dias mais pequenos e ricos. quis dizer-te que regressara para te ver, com o intuito de procurar nestas pedras, o sentido para uma luta inglória e há muito desvitalizante. quis dizer-te que nos teus olhos azuis eu procurei um caminho.
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quis dizer-te muitas coisas. mas não disse tudo o que queria, nunca disse tudo o que precisava. o mais importante foi ver-te.

da vinci, o sete ofícios


[449]

parece deveras o homem dos sete ofícios tantas foram as suas invenções, em tantos ramos da ciência. no ramo da engenharia, incluindo a hidráulica, medicina, música, pintura ou astrologia e astronomia, da vinci iniciou em muitos destes ramos, principios básicos ainda hoje utilizados.
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uma exposição grandiosa e muito interessante que deveriam visitar. fica no palácio de cristal.
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temos o prazer de mostrar duas fotos tiradas sem ninguém saber.
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a história das batalhas

[448]

a história de portugal tem para contar grandes batalhas. de todas elas se fala de grandes feitos e de grandes resultados para a nossa nação. tal como os ex-combatentes se reúnem desde o fim da guerra colonial, também os ex-combatentes do arroz de frango, encontram-se para matar saudades dos tempos de luta. de há cerca de 10 anos a esta parte, podemos contar muitas histórias recontadas e desfiadas em estóicos jantares de recordação.
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é a verdadeira diáspora dos amigos próximos (que agora têm de vir de madrid) para estarem presentes e jurarem (ou renovarem) o juramento à bandeira.
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é uma alegria. e uma forma de se verem uma vez por ano. se a guerra não os mata, une-os. e há sempre, naqueles dias de convívio, um frango a ser bem tratado.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Queres falar?

[447]

(cada vez que vejo o sol a nascer daquele lado da estrada já sei que é tarde...muito tarde para aproveitar o dia. o dia alegre tem que ser o dia em que quando abrir os olhos, o brilho entre pela minha casa. me dilua as sombras dos objectos que me interrompem os sonhos. o escuro é que molda esse espaço que se torna mais vazio. e eu sei que se nascer daquele da estrada, o sol já é frio. e o fresco da tarde, declina os tons verdes, exalta o défice de destreza.)
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há dias em que queria acordar com o sol daquele lado da estrada. o outro.
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(bem sei que se o sol entra nesta janela, já não vou ver a menina dos olhos verdes. ela passa em corrida todos os dias e dá um sorriso, fugidio (forçado?) para que eu perceba que ela sabe, que eu a estou a ver. e eu sei que ela hoje não passa. ou já passou.)
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um dia vou-lhe dizer que ela é um vento forte que me acorda do imenso adormecido em que mergulhei.
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(depois não há tempo pra ir atrás do autocarro ou pedir boleia. se fosse, quando chegasse à cidade estaria na hora de voltar e depois já não haveria sol. e que piada teria esse dia? por isso quando acordo com o calor deste lado da cara, não sou eu que acordo. deixo-me estar em descanso dentro de mim. não vou desgastar este outro mais fraco. avança o meu espelho que é bem mais forte para aguentar os desgostos que eu sinto.)
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um dia, quando for sábado, levanto-me e acompanho-a. juro que um dia dou mais um desgosto a este meu eu mais preguiçoso.

escrevi ao coronel

[446]

eu escrevi ao coronel e agora está a votação para ser escolhida a melhor carta. inspirada na obra de garcia marquez, o blog [tons de azul], vota agora a melhor. passem por lá e votem na minha.

nunca vi um escritor alegre

[445]

a sério que não. a não ser o manuel. ainda assim A. luzes que preferem a alegria de escrever, à tristeza contagio do mal dos poetas. os escritores, e eu falo por mim, nunca se servem da escrita para a catarse que precisam. depurar os enredos e os lodos em que as suas mentes se envolvem, não está ao seu alcance. ainda assim, há os que preferm o sol, a luz, a alegria, e o sorriso. escrevem com a satisfação de quem complementa o que falta aos outros. destreza na caneta e arrojados laivos de inspiração, em comunhão com o papel.
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eu desconfio da perfeição, mas que ela pode existir, pode. e eu não posso deixar de acreditar.
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há depois uma tiradas deliciosas que me garantem que eu estou no bom caminho. devo continuar por estes lados. a ler o que de melhor aparece na blogosfera.
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contagia a alegria com “dias de bata e saia às pregas” ou outras imaginações ainda mais perniciosas para os saudáveis pensamentos, “sobre um rasto de saliva na curva de um joelho”.
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e eu acredito. tenho de acreditar. apesar de sentir não ter nada a dar a mim próprio.

dizem eles que está esgotado

[444]

eles dizem que está esgotado mas não está. estão enganados, os amigos da RFM, porque eu ainda tenho um para vender. quem quiser ver o cirque du soleil, eu vendo o meu bilhete por 100 euros. nesta vida tudo tem um preço.

Tinha que existir


fnac

[342]

como prometido para esta sexta feira, aqui fica a programação para sábado e domingo da fnac.
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assim sendo no sábado teremos para vosso regozijo,
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e no domingo, a cantar para quem quiser,
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a surpresa porém, marcada para segunda-feira, e que está a pôr todos em sentido e a levar a uma doideira nunca vista para os lados do bragaparque, é o magnífico concerto do tio mais velho da música portuguesa,
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abram alas a el-rei JOSÉ CID,
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depois deste concerto, continuamos à espera do melhor do autor da cabana mais romântica, e que ele arrase com o seu macaco que gosta de bananas. por certo estarei aqui na terça com mais uma foto ao lado do ícone.
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p.s. o espaço é muito pequeno, a loucura vai ser grande, por isso venham cedo :)

no natal o meu presente

[441]

aos meus amigos que me puderem ajurar, eu pedia que me arranjassem o filme "knoked up", ou melhor, "um azar do caraças", e eu posso arranjar o maravilhoso álbum de loudon wainwright, inspirado e criado totalmente para o filme.
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deixo-vos uma amostar do campeão ao vivo e acústico. de facto as coisas mais simples são as melhores.
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gostam? agora arranjem-me o filme.

escravo sou eu

[440]

antes de mais referir que há cerca de 8 meses que entrei nesta onde bloguista, que me tem dado um enorme prazer, e que ontem não escrevi nenhum post. como talvez tenha acontecido umas duas ou três vezes nestes meses, senti um vazio. tal e qual como criar um filho, se num dia o tratamos mal, no outro só lhe queremos dar mimos. por isso, o meu (nosso) blog, é o melhor do mundo!
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depois, deixo-vos uma ideia,
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o corporativismo que expressavam noutros tempos, defendendo o crescimento e a meritocracia, depressa se tornou um fait-diver, acompanhado de um almoço regado a um qualquer zurrapa tinto e carrascão. é por isso que eu luto todos os dias. para que um dia digam que eu sou feito de uma só massa, e que a minha espinha nunca se verga.
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e também vos garanto que o melhor que temos a fazer são as escolhas pequenas que com o tempo se revelam talhadoras dos nossos destinos.
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e para que saboreiem palavras,
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" [...] mas à profunda devastação interior, às paisagens depressivas, às dificuldades de comunicação, à solidão incomensurável, à alienação, à melancolia, à imensa sensibilidade, à tragédia de se ser tão diferente das pessoas em redor, que insistem, e persistem: "em que é que tu estás a pensar? [...]" da [escrita casual].

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Escravos do conformismo.




É triste a forma ríspida e ditatorial com que Scolari ofende todos aqueles que se recusam a alinhar numa atitude acrítica e de bajulação ás suas idiossincrasias.



O facto de ter atingido a qualificação para o Europeu não o isenta de um julgamento por parte dos demais portugueses (que de uma forma geral até lhe pagam o ordenado e respectivo meio de subsistência).



Portugal deve muito a Scolari, é um facto, da mesma forma que deve a todos os jogadores que com ele alcançaram resultados desportivos que a todos nos encheram de orgulho, no entanto, quando as coisas não correm bem, Scolari assume uma posição de intransigência (por não admitir obtusamente algumas escolhas dúbias, ex: Ricardo na baliza?) agressividade (sob a forma de murros, literalmente nos opositores e insultos sortidos para com os jornalistas, comentadores, etc.)



Sr. Scolari devemos-lhe tanto respeito como a qualquer outro homem comum, por ser seleccionador nacional não se torna especial, ou isento de escrutínio. A selecção alcançou os seus objectivos, mas os fins não justificam os meios (imaginemos que ontem a Finlândia tinha ganho por um penalti inexistente, o que pensaríamos disso?) não basta ganhar, não basta o pontinho, temos que ser mais exigentes, deixemos de ser miserabilistas e complexados com laivos de inferioridade, tornemo-nos exigentes, porque a selecção não começou com Scolari nem vai terminar com Scolari .



Só a titulo de exemplo, na nossa vizinha Espanha o treinador campeão, sublinho campeão, foi despedido por não apresentar um futebol digno dos pergaminhos de excelência do clube em causa. Pensemos sobre isto.



P.S. Sou o fã número um de Scolari, mas estou acordado.

Que vão eles agora festejar???

Lá se foram os "bifes"!!!!

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Como Ricardo III.



Em dia de festejo face ao sofridíssimo apuramento da selecção para o próximo Europeu, não resisto a manifestar, neste espaço priveligiado, algumas críticas pertinentes.

É verdade que existe uma certa tendência, bem portuguesa, para euforias e melancolias excessivas, por isso pretendo ser tão claro e objectivo ( se tal é possível no reino do desporto rei)quanto os meus argumentos permitam.

Com o passar dos anos já assisti entre várias coisas, á gradual reabilitação do espírito e orgulho nacional (para sempre inesquecíveis as bandeiras nas casas de um povo) concomitantemente ao crescente prestígio internacional conseguido com o sangue, suor e lágrimas da geração de ouro portuguesa (culminado com a vénia de reconhecimento á consistência, talento e calculismo imperial de Luís Figo).

Em apenas uma década (anos noventa) passamos da equipa com futebol ingénuo, romântico, desgarrado e sem resultados concretos (é intragável aquela história de sermos uma espécie de Brasil da Europa) a uma verdadeira selecção, que impõe respeito aos adversários (este sim o verdadeiro termómetro face á verdadeira qualidade e valia de qualquer equipa, ao contrário dos falaciosos rankings em que parecem estar sempre as mesmas equipas variando apenas, e pontualmente, a ordem entre si).

A conquista de um espaço de relevo no futebol mundial pela selecção deveu-se a vários factores, 1) a maturidade profissional de vários jogadores, que souberam transportar para a selecção um novo espírito ganhador e uma mentalidade de maior exigência dos seus respectivos clubes internacionais (o olhar de Luís Figo antes de cada jogo era uma verdadeira demonstração do poder da mente sobre a massa bruta, como uma força da natureza domada, apenas á espera do momento certo para devastar tudo que se atravessasse no seu caminho) este factor foi coadjuvado por uma maior e mais reforçada liderança 2) basta fazermos o seguinte exercício, Carlos Queirós, António Oliveira, Humberto Coelho e Scolari, qual a natureza da qualidade que os separa do menos para o mais dotado, a resposta é simples , autoridade!

Ora depois da participação de Portugal em alguns torneios internacionais, a sensação é que agora estamos confortavelmente habituados a ganhar, no entanto, uma erva daninha espreita nos pobres e ilusórios resultados que a selecção conseguiu nesta última qualificação para o europeu, estou-me a referir a Ricardo, o "nosso" guarda-redes!

Ricardo faz-me lembrar o Ricardo III de Shakespeare, um ardiloso pretendente ao trono (a baliza da selecção) do verdadeiro rei (outrora Baía do Porto, hoje Quim do Benfica) com um doentio complexo de inferioridade, cuja fealdade interior (sobre esta não me pronuncio) e exterior, um nariz proeminente, deficiências físicas e aspecto efeminado ( é apenas coincidência que o Ricardo da selecção também tenha um nariz proeminente e voz efeminada, mesmo assim...) apenas confirma a sua sede de vingança mesquinha e vulgaridade.

Ricardo é um mau guarda-redes, todos sabemo-lo desde que Scolari o canonizou subjugando para o exílio (mas nunca para o esquecimento) o rei legitimo da baliza da selecção, o último grande guarda-redes português, Vítor Baía.

Ricardo é um mau guarda-redes porque :

1) não é tranquilo nem transmite confiança (Baía inspirava os outros jogadores pelo seu perfil de líder inato, sem necessidade de gesticular dramaticamente, ou recorrer a outros artifícios teatrais, patéticos e desnecessários como defender bolas sem luvas, ou marcar penáltis sem ser a sua função);

2) é vulgar tecnicamente, chega a ser ridícula a forma como claudica infantilmente entre os postes sem nunca agarrar uma bola (quando Baía se elevava para agarrar uma bola num cruzamento, o desfecho era quase sempre o mesmo, bola nas mãos, segura e firme, ponto final!);

3) já comprometeu a selecção com a sua incompetência e mediocridade (pelo menos quando Baía estava entre os postes, sabíamos que se fosse golo na nossa baliza o nosso adversário teria sido efectivamente melhor, mais rápido ou mais forte);

4) não é articulado nem fluente no discurso, quase sempre balbucia uma choradeira incompreensível e asmática cujo tom de soprano ofende e irrita dolorosamente os ouvidos de quem o ouve (Vítor Baía transmite com natural eloquência, rectidão e masculinidade as suas ideias e opiniões);

5) é mesquinho e sofre de vitimização crónica (homem, aceite que por vezes também erra. Vá lá, não custa nada, até o Baía o admitiu e ele era apenas humano!);

6) teve/tem um péssimo penteado (ainda tenho pesadelos quando penso naquelas patinhas de leão esculpidas no couro cabeludo de Ricardo num célebre jogo contra o Benfica).

Por tudo isto, penso que a selecção pode melhorar muito. Comecem pelo guarda-redes.

Partilhar emoções...

Campo de Concentração em Munique!!!

Durante o Mundial 2006, fui lá ver!!! Tristes Memórias!!!

eu não acredito, mas que há contos de fadas há

[435]

o propalado rapaz de nova iorque que encontrou a mulher da sua vida no metro, e que falou com ela apenas uns segundos, tendo a rapariga saído sem que ele soubesse mais pormenores, finalmente encontrou a rapariga.
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depois de criar um site com a sua descrição, para tentar encontrar a menina das "rosy cheeks", um amigo encontrou esse site e conseguir pôr os pombos em contacto.
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e logo de seguida o site terminou, garantindo o autor que teríamos de ser nós próprios a imaginar o final feliz daquela história.
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há coisas fantásticas, não há?
..
deve ter sido por isso que o [fontes do ídolo] apelidou esta sorte magnânima de, "invocação de deuses", ou das bruxas diria eu...há gajos com uma sorte...

eu não sei em relação a ti

[434]

mas eu prefiro isto,
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"when it's gray in LA i sure like it that way..."

"I don't know about you,
I get so sick of blues skies wherever they always appear..."

lodon wainwright

definições distorcidas

[433]

a frase do dia é, "zangam-se as comadres, descobrem as verdades...". acho que nunca tive tantas dúvidas sobre esta verdade. aliás digo-vos que tenho mais certezas de que o que se passa quando as comadres se zangam, há como resultado, o desvelar do pior da mentira. aquela que vem impregnada de meia verdade. de vingança. tal qual num divórcio, em que nenhuma das partes é culpada do sucedido, aparecem sempre os argumentos sujos pela força do ímpeto revanchista.
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eu nunca fui de intrigas e por isso vos digo que agora deixei-me de comadres. assim não me zango. nem dou apontamentos para um dia se entreterem com a minha vida. daí às vezes invejarem esse desprezo.
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"we all have to pay for our sins..." loudon wainwrigth

Frases do dia

"Enquanto o meu patrão fizer de conta que eu ganho muito, eu vou fazer de conta que trabalho muito !"

"Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão."

Pensatempos



Todas as sextas-feiras à tarde a partir das 17:45, dos estúdios da Rádio Bombolom, a excelência radiofónica :) de um programa sobre... Quase tudo. "Pensatempos" (termo inventado por Mia Couto) dá o título a este programa com sabor a Filosofia. Música, passatempos, entrevistas, cultura, notícias, e muito mais.

Pena não ser transmitido online para ser também ouvido em Portugal.

se consegues ouvir, escuta

[430]

na era do 3d, aqui vai um exemplo acabado das maravilhas do som 3d. ponham os head phones e deixem que o barbeiro vos corte o cabelo. impressionante o realismo.
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[AQUI]

fnac

[429]

aqui fica a programação até sexta-feira na fnac. deixo-vos no entanto reservada a surpresa para sexta-feira. aí digo-vos quem vai lá na segunda-feira (já tou em pulgas).
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portanto ainda hoje,
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amanhã apresenta-se à vossa apreciação,


e na sexta-feira é a vez de,
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acho que para já é tudo. como disse sexta enumerarei os concertos previstos para o fim-de-semana e para a segunda-feira.
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p.s. cliquem nas imagens para aumentar.

cinenimação

[428]

ontem, com a benesse da tmn (ofereceu-me um bilhete na compra de outro), fui repor os níveis de lamechice que me faltavam (preciso de dizer estas coisas às vezes por uma questão de imagem). mais a sério, o filme ao anoitecer [aqui têm a trailer], é de facto um exercício de direcção artística que me leva a dizer no final, a meryl streep nunca deveria morrer. uma história contorcida no tempo, em que no final da vida se tenta perceber até que ponto a vida foi bem vivida. na sua doença terminal, ela delira em momentos de flash back, recordando o momento alto da sua vida. no entanto, ao longo do filme percebemos que, vivas a vida como viveres, ela será sempre bem vivida. desde que não passem o tempo a lamentar as escolhas, até porque bem vistas as coisas, "there's no such thing as mistakes...".
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mas critica é no sítio do costume [cinemarama]. continuo a dizer que vou ao cinema sem bloco de apontamentos. escrevo uns desbafos para não ficar sozinho com eles. partilho a minha visão. para quem quiser. e depois divirtam-se.

Era uma vez um camurcina





Ainda se lembram quando os finos no B.A. passaram de 100 para 120 escudos?
Eu lembro-me disso e de muitas das estórias daí resultantes...
Alguém que muito orgulhosamente exibia 500 escudos e exclamava a bom som: 5 Finos!!
Sabendo então que o fino tinha passado para 120 escudos adiciona aos 500 escudos uma moeda de 20 e perante a atenta assistência... 5 Finos!

Isto, porque os camurcinas têem um passado e esta parte corria o risco de ficar no esquecimento.




terça-feira, 20 de novembro de 2007

Frank Black, depois dos Pixies, a carreira a solo, os Pixies...


Gostaria de registar o regresso de Black Francis, o mítico e pantagruélico vocalista dos Pixies, à boa forma. No seu albúm de regresso "Bluefinger"Frank Black parece finalmente aceitar o pesado fardo de "rock-icon" enquanto fundador de uma das principais bandas de referência nos anos oitenta/noventa (testamento corroborado pela fé com que o já canonizado Kurt Cobain depositava no "evangelho" musical dos Pixies) pela sua inacreditável fusão de elementos alternativos na composição e execução musical (as letras dos pixies falam-nos estridentemente desde o surrealismo de Un Chien Andalou até à pedofilia sem esquecer os OVNIS, sim, OVNIS, com sotaque espanhol!!!)


Charles Thompson IV, vulgo Frank Black volta a pegar naquilo que de melhor fez nos Pixies, a acutilância visceral dos seus rugidos, sussurros, ginchos e até risos, munindo-se de melodias com refrões e ganchos melódicos, preenchidos por linhas de percursão rápidas e impetuosas, sem esquecer o contributo indispensável que a voz feminina, hipnótica e monocórdica da sua esposa (em substituição da "Gigantic" Kim Deal) empresta à completude estrutural das músicas, de um albúm, bem pensado, executado, cantado e estruturado!


Quando um músico toca com inspiração, uma simplicidade brutal parece emanar naturalmente das suas palavras/composição. Sem complexos, sem recalcamentos, parece que finalmente Frank Black diverte-se e diverte-nos a tocar.


P.S.- Especial atenção ás seguintes músicas:


"Captain Pasty"- Registo punk, rápido, inspirado e desafiante (daquelas músicas que apetecem partir vidros e espancar alguém)


"Lolita"- melodia quasi-beatlesco pelo refrão que repete, sem complexos, as regras elementares de um adocicado "please, please me" e com uma sempre bucólica harmónica em replay dylanesco. (imprescindivel para bater côros)


"You Can't Break a Heart and Have It"- Música de ritmo contagiante e cavalgante, com acordes enigmáticos em crescendo. Como um assassino a respirar-nos sobre o pescoço. (Daquelas musicas com valor terapêutico, que nos fazem gritar em unissono o refrão em frente ao espelho)

mania da perseguição...ou não...

[425]

eu não vi nenhum jornal falar da maneira como nos minutos finais a finlândia ganhou o seu jogo passado contra o azerbaijão. no site da fifa podem ver o que se passou.
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eu não sou de manias da perseguição, mas que me parece que há gato escondido com rabo de fora, lá isso parece. cuidado com o gelo vindo do norte, ou com as artimanhas dos arranjos...

Memórias

escaganifobético!

Ontem dei por mim a dizer esta palavra!
Depois de passar o receio de a dizer alto, por medo de mais ninguém a conhecer, veio o sentimento de nostalgia associado a épocas em que tudo o que me era estranho era escaganifobético...

ou estrambólico.

Fotos que fizeram história (3)

A menina do Vietname

A 8 de junho de 1972, um avião norte-americano bombardeou a população de Trang Bang com napalm. Ali se encontrava Kim Phuc e sua família. Com a sua roupa em chamas, a menina de nove anos corria em meio ao povo desesperado e no momento, que suas roupas tinham sido consumidas, o fotógrafo Nic Ut registou a famosa imagem.
Depois, Nic levou-a para um hospital onde ela permaneceu por durante 14 meses sendo submetida a 17 operações de enxerto de pele. Qualquer um que vê essa fotografia, mesmo que menos sensível, poderá ver a profundidade do sofrimento, a desesperança, a dor humana na guerra, especialmente para as crianças. Hoje em dia Pham Thi Kim Phuc está casada, com dois filhos e reside no Canadá onde preside a "Fundação Kim Phuc", dedicada a ajudar as crianças vítimas da guerra e é embaixadora da UNESCO.

definições

[422]

nem sempre as definições têm necessidade de palavras. mesmo a vida não precisa das definições vagas e vãs. a frase de william shakespeare,
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"cowards die many times before their deaths, the valiant never taste of death but once."
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define o que tenho vindo a dizer algumas vezes.
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e o que não nos mata, fortalece-nos.

(re) citações

[421]


"O que me dói
são os silêncios nas horas pardas
as solidões profundas
pelos segundos acossadas
as ausências, as memórias
e os nadas.

O que me dói
são as alegrias de todas
as chegadas e as pulsações
descompassadas, esvaídas
em idas alvoradas.

O que me dói
são praias de areia fina
embrumadas e as afeições
parafinadas e as ausências
e as memórias e os nadas."


[Luís Eusébio]
tirado do [porto croft]

fnac

[420]

confesso que ando um pouco desiludido com a fnac. acho que o espaço não é condizente com a grandeza anunciada, nem estará de acordo com os pergaminhos que ela deveria albergar. digo isto porque quando vamos à fnac, e não tens à mão mais do que alguns livros que qualquer hiper tem, então julgo que tudo aquilo é redutor. redutor o espaço dos livros, redutor nas obras em escaparate, redutor porque tem muitas edições escondidas nas prateleira, sendo que a anunciada selecção de obras estrangeiras ou alternativas, ficou esquecida.
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há quem queira dormir lá [fontes do ídolo], e não há dúvida de que o espaço é aprazível, moderno e convidativo. mas redutor. há ali demasiada importância dada ao negócio de máquinas, telemóveis, televisões e câmaras de filmar.
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mas ainda assim é um espaço que vai fazer variar a oferta cultural. ontem estivemos lá a assistir a um concerto dos "a jigsaw", [aqui] têm uma das mais recentes, do álbum "letters from the boatman".
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já agora mais uma ideia. que tal tornarem o site da fnac mais simples ou pelo menos com mais destaque para os eventos diários? é que pelo número de pessoas que estavam ontem a assistir ao concerto não me parece que estivessem bem informadas. e depois ,como haverá quem não tenha a informação, não é muito fácil de a conseguir.
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(flyer de informação da FNAC)
(clique para aumentar a imagem)
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p.s. farei serviço público ao informar aqui com alguma antecedência os eventos da fnac.

"Nós somos como qualquer familia." (Tony Soprano)




Já muita coisa foi dita, e escrita, sobre a extraordinária série "Os Sopranos" que a RTP-2 tão honrosamente soube respeitar e acarinhar (sem as típicas repetições desnecessárias e horários absurdos a que são condenadas as outras séries congéneres) e este carácter de série de excepção, torna-se por demais evidente se pensarmos nos galardões (vinte e um (!!!) Emmy awards e cinco Golden Globes) com que já foi laureada, no entanto, a riqueza da história da série, as suas nuances e complexidade tornam pertinente uma análise mais detalhada a alguns dos seus aspectos.



Desta forma, é necessário fazer algumas ressalvas, em primeiro lugar, o facto de quando vermos os Sopranos termos a noção de que não estamos a observar um episódio esparso e perdido inconsequentemente numa qualquer linha narrativa, muito pelo contrário, os Sopranos foram concebidos como uma espécie de longa-longa metragem, para ser digerida muito, muito devagar (como quem prova um bom chocolate, ou um bom vinho!) em segundo lugar, a série pedir uma invulgar fidelidade (foram muitas as semanas em que me sentei religiosamente no meu sofá à segunda-feira, esperando pacientemente pelo momendo de revisitar a Jersey dos meus (anti) heróis) para mantêr a necessária e fluente continuidade dos seus arcos-narrativos, como quem abre portas que dão acesso a outras novas portas, sem nunca saltar etapas.



No seu inicio, David Chase, teria imaginado a série como uma espécie de telenovela de Gangsters ao bom estilo de Goodfellas de Scorcese (influência nunca reprimida, mas antes pelo contrário sublimada com grande ostentação) embora polvilhando-a com algumas idiossincracias de autor, nomeadamente, a psicanálise e todo a carga onírica freudiana, o "generation gap" entre pais e filhos e por último, o golpe de génio, a sublimação de uma relação distorcida e plena de ambiguidades entre uma mãe ( a maquiavélica e intratável Livia Sopranos/mãe de Chase) e o seu filho (o enternecedor e impiedoso mafioso Tony Soprano/o próprio Davis Chase).




Uma série sem paralelo, feita de todos os condimentos de um bom braciole (é fundamental o papel da comida na série tal como é na nossa vida, enquanto elo insubstituivel de união entre culturas e familias, até as da máfia) cuja receita percorre desde a mítica "mother-land" italiana plena de tradições e omertás perdidas até á America, suja, imoral, ambigua e perigosa dos dias de hoje, havia nascido e com ela a televisão unca mais seria a mesma... (continua)

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

a deliciosa sustentabilidade da cultura

[418]
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que a cultura sai cara, disso ninguém tem dúvidas. mas que há dinheiro bem empregue e merecido, a isso também não conheço quem resista.
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O DOM de Jorge Reis-Sá

editorial magnólia

para saberem a vontade, e a enorme satisfação com que eu devorei este magnífico livro, imaginem uma tosta mista, numa tarde em que foram nadar a tarde toda, e estão com um apetite daqueles, e aparece à vossa frente uma deliciosa tosta, com o queijo derretido a cair dos lados, o fiambre rosadinho e fresquinho a chamar por nós. que fazemos? abocanhamos a toda a força, para que ninguém tenha a veleidade de sequer nos interromper enquanto degustamos a peça.
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este livro, que parte de uma ideia autenticamente "saramaguiana", escreve uma inverosímil fábula (que o autor apelida de divertimento), e eu corroboro, garantindo até que foi um enorme divertimento para mim lê-lo. o DOM, é uma visão completamente nova para mim. nunca vi uma história contada pelos olhos de várias personagens.
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partindo da ideia de que fora de um centro comercial ninguém conseguiria viver, e que as pessoas que estivessem fora se transformariam em "contas", o autor desenvolve vários temas, como a sobrevivência, a organização da sociedade (incluindo em situação de crise) ou a verdadeira essência do ser humano, chegando a um final que eu achei um pouco penoso. é desconcertante e deixa-nos na dúvida. e mais não digo.
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aos companheiros mais próximos digo o mesmo de sempre, o livro está à vossa disposição.
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p.s. foi o primeiro livro que comprei por sugestão das pré-publicações do [miniscente].
p.s.2 agradeço a dedicatória do autor e a prestabilidade da editora.

a frustação dos meninos

[417]

é pois hora de dizer a verdade que custa todos. a frustração sexual de alguns mina este mundo desde a sua base. as relações pessoais muitas vezes dependentes da qualidade de vida de cada um, moldam-se ao sabor das frustrações constantes de cada individuo. em alguns é tamanha a vã glória de se elevar ao altar dos dias, que não conseguem disfarçar a agonia interior que definitivamente tolda a visão simples. eu tenho a dizer que tenho pena deles. sentiria o mesmo se não tivesse conhecido mulheres. ou se, as que tivesse estado em comunhão, não enchessem as medidas da minha palma da mão esquerda (é a menos exigente). daí que bem haja quem consegue viver assim. estou-lhes grato pela ajuda que me deram. percebi há muito que existe a possibilidade de nesta vida passarmos ao lado da felicidade, e ao mesmo tempo de não conseguirmos saber se existia uma cara metade.
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isto vem no seguimento de outras frustrações. fala-se na [escrita casual], da necessidade do macho em afirmar-se pela força. é a desculpa dos fracos e dos frustrados.
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"[...] os homens não querem unicamente a obediência das mulheres, querem também os seus sentimentos. todos os homens, à excepção dos mais grosseiros, desejam ter, na mulher a quem estão mais intimamente ligados, não uma escrava forçada, mas uma escrava voluntária, e não somente uma escrava, mas uma favorita. recorreram, por conseguinte, a todas as estratégias para escravizar as suas mentes. [...]"
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desculpem a longa passagem. mas por vezes é necessário desvendar alguns caminhos que se percorrem, por essas caras fechadas que não sabem a limitação que carregam. eu agradeço.

capitão, ó meu capitão

[416]
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quando vejo, ou revejo melhor dizendo, o "capitão corelli", lembro-me sempre do dia em que o nosso amigo baptista, com o seu livro debaixo do braço, e com o marcador a mais de meio do livro (que não era pequeno) e eu na minha mais pura inocência, lhe desvendei o mistério da saga, julgando que toda a gente já tinha visto o filme "o nome da rosa". efectivamente ele não tinha visto. e eu estraguei o trabalhão que o homem teve em chegar àquela fase psicológica, difícil de quebrar, em que nos decidimos a ler um calhamaço.
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vem isto a propósito de eu preferir ler os livros e só depois apreciar a adaptação cinematográfica da obra. o caso do filme "o crime do padre amaro", é um exemplo excepcional da qualidade que se perde no processo de tranformação (embora a amélia estivesses bem servida de qualidade). já o caso d' "o nome da rosa"é exactamente o oposto, também sei que perdi uma grande leitura pelo facto de ter para mim que não se abrem excepções à regra. e não lerei nenhum livro que já tenha visto adaptado ao cinema.
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o "capitão corelli" é um dos livros que ficarei na dúvida sobre a sua qualidade. se for tão bom como o filme então sei que perdi uma excelente obra.
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e depois o nosso amigo baptista é a cara daquele personagem. a tocar bandolim para conquistar aquela beldade. e o filme é uma delicia.
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será que tenho razão?

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Fotos que fizeram história (2)

Execução em Saigon

"O coronel assassinou o preso; mas e eu... assassinei ocoronel com minha câmara?" - Palavras de Eddie Adams, fotógrafo de guerra, autor desta foto que mostra o assassinato, em um de fevereiro de 1968, por parte do chefe de polícia de Saigon, a sangue frio, de um guerrilheiro doVietcong.
Adams, correspondente em 13 guerras, obteve por esta fotografia um prêmio Pulitzer; mas ficou tão emocionalmente tocado com ela que se converteu em fotógrafo paisagístico.

dever cumprido

[414]


" [...] Nunca respondo a provocações idiotas. O meu pai sempre me disse: ‘nunca te atires à lama a lutar com um porco – primeiro, porque te sujas; segundo, porque é disso que o porco gosta.’ [...] "

Walter Winchell (1897-1972 ) jornalista americano

via [rua da judiaria]

é verdade. só respondo a provocações quando elas vêm de alguém que se eleva acima do que eu vejo.

leiam ou leiam outra vez

[413]
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leiam as coisas que por aí se escrevem,
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O que é minhoto é bom - para quando a nossa revolução
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Escrevam ao coronel - tons de azul
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O sexo de Nietzsche - estado civil
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e a inesgotável vida da [luz acesa]

tiradas impetuosas

[412]
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aqui, na [escrita casual], diz-se o que se pode fazer para ser feliz, mesmo que nos condenemos ao vício do consumo (livros , filmes e cd's - mais jornais e revistas - sublinho eu). o sentimento de posse, principalmente de um livro, é algo de extraordinário. o cuidado com que lhe tocamos ao ler, como se fosse ao escritor que transportassemos, e a calma como folheamos as páginas , são a prova da vida que ele tem. e depois, mesmo que fique na estante, estará a olhar para (e por) nós todos os dias.
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diz o gustavo sampaio,
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"[...] é estúpida, esta analogia entre o sentimento de posse e a felicidade, mas, na minha pessoa, só se manifesta relativamente a livros, discos e filmes. e quanto às mulheres? nada de possessividade, garanto. porquê? porque quanto mais livres, mais misteriosas, logo mais sedutoras, e mais apaixonantes. uma mulher "cativa" é um aborrecimento constante, como que uma flor sem sol, murchando a cada novo condicionalismo masculino. leiam marcel proust e interiorizem o desastre para onde caminham, indelevelmente, ao aprisionar uma mulher que deseja ser livre, ou seja, uma mulher digna de ser amada [...]"

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Fotos que fizeram história (1)

A imagem de Che

A famosa foto de Che Guevara, conhecida formalmente como "Guerrilheiro Heróico", onde aparece seu rosto com a boina negra olhando ao longe, foi tirada por Alberto Korda em cinco de março de 1960 quando Guevara tinha 31 anos num enterro de vítimas de uma explosão. Somente foi publicada sete anos depois.
O Instituto de Arte de Maryland - EUA denominou-a "A mais famosa fotografia e maior ícone gráfico do mundo do século XX".
É, sem sombra de dúvidas, a imagem mais reproduzida de toda a história expressa um símbolo universal de rebeldia, em todas suas interpretações, (segue sendo um ícone para a juventude não filiada às tendências políticas principais).

mesa de cabeceira

[410]
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pedaços de escrita pousados e inertes à espera dos meus olhos.
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confesso que a leitura e o cinema têm sido os momentos mais despertadores da minha consciência hibernante.

a frase do dia

[409]

há dias que se devem exprimir de forma simples. e há frases que se ocupam dessa tarefa de forma rápida, curta e directa,
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"arranja-me uma viagem low-cost para outro mundo..."
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não diria melhor.

Cáfila

Ontem, um conjunto de camelos (significado do susbstantivo comum: cáfila), deu a ganhar 50.000 euros, e a concorrente terminou dizendo:" afinal, eu sei mais que um míudo de dez anos."

Andam para aí tantos à solta... e sem utilidade para ninguém!!!!

P.S: alguns até utilizam a internet...

cinenimação

[407]
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de facto fiquei surpreendido e realmente é algo que nunca tinha visto. este filme, já destrinçado pelo nosso Onun, é de facto um marco na comédia. há a ideia de criar uma comédia sem as piadas sexuais corriqueiras, e depois o soft-core é realmente hilariante.
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em "um azar do caraças" - "knocked up" na versão original - há uma mistura de "notting hill" com "american pie", que lhe dá um toque diferente do usual argumento de comédia. sem dúvida que vale a pena ir ver esta inauguração de um novo estilo.
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até a música final (propensa a apelar à lágrima) está muito bem escolhida. louden wainwright - 3. Daughter.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

se eu fosse uma música de josé cid...

[406]

testem a vossa na rádio comercial. tio cid power!

then little by little in substance too

[405]
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era a noite que descia. não eras tu que caías. dentro da tua depressão (o que é uma depressão?). era a noite que entrava e não se anunciava. era a noite dos sonhos perdidos e das esperanças achadas. senti que era a última oportunidade de sair desse buraco com cheiro a terra molhada, a depressão (o que é uma depressão?).
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sem sentido, estava à espera de que o calor que envolve a tua cara me enchesse as medidas do sabor dos tempos. idos. foi nesse momento, ainda mal discutido, que saíste. dizias que era a solução para resolver esse problema.
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e a depressão (que é afinal a depressão?), estava ali como companheira inseparável a confortar-me. eu sei que as palavras tinham comprado o espaço e que aos poucos a substância ia diluída na imaginação do que querias ser. mas não foste. e a depressão (que raio! que é isso da depressão?), saiu à noite para comprar um cigarro. e não voltou.
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nem a depressão, nem o cigarro.

first offer me in words

[404]

havia naqueles dias frios uma brisa matinal que aquecia os dedos, mas só quando o sol incidia sem inclinação. eu via as manhãs como elas eram, na sua essência, em parte brutais arranques de consciência aos sonhos, noutras vezes mais doce como o embalar das horas crescentes.
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era naquela terra o homem das coisas simples. via em linhas desenhadas no ar, os ângulos e as inclinações que faziam as ruas e os edifícios. e depois de anos sem fio, passos firmes e desenvoltos, voltei há minha terra. a esta terra. onde ainda sei que no natal se comemora o nascer do menino. ali naquela meia-noite de galos, esfreguei as mãos no calor da brasa para me aquecer. e as noites eram de alegria em fundo preto. só o granito destoava.
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sei que aqui, pertenço aos moderadores do tempo certo. aos que sabem que o tempo aqui passa sem pressa porque nascemos aqui. e aos que sabem que quem morre um dia volta de manhã a esfregar as mãos para as aquecer.
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e todos juntos, somos estas pedras desabitadas.