terça-feira, 11 de setembro de 2007

que farei com este mapa

(descobri que tinha guardado há anos um mapa. nunca tinha percebido qual o seu objectivo. nunca desvendei o seu caminho. só a marca servia de bússola. e dizia em letras pequenas que o guardasse. na mesa mais à cabeceira virada a sul.)

(nunca pensei que os mapas nos indicassem caminhos difíceis. tortuosos. nunca mais peguei nele. nunca me levou a lado nenhum. pelo menos que eu percebesse. desisti de o entender. de o decifrar.)

(nunca pensei que ele me falasse. um dia acordei com o sonho perturbado e então decidi que nunca mais queria ouvir falar em mapas de ruas, mapas de corações,mapas de almas, mapas de perdições, mapas de caminhos, mapas de desilusões, mapas de amores perfeitos, nem de mapas de estradas.)

(não quero saber de estradas que não levam a lado nenhum.
só nunca saberei, se no final desses trilhos, haverá mais indicações.)

sei que o tenho no bolso para o dia incerto.

"leva-as o vento meras palavras,
guarda no peito, a ingenuidade..."


ana moura

1 comentário:

Anónimo disse...

Gosto...e de mapas também.

de quem só tu sabes(e sabes tão bem)