segunda-feira, 19 de novembro de 2007

a deliciosa sustentabilidade da cultura

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que a cultura sai cara, disso ninguém tem dúvidas. mas que há dinheiro bem empregue e merecido, a isso também não conheço quem resista.
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O DOM de Jorge Reis-Sá

editorial magnólia

para saberem a vontade, e a enorme satisfação com que eu devorei este magnífico livro, imaginem uma tosta mista, numa tarde em que foram nadar a tarde toda, e estão com um apetite daqueles, e aparece à vossa frente uma deliciosa tosta, com o queijo derretido a cair dos lados, o fiambre rosadinho e fresquinho a chamar por nós. que fazemos? abocanhamos a toda a força, para que ninguém tenha a veleidade de sequer nos interromper enquanto degustamos a peça.
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este livro, que parte de uma ideia autenticamente "saramaguiana", escreve uma inverosímil fábula (que o autor apelida de divertimento), e eu corroboro, garantindo até que foi um enorme divertimento para mim lê-lo. o DOM, é uma visão completamente nova para mim. nunca vi uma história contada pelos olhos de várias personagens.
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partindo da ideia de que fora de um centro comercial ninguém conseguiria viver, e que as pessoas que estivessem fora se transformariam em "contas", o autor desenvolve vários temas, como a sobrevivência, a organização da sociedade (incluindo em situação de crise) ou a verdadeira essência do ser humano, chegando a um final que eu achei um pouco penoso. é desconcertante e deixa-nos na dúvida. e mais não digo.
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aos companheiros mais próximos digo o mesmo de sempre, o livro está à vossa disposição.
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p.s. foi o primeiro livro que comprei por sugestão das pré-publicações do [miniscente].
p.s.2 agradeço a dedicatória do autor e a prestabilidade da editora.

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