sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Fugir a boca para a verdade!!!

rascunho de acerto

rugby, lobos e surpresas

está a decorrer uma votação a nível internacional para elegermos a equipa que mais impressionou no mundial de rugby. a votação decorre [AQUI].

resultados até ao dia de hoje,

Canada 0.50%
USA 0.52%
Namibia 0.83%
Georgia 2.95%
Fiji 0.36%
Tonga 2.20%
Samoa 0.43%
Japan 0.28%
Portugal 91.52%
Romania 0.40%


bem visto, lá por fora. e por cá? será que já votaram?

a carta de despedida

decidi deixar uma carta de despedida.

sem papel torna-se difícil. sem palavras ainda mais. sem vontade muito menos.
escolhi o dia certo para escrever o que tem de ser dito. mais dia menos dia tinha de o fazer.

sem a certeza de que posso ir em paz, vou escrevendo o que posso dizer. sem mágoa. deixo tudo o quis ser e não consegui, mesmo que para tal nada tivesse feito. esperei sentado muitas vezes que me invadisse uma vontade franca e uma força destra para me erguer perante o escoar do tempo. ampulheta de vida estúpida que nunca parou. se bem que eu nunca a virei também. esperei que as vontades me sacudissem, e no entanto deixei-me levar pela incolor e calma onda de rio de verão, que nos embala. ensonei demasiados dia e vi passar diante dos olhos, os caminhos que nunca tomaria sem o desiderato interior cimentado. era uma ponte romana. fui um arco perfeito.

(espero que quem ler, entenda que parto de bem com a vida. a culpa foi e será minha. foi delito cometido perante as regras escritas em papiros que deixaram à minha nascença. deixaram-nos em árvores a germinar frutos que eu nunca colhi.)

parto então doente de doença minha. doença que contagiei a mim próprio. vírus poderoso que se entranhou demasiado fundo nos anos passando. e eu deixei. nem antídoto, nem antibiótico. agora nem remédio.

quero dizer aos amigos que os guardo a bem. em gavetas ordenadas pela vossa importante tarefa de me privarem deste tormento por muitos dias. fui bom para vós. lembrem-me de cor. e com recordar solarengo de nuvens pequenas deslizando sobre o nada...

o nada. para onde caminho.

o nada.

p.s.1 suponho que foi encontrada no ano da morte de ricardo reis.
p.s.2 suponho também que o ilustre desconhecido que a escreveu, não deixou escrito motivo aparente para o que aconteceu.
p.s.3 suponho que se a encontrassem em mais mesas de cabeceira não seria surreal.

despeço-te

(sentado na berma da estrada, junto aos separadores da rua, estive a contar os carros verdes que passaram. e depois contei os que traziam uma só pessoa, e depois os que vinham de vidros abertos, e depois os que...e depois esqueci-me do que tinha contado. pensei que seria um pouco inútil perder tempo com essa tarefa. se bem que naquela hora eu não sentia necessidade de pensar em nada. e aquilo até era engraçado.)

lembro-me dos joelhos tortos. dos anéis que chamavam atenção a quem seguia em qualquer outro lado da rua.

(mas aquele momento é sempre difícil perceber o que se sente de real e o que se não se sente de imaginário. depois de duas horas, e depois de um velho se ter sentado na paragem do autocarro a falar sozinho, decidi então que o melhor era não fazer nada. absolutamente nada. para a despedida de todos os dias, que vem acontecendo a todas as horas, eu assinei em branco, de olhos fechados.)

lembro-me até de ter estado no alto do edifício e de ter sentido vertigens. aquele era também um estado de alma em queda. só não a vemos cair mas ela vai e vem. por isso sentimos fugir as alturas.

(com dias dispersos no calendário, segui como na cabra-cega, um jogo do esconde-esconde em que todos vemos tudo.)

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

despeço-me

(deitei-me já cansado e sem força sequer para te ligar. olhei ainda a luz que invadia o quarto pela janela meio fechada. acendi o cigarro (maldito vício de fumar deitado na cama). fumei o cigarro. apaguei o cigarro. acendi outro cigarro. o tempo passa sobre a cinza em lentas golfadas de fumo. nem sei muito bem onde fui buscar esta marca. desencadeei então uma série de pensamentos cuja conclusão foi demorada e pensada.)

preciso dormir.

enfim dormi. ou não. amanhã quando acordar logo verei.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

cai neve em braga

(foto via [bracara augusta] retirada DAQUI)
.
cai não, caíu! e não me lembro de ter visto, até ao dia de hoje, neve como naquele magnífico dia. já falei várias vezes deste fenómeno e poucos se lembram deste dia (pelo menos os da minha idade). eu não me esqueci e só posso agradecer ao blog [bracara augusta] pelo achado desta foto(há mais AQUI).

p.s. segundo o site de onde foi retirada a foto, ainda não sabiam o autor desta magnífica foto.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Parece-me uma boa iniciativa ...

Isto é que me parece uma boa iniciativa.
Registos de Interesses dos Deputados da Assembleia da República:
http://www.parlamento.pt/deputados/Deputados_RegistoInteresses.aspx
Agora venham de lá os críticos dizer que é pouco e que devia ser mais, e que não se faz nada, e que é um país de merda, e somos uns atrasados e uns coitadinhos....


LDS

vida, vidinha, se te visse por aí

dizia com muita calma e descontracção,

"[...] Não me faças mais promessas
dessas cheias de ilusão,
Não lhe vendas mais quimeras
ao meu pobre coração,

não lhes digas mais que...não.[...]"

Xaile - Faixa 10

Assim dito parece que ela é cruel, mas na realidade só o é mesmo para alguns...

100ª página

[via avenida central]

«Se tivesse que escrever um livro de moral, as primeiras 99 páginas ficariam em branco e na 100ª PÁGINA escreveria uma só frase: Existe um único dever, o dever de amar»
[Albert Camus]

Via [Avenida Central]

Ao que parece a livraria mais "fresca" e "arejada" da cidade, mudou de local. Podemos ver na página da rede, [AQUI], a suas novidades e actividades e também a sua nova LOCALIZAÇÃO.

Como muita gente gostará deste espaço, fica o esclarecimento ou a novidade para os mais distraídos.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

será-que-existem-novas-estórias-ou-são-sempre-as-mesmas-disfarçadas-noutras-pessoas?

"[...]Houve dias em que a ternura era uma maravilhosa praga de gafanhotos, aos pulos por todo o corpo, a devastar todas as dúvidas que bloqueavam o tango. «We’re going to see the Wizard, the wonderful wizard of Oz», cantavam os dois no duche, e aquela alegria infantil era um milagre para duas pessoas que tinham residência fixa na melancolia.[...]"

pré publicação da obra " O Vírus da Vida", JP Simões - André Carrilho, Sextante Editora, Lisboa, 2007

pela amostra parece ser interessante o suficiente para pensar em comprar.

via [miniscente]

FRASE DO DIA! CURTA.... MAS OBJECTIVA!

"Quando Galileu demonstrou que a Terra girava, já os bêbados sabiam disso há séculos..."

FERNANDO QUÊ?



Fernando, "O Rocha"!
É do melhor que já vi nos últimos tempos...fazem de tudo para vender a alma à televisão.

Via [fontes do ídolo].

domingo, 23 de setembro de 2007

Vamos la apoiar o Braga!!!

Está uma bonita tarde de domingo... Já vesti a camisola do Sp. de Braga (que me foi oferecida pelo Vandinho há duas épocas atrás) e preparo-me para ir apoiar o Enorme neste desafio contra os lampiões...
Não fiques em casa... vem dar o teu apoio também!!!!

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Theatro Circo

meus amigos, como prometido, deixo-vos aqui a minha opinião sobre o espectáculo de ontem, no theatro circo.
.
apesar de nunca ter visto um espectáculo parecido (embora comece pela magia e ilusionismo) posso dizer que, pela comédia que impôs, ao mesmo tempo que criava ambiente familiar com o público, considero ter sido um bom momento. O resultado muitas vezes conseguido com os números, não era propriamente brilhante, nem se pode considerar que ele seja grande contorcionista, nem muito ágil. considero que o seu ponto forte é realmente a alegria que vai incutindo entre o público, que lhe vai dando a confiança necessária e a empatia necessária a um bom resultado final.
.
pelo que vi promete o festival burlesco...
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p.s. próximo espectáculo, VERMILION LIES. dia 6 de outubro - 21h30 - theatro circo

Foi há 60 Anos



Hoje o Agrupamento 458 do Corpo Nacional de Escutas, de Real, está de parabéns, foi precisamente há 60 anos, no dia 21 de Setembro de 1947 que nasceu este movimento na freguesia.

Ao assinalar 60 anos de existência, quase sempre esplendorosa, é naturalmente forte motivo de grande orgulho e alegria. Em termos humanos, 60 anos, é uma idade provecta. Infelizmente já não acontece a muitas das associações que, tal como o C.N.E de Real, continua pujante e determinado em olhar o futuro; futuro esse que desejo que seja cada vez melhor, pois deve ser essa a vossa grande força e coragem.

Evocar tão bonito aniversário é, em ultima análise, relembrar que só aqui se chegou, porque muitos lutaram e trabalharam para tornarem possível edificar esta salutar associação. São por isso todos os que passaram pelo C.N.E de Real, merecedores de admiração e louvor.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

sem mágoa na ponta dos dedos

(deixei de escrever há muitos anos. não tinha porque continuar. deixei de viver na terra onde viviam os astutos criadores. deixei a minha casa nesse vale encrostado na montanha verde. deixei os amigos que acreditavam ainda na força das palavras. e insistiam em escrever para mudar o mundo. deixei alguns sentados a olhar há anos a ver o sol a nascer e a por-se. deixei outros deitados e cansados de tanto esperar pela sabedoria iluminada. deixei outros que também tinham desistido como eu, mas insistiam em esperar que alguém descobrisse o elixir. a pedra. alguém que reinventasse o toque de midas. deixei esse deserto de soluções e caminhei em busca do meu fim pessoal. deixei de escrever e comecei a ver.)

deixei de escrever para te começar a ver. sem mágoa na ponta dos dedos.

Taça UEFA: Braga defrontra Hammarby



Passei aqui, apenas para desejar boa sorte a todos os clubes portugueses envolvidos na 1ª eliminatória da Taça UEFA...

Em especial ao Enorme!!! S. C. Braga!!!

amanhã será cedo demais...

(amanhã quando chegares da viagem, estarei à espera das tuas palavras. sempre esperei pelas mensagens que transportas. na guerra há sempre alguém que carrega as boas e as más. nesta guerra és tu que as carregas. mas eu não espero carta nenhuma. espero por ti. tu sempre foste a boa-nova. quando regressares da tua viagem, eu estarei à espera do teu sorriso. sorriso de letras e pontos. sorriso de exclamação e interrogação. sorriso sem ponto final. espero por ti, mas não voltes sem antes passares pela capela. pela igreja. pelo cruzeiro. pelo mosteiro. pelos caminhos ancestrais. leva as boas a todos e más a ninguém. deixa as missivas nas portas e nos correios. deixa alegrias e tristezas. depois volta a casa. e trás o teu endereço. trás a tua morada. trás à tua mulher, o único destinatário que conhece.)

volta a casa. e volta sem cartas.

visto daqui...

"Porque eu sou do tamanho do que vejo. E não do tamanho da minha altura."

Fernando Pessoa
via [a mesa da ciência]


mais e melhor que isto só nos imalaias, é mais alto.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Epitáfio

"Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer [...]

Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se por
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor [...]"

Titãs

se eu fosse forte, faria forte a força que necessito.
mas ainda assim sobeja-me a que te falta...

burlados

amanhã estaremos (muitos ou bastantes) no theatro circo, para assistir a um espectáculo que, espero, seja genial...

TOMÁS KUBÍNEK


via [theatro circo]

vejam [AQUI] um vídeo maravilhoso do artista...

p.s. para os invejosos sexta-feira dedico um post a descrever o que vi.

Lhasa *

existem histórias que merecem ser repetidas até à exaustão. via [para quando a nossa revolução], deixo-vos esta triste história.

"[...]Sherab tinha 15 anos, era monja e vivia no Tibete. Em 1992, foi presa por criticar o regime chinês. Na cadeia, algum tempo depois, foi castigada. Motivo: cantou música "subversiva" com as suas companheiras de cela. Segundo os relatos agora divulgados pela revista, a rapariga de 15 anos foi espancada com bastões eléctricos e com tubos de plástico cheios de areia. Ficou irreconhecível, com lesões nas costas, com os rins e os pulmões destruídos. Perdeu a memória e passou dois meses quase sem se conseguir alimentar. Resultado: Em Abril de 1995, morreu.[...]"

não há dúvida que o mesmo peso para pedirmos a libertação de Timor, serve para a medida da liberdade do Tibete.

* para este blog continua a ser a capital do tibete.

cinema e + cinema

sessão extensa de cinema no dia de ontem, a saber,

  1. f.c.porto - liverpool
  2. milan - benfica
  3. declaro-vos marido e ... marido
  4. o gang do pi

só um deles foi animado...

mais rendições

"[...] Quero tocar cada um dos teus mil sinais, talvez deles se desdobre um desenho escondido.[...] Queria saber de cor o caminho dos teus sinais, de cada ponto castanho..."

via [com a luz acesa]

terça-feira, 18 de setembro de 2007

e findou o cheiro a maresia

adeus verão periclitante. adeus e não voltes mais. pelo menos assim envergonhado, não. volta em todos os meses de supetão. em dias que fizeres questão. nunca venhas de mansinho, nem mostres garras de antemão. abana os dias e os descrentes, e mostra a todos o poder dos raios combatentes.

para todos os camurcinas.
aqui fica a saudade do verão, assim dita sem sermão,

"O verão era a tua hora de grandes libações, lembro-me de no "café" te ver com frequência bebendo uma tarde inteira, enchendo a mesa de vidros que mandavas retirar para não publicares a tua sede."

(Vergílio Ferreira, Aparição, Portugália Editora, Lisboa, 1960, p.260)
via [miniscente]

espasmos delirosos

em terra de sonâmbulos, quem tem um despertador é rei.

bom dia...

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Correspondente em Bissau


Já está em Bissau o correspondente em África do "Blog dos Cinco Pês". Brevemente em directo, via messenger. Com a qualidade da ligação vai ser tipo Carlos Fino na Guerra do Golfo...

monday sleepy monday

acordem para a semana com poesia...


Há quem peça apenas razões para acreditar
que tempo e eternidade não são sinónimos
e que a noite não adormece apenas cadáveres
há quem sempre acorde na esperança da luz
e nunca desista
que nenhum escultor dispensa
a verdade do cinzel interior.

Ademar

Via [Abnoxio]

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Tudo por Acaso



Acasos muito esclarecedores.
Aprendam meninas e meninos, aprendam...

1. Sabem em que consiste a "manutenção" do site do ministério da justiça?
Não? Ok! Eu esclareço: trata-se de actualizar conteúdos, um trabalho que provavelmente muitos dos nossos miúdos fazem lá na escola ou em casa "com uma perna às costas".
Por falar em "costas" acham que o ministro Costa recorreu ao ATL e pediu um puto qualquer para tratar do assunto?
Não! trata-se de uma tarefa altamente técnica que justifica uma remuneração de 3.254,00 euros mais o subsídio de almoço, claro!!!
2. E sabem quem tem o perfil adequado a essa extremamente especializada função?
Não? Ok! Eu esclareço. Trata-se de Susana Isabel Costa Dutra. Susana Isabel Costa Dutra , é (por um acaso daqueles que só acontecem... em Portugal !) filha do ministro Alberto Costa.
Aqui postei este despacho, pois pode haver alguém que não tem acesso aoDiário da República, ficando assim prejudicado de saber que "lá vamos, cantando e rindo, levados, levados sim,.........." Ai ai!

A parceria - Parte II

Via [Fontes do Ídolo], deixo-vos aqui uma parte do texto levado à assembleia municipal de braga, e que faz parte da proposta para a parceria publico-privada para a realização de algumas obras.

[...]"No que concerne à instalação de pisos sintéticos e arranjo de balneários serão contempladas, neste âmbito, as freguesias de Arcos São Paio, Aveleda, Celeirós, Cunha, Fraião, Frossos, Gondizalves, Guisande, Lomar, Maximinos, Merelim São Paio, Navarra, Nogueira, Padim da Graça, Palmeira (Póvoa), Pedralva, Santa Lucrécia, São Lázaro (Camélias II), São Vicente (Bairro da Misericórdia), Tadim, Arentim, Cabreiros, Crespos, Espinho, Este São Mamede, Este São Pedro, Figueiredo, Mire de Tibães, Morreira, Panoias, Parada de Tibães, Semelhe, Sequeira, Parada de Tibães, Vilaça e Vimieiro."[...]

Longe da discussão que se gerou em torno disto, apenas pergunto onde está a freguesia de REAL?
Será que as obras necessárias nos balneários do Realense F.C., que serve dezenas de miúdos, teimam em ficar esquecidas?
Ou será que um caldeira e umas pinturas afectariam o orçamento de 70 milhões?

isto é que afecta a gente da minha terra. por isso, sem politica abram os olhos e toca a encher a caixa de e-mail da junta de freguesia de real. [AQUI]

p.s. se não conseguirem enviar nenhuma reclamação ou e-mail, não se inquietem muito. é mesmo porque nada daquilo funciona.

fragmento

" [...] A indumentária jamais será eco do brilhante segredo interior, onde libertamos todas as esperas desesperadas, jamais será o que irradia do núcleo interior do desejo, por exemplo. A indumentária é apenas glosa metafórica da, por vezes, penosa situação moral, intelectual e representa, quase sempre, o ressoar e o resumo das plurais misérias da nossa época.[...]"

Via [Fontes do Ídolo]


sempre pertinente e cada vez mais actual. poeira que nos cega. lama que tentam esconder. enfim, tédio que brilha.

p.s. perdoem-me o meu comentário.

viagem ao longínquo

(naquele tempo ainda éramos pequenos demais para perceber. estávamos sempre sentados nos mesmos passeios junto da estrada. alinhados pelos desejos traquinas. ríamos sem perceber o porquê, ou sem mais motivos desatávamos a correr. sempre que a fome atacava era logo traçado o plano de ataque às videiras mais próximas. o resultado quase sempre era um susto e uma corrida.)

(nem sei mais onde guardei essas memórias. quero pensar nisso e não sei onde estão os meus velhos amigos. nem sei o que dizíamos para nos rirmos daquela maneira despreocupada. ou então sei. éramos inocentes num mundo inocente. e hoje somos crentes num mundo descrente.)

(se um dia voltar a sentar alinhado, num passeio qualquer e vocês voltarem, nem que seja uma sombra de vós, então estarei pronto para voltar ao meu baú. das memórias. que um dia foram folhas caídas da ramada.)

malditas memórias, que com asas de cera, te deixas apagar pelo sol do tempo.

luz no início do túnel



onde já não houver mais caminhos, e onde as estradas terminarem, eu estarei lá para te mostrar que isso não é o fim. é só uma paragem reflexiva.


sem saber isso nunca te teria visto, claramente vista.

renascimento grego

todos os mitos se esfumam perante as realidades confirmadas. sem mais palavras ou sem mais imagens, e diante dos factos, não temos argumentos que desconstruam a aparência. quem quiser seguir labirintos, quando o que se pede é que sigam por linhas rectas, então a tarefa torna-se não-humana.

(sem monções, nem ventos. sem correntes de marés, nem tempestades. assim chegou o dia.)

hoje é dia da graça de nosso senhor el-rei d. prometido,

14 de agosto do ano de MMVII

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

viagem ao início

(pareces sempre o sol. a colina de verde escuro pintada, e salpicada em momentos de amarelo, mostra a vista maravilhosa das rochas animadas. sabem que sabes a verdade. e depois de ti milhares de outros saberão. nem é difcil de adivinhar.)

- queres ir até perto da albufeira?
- sim podemos, desde que não caminhemos muito depressa.
- pois será bom que andemos ligeiros. está a caír a noite.
- sim sigamos pelo trilho, então que os caminhos são melhores.

(desde tempos imemoriais que descem e sobem por estas colinas as pessoas desta terra. já são poucos. os que resistem vivem muitas vezes sem sentido. sem condições. mas para esses era já tarde para mudar. mudaram mais rápido os caminhos.)

- estas estradas devem ter muitas histórias pra contar...
- sim. este caminho é o mais natural de ligação à europa. não é à toa que napoleão o escolheu para invadir portugal.
- pois. napoleão à parte, isto é mesmo bonito. quem perdeu a guerra ficou satisfeito. pelo menos com a paisagem...

(sabes desde que criaram o tempo que estas viagens são elixires. fazes de fio e pavio para acenderes a chama. fechas as portas, que encostadas fazem soprar correntes arrojadas de fantasmas. nem os vês, nem os sentes. mas sabes que os fazes desaparecer.)

à noite as estrelas ouvem os sons delirantes do rádio,

[...]have you come here to play jesus, to the lepers in your head[...]
U2

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Dalai Lama visita Portugal

Dalai Lama, o líder político e espiritual do Tibete, Prémio Nobel da Paz em 1989, chegou hoje a Portugal para uma visita de cinco dias ao país.
Não será recebido oficialmente pelo governo Português. Também não está previsto qualquer encontro entre o líder espiritual tibetano e o Presidente da República - Aníbal Cavaco Silva.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, a decisão do governo de não receber oficialmente o Dalai Lama foi assumida no contexto das boas relações com a China e não decorre de nenhuma pressão.
... Sr. Ministro mas que raio de boas relações são essas, em que se combina que não se há-de receber oficialmente o líder espiritual do Tibete??? Aquele que luta pela autonomia daquela região, para que esta conserve e viva a sua cultura, incluindo a religião (o que actualmente não lhes é permitido, porque o regime chinês considera que a religião é uma doença para mente). Parece-me que esta atitude, quer do Governo, quer do Presidente da República, visa não ferir a sensibilidade com o governo chinês... não queiram tapar o sol com a peneira...

rendição incondicional...

" Aconchegada no seu ombro, deixava que os dedos deslizassem por aquele braço, interrompidos aqui e ali, nalgum pedaço surpreendente de pele. Estendia as pernas. E os dedos, livres de sapatos, sentiam o tapete áspero, descobriam pedaços de areia solta de fim de verão e uma pétala de buganvília esquecida. A última vez que pusera os pés no chão estava ainda à porta de casa. I've never known what's good for me. Ali à frente, numa sucessão de clarões e sons, com três metros de altura e muito sorridente, já não estava uma actriz desconhecida, antes a sua sala. Abriu a janela do carro, tão depressa, só para ter a certeza de ser também sua, a voz que ecoava. Era sua e falava de borboletas brancas com uma única pinta preta. Não sabia em que lugar estaria, da próxima vez que calçasse os sapatos. Tudo aquilo com que cada um de nós consegue viver. Desenhara limites e imaginara-se desse modo. Depois, numa tarde qualquer, descobria-se deste modo. Como se uma faca cortante separasse a pele, silenciosamente. Com um impulso voava e já não ouvia a voz que a chamava, que a abraçava, e nem sentia uma perna forte que se apoiava com força na sua. Just keep telling me facts and keep making me smile. Enquanto voava, voltara a sentar-se no carro, agarrara a mão de dedos esguios pousada no volante e levava alguns daqueles dedos à boca, sentia-os e dizia-lhe baixinho, sorrindo, gosto da força de tudo aquilo com que cada um consegue sonhar."


Por Abbie

via [com a luz acesa]
encontramos em [escrita causual]

discursos d'antigamente

" Ophelinha:
[...]
Quem ama verdadeiramente não escreve cartas que parecem requerimentos de advogado. O amor não estuda tanto as cousas, nem trata os outros como réus que é preciso "entalar".
[...]
E adeus até amanhã, meu anjo.

Um quarteirão de milhares de beijos do teu, sempre teu


Fernando. "

fernando pessoa, cartas a ophélia

Mais um negócio "Obscuro"???

O edil da nossa mui nobre cidade, o Eng. Mesquita Machado, prepara-se para criar uma nova sociedade anónima, com os empreiteiros do costume, onde a Câmara Municipal terá uma participação minoritária, para a esta poderem ser atribuídas as obras de grande vulto que se avizinham na nossa cidade...
Uma forma de a Câmara, tornear a questão do endividamento das autarquias dirá o nosso edil, eu não sei não,... um negócio de milhões, com betão pelo meio... cheira-me a esturro... para não dizer mais nada...

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Bolinhas


Booolinhas ... com creme ... sem creme!!!

Foi esta a azafama dos(as) vendedores de bolinhas. À frente da ASAE!!

E toca a correr porque senão o creme aquece!!!
"-Hoje a menina bonita nao paga!!! ... Mas também não come!!!"
Este é que é nosso portugal no coração!!

Já cheguei das vacaciones...


Como diria o " Zé Saraiva", "foi aqui que passei nestas magníficas praias, uns maravilhosos dias de férias".
Pois é mas o que é bom acaba sempre depressa, cá estou de regresso... e não podia deixar de cá vir cumprimentar os camurcinas...

que farei com este mapa

(descobri que tinha guardado há anos um mapa. nunca tinha percebido qual o seu objectivo. nunca desvendei o seu caminho. só a marca servia de bússola. e dizia em letras pequenas que o guardasse. na mesa mais à cabeceira virada a sul.)

(nunca pensei que os mapas nos indicassem caminhos difíceis. tortuosos. nunca mais peguei nele. nunca me levou a lado nenhum. pelo menos que eu percebesse. desisti de o entender. de o decifrar.)

(nunca pensei que ele me falasse. um dia acordei com o sonho perturbado e então decidi que nunca mais queria ouvir falar em mapas de ruas, mapas de corações,mapas de almas, mapas de perdições, mapas de caminhos, mapas de desilusões, mapas de amores perfeitos, nem de mapas de estradas.)

(não quero saber de estradas que não levam a lado nenhum.
só nunca saberei, se no final desses trilhos, haverá mais indicações.)

sei que o tenho no bolso para o dia incerto.

"leva-as o vento meras palavras,
guarda no peito, a ingenuidade..."


ana moura

que farei com esta ansiedade

que dor mais forte não pode existir,
que desleixo de alma mais simplório nunca se viu,
nem rejeição mais triste alguém sentiu.

que força oculta mais poderosa,
que fraqueza me atinge dessa altivez,
que malvadez mais cruel e ociosa.

que fraco paladar degustas ainda,
que sal mais fino não pode entrar,
que o mel espesso sentes apoderar.

ansiedade devotas ao silêncio,
que nas entranhas do prazer te faz sonhar,
ansiedade que nunca fez mal,
andar de mãos dadas com o desejar...

p.s. só em silêncio sinto-te.

cloud under feet

pois é, quando descemos muito rápido de altitude é no que dá...(às vezes dores de ouvidos) outras, nuvens nos pés...

momento reflexão,

Those who feel the breath of sadness
Sit down next to me
Those who find they`re touched by madness
Sit down next to me
Those who find themselves ridiculous
Sit down next to me
in love, in fear, in hate, in tears

Sit down next to me

James

espasmos

sabem qual é o santo padroeiro dos realizadores?

Santo Ovídio

p.s. nem o guilherme leite, nem o antónio sala se lembrariam de tamanha façanha...

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

lobos e heróis

estes moços sim, isto é a sentir a camisola.
se os artista da bola redonda cantassem o hino assim, ainda eramos capazes de já estar apurados para o europeu de futebol...




obrigado por nos mostrarem como se sente o hino...

(re)citações

"Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer. (...) Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado. O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca".

(Antoine de Saint-Exupéry, in "Cidadela")

via [Fontes do Ídolo]

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

encontro marcado no meu coração

de tempos idos, de longínquas terras e reinos, chegou, pela popular oralidade, um conto que vos vou deixar.

na aldeia de Mermes, vivia uma princesa enamorada de um rapaz. embora proibida pelas leis, o rei nunca viu com maus olhos a ideia, o rapaz era respeitado na aldeia, e tinha boa reputação. então um dia a princesa pediu autorização a seu pai para poder convidar o rapaz a visitá-la no castelo.
passaram-se semanas em que eram vigiados de perto por amas e aias até que um dia ficaram sozinhos no jardim...

- nunca beijei ninguém...
- pois...ainda bem que me escolhes-te para ser o teu primeiro beijo.
- queria que fosse um beijo especial...
- e será. o nosso beijo, seja ele como for será especial...
- então diz-me, quantos tipos de beijos existem no mundo?
- muitos...vou preparar uma lista, para que possas escolher de qual deles gostarás mais. escolhido o teu desejo será uma ordem.

assim foi. enviou-lhe uma longa lista de beijos. beijos húmidos, secos e molhados. beijos tranquilos, calmos e ardentes. beijos de fúria, amor e pacíficos. beijos tristes, alegres e desmesurados. beijos cansados, arfantes e até asmáticos. beijos carinhosos, doces e apetitosos.
tantos que a princesa passou toda a noite a imaginar como seria o seu primeiro beijo.

então no dia seguinte, e quando o príncipe lhe perguntou qual tinha sido a sua decisão a resposta saiu sem hesitação.

- o beijo que mais desejo é o teu. sem adjectivos. confio em ti.

(um beijo, sempre que sentido, é como um tesouro escondido no coração. só quem o quiser sentir a partir daí, jamais quererá outro.
quer queiramos quer não, só assim se pode adjectivar o beijo.)

no princípio há sempre o verbo

para os grandes dias, grandes citações...



Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

Sophia de Mello Breyner Andresen

freddo, ma non troppo

enfim, e eles a dar-lhes...mas porque é que tem de se por rótulos a novos projectos musicais?

por isso é que, se começa a passar em comerciais e RFM's, não presta...

mais um hit a ver se vêm aqui alguma semelhança com as corrs...



p.s. (eu só vi o facto de serem mulheres :)
p.s.2 sempre sonhei escrever esta frase (freddo, ma non troppo - frio mas não muito), por isso o xaile vem mesmo a calhar.

xaile

Vem aí o tempo frio e nada melhor para aquecer que um xaile.



Grande som, as Corrs portuguesas...

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

duo centésimo post

para comemorar esta marca, decidi publicar mais um poema da senhora. Sophia.
dedicado especialmente a alguém especial...
espero que as marcas se vão sucedendo e que este Blog continue a ser um espaço magnífico de liberdade de expressão.

poema sem título

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Porque nós somos bons e continuaremos a ser melhores ...

espasmo deliroso (deve ser febre aftosa)

...tenho aftas na língua, já as trinquei tanto, que de tanto trincar a cortei...mas as aftas continuam lá...sabedoria popular (quase) nunca falha...

espasmos

... se fosse uma árvore, preferia secar e morre em pé, a esperar mil anos que algum rio passasse por mim...

... bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o reino dos céus ...

(pelo menos estes coitados não vão arder no calor do inferno, seria demasiado o castigo, já lhes chega serem pobres de espírito)

(re)citações

"... a alegria é louca. E só os loucos se podem dar ao luxo de a possuir. A pessoa sã e comum é tão esperta, tão astuta, tão calculista, que não se pode dar ao luxo de ser alegre, porque a alegria é incontrolável..."

Osho

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

(re)citações

As rosas

Quando à noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes,
Todo o fulgor das tardes luminosas,
O vento bailador das Primaveras,
A doçura amarga dos poentes,
E a exaltação de todas as esperas.

Sophia de Mello Breyner Andresen
"Dia do Mar"

Petição pelo Eléctrico


Via Avenida Central, deixo-vos o link para quem quiser aderir a esta petição, para que volte a Braga o eléctrico.

http://www.petitiononline.com/braga/petition.html

Eu já assinei.

Para que seja um sucesso, deixamos o nosso contributo.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

sem título

nem tudo se pode emendar. nem tudo se pode remendar. nem todos os buracos se devem tapar. nem as mágoas se devem todas evitar. só na felicidade de pode inventar. formas novas de olhar. mas nem isso se deve idolatrar. porque nem tudo se pode concertar. e não há maneira de evitar. de qualquer das formas, todos os dias, teremos de errar. e isso ninguém pode reparar.

(re)citações

"ontem, quando senti a noite, segurei os teus dedos
a tua pele nua não pode ser igual á minha memória.
ontem à noite, imaginei que segurei os teus dedos

[...]

existe sempre ontem na memória que me enche de
sonhos, os teus dedos tocam-me dentro dos sonhos
nos teus lábios, imagino beijos. perdi-me no mundo.

no mundo, há jardins e palácios onde nunca entrarás.
és demasiado bela para o mundo. não te conheço.

[...]

ontem, esqueci todas as respostas: os teus dedos,
a tua pele a tua memória. os teus cabelos, os teus lábios
e os sonhos. ontem deixei de saber o que é um olhar."

José Luís Peixoto in A casa, a escuridão

p.s. ele chama-lhe a escrava, eu chamar-lhe-ia a escravidão. a tua e a minha.

Grande Jorge?

Grande foi a actuação dos camurças I&Z no passado sábado numa festa privada. É de saudar e incentivar a fazer novas actuações. Há artistas!!!!!!

grande jorge

Queres falar? (9)

(só de pensar em fugir já me dava arrepios. estava frio também e nem sei porque pensava em fugir, se na realidade eu queria era voltar a casa. olhar nos teus olhos.)

andava só pela rua e via só o que estava parado. tudo o que mexesse em minha volta eu ignorava. nem ouvia as palavras que me dirigiam. sentia estar lá. para lá de tudo o que eu senti existir. era só um tempo em nenhum espaço. era eu sem sentido. era eu porque alguém mo dizia. olha ele, lá vai ele. mas eu não sentia o que era. deixei-me adormecer junto do plátano. e de repente pensei estar no jardim botânico. coimbra, a cidade protegida pelos deuses mais iluminados. sagradas as lajes que pisava e que me estremeciam perante tamanha grandeza. e de novo nos jardins alguém me acordou. mas eu voltei outra vez para o lado de lá. já nem sei como voltei a casa. e não esta não é a minha casa. a minha casa és tu.

(só mergulhando nessa infinita profundidade do teu olhar, eu sinto tocar a realidade. se hoje não te vejo, então estou lá. para lá.)

p.s. digo-te que, se ouvires as três pancadas na porta, então serei eu. mesmo que isso nada signifique, sou eu.

(re)citações

Então fazemos arte sobre essas existências. Romanceamo-las de maneira elementar. Cada um, nesse sentido, procura fazer da sua vida uma obra de arte. Desejamos que o amor perdure e sabemos que tal não acontece; e ainda que, por milagre, ele pudesse durar uma vida inteira, seria ainda assim um amor imperfeito. Talvez que, nesta insaciável necessidade de subsistir, nós compreendêssemos melhor o sofrimento terrestre, se o soubéssemos eterno. Parece que, por vezes, as grandes almas se sentem menos apavoradas pelo sofrimento do que pelo facto de este não durar. À falta de uma felicidade incansável, um longo sofrimento ao menos constituiria um destino. Mas não; as nossas piores torturas terão um dia de acabar. Certa manhã, após tantos desesperos, uma irreprimível vontade de viver virá anunciar-nos que tudo acabou e que o sofrimento não possui mais sentido do que a felicidade.

Albert Camus, in "O Homem Revoltado"

estados de ansiedade

Se estou só, quero não estar,
Se não estou, quero estar só,
Enfim, quero sempre estar
Da maneira que não estou.

Ser feliz é ser aquele.
E aquele não é feliz,
Porque pensa dentro dele
E não dentro do que eu quis.

A gente faz o que quer
Daquilo que não é nada,
Mas falha se o não fizer,
Fica perdido na estrada.

Fernando Pessoa

i'm back in town

«i've been on the road
i've been on vacation
i've been travelling light to reach my final destination

now i'm coming home

[....]

i could be your friend
i could be your stranger
i could be the one your mother said would be a danger
now it's up to you.»

jay-jay johanson

via [escrita casual]

domingo, 2 de setembro de 2007

(re)citações

quando os instantes do amanhã se acumulam nas
paredes de casa, eu rasgo as páginas onde te escrevo,
porque sei que tudo será desnecessário, tudo será
frágil, quando imagino o sol que não sei se poderei ver,
esqueço as paredes e,

com tanta força,

quero que sejas feliz.
José Luís Peixoto in A casa, a escuridão.

foi contigo que aprendi a gostar da poesia.
deixo-te esta.

estas foram umas óptimas férias. pena que tenham terminado...assim.

Vou a banhos...

Meus amigos vou nos próximos dias para a zona mais meridional de Portugal Continental: o Algarve (em português de portugal), por isso no entretanto aquilo que vou "postar" é um "solzinho" e umas "bifas"... I hope....

Bye...Bye...

sábado, 1 de setembro de 2007

as minhas palavras últimas

Infeliz

Alma viúva das paixões da vida,
Tu que, na estrada da existência em fora,
Cantaste e riste, e na existência agora
Triste soluças a ilusão peerdida;

Oh! Tu, que na grinalda emurchecida
De teu passado de felicidade
Foste juntar os goivos da Saudade
Às flores da Esperança enlanguescida;

Se nada te aniquila o desalento
Que te invade, e o pesar negro e profundo,
Esconde à Natureza o sofrimento,

E fica no teu ermo entristecida,
Alma arrancada do prazer do mundo,
Alma viúva das paixões da vida.
Augusto dos Anjos

da alma miserável e dos profundos mistérios, saíram as certezas mais tristes da história da literatura. depois disso então, serviram-se, pelos momentos mais díspares, as certezas que nunca se podem ter sem as viver. e se convencem as almas distraídas que tudo o que de mau pode acontecer, acontecerá.