quarta-feira, 10 de outubro de 2007

incursão na literatura africana

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tenho já a certeza de ter escolhido o próximo autor africano para ler,

"[...] Antigamente todos os contos para crianças terminavam sempre com a mesma frase, e foram felizes para sempre, isto depois de o Príncipe casar com a Princesa e de terem muitos filhos. Na vida, é claro, nenhum enredo remata assim. As Princesas casam com os guarda-costas, casam com os trapezistas, a vida continua, e os dois são infelizes até que se separam. Anos mais tarde, como todos nós, morrem. Só somos felizes, verdadeiramente felizes, quando é para sempre, mas só as crianças habitam esse tempo no qual todas as coisas duram para sempre. Eu fui feliz para sempre na minha infância, lá na Gabela, durante as férias grandes, enquanto tentava construir uma cabana nos troncos de uma acácia. Fui feliz para sempre nas margens de um riacho, uma corrente de água tão humilde que dispensava o luxo de um nome, embora orgulhoso o suficiente para que o achássemos mais do que simples riacho - era o Rio. [...]"

José Eduardo Agualusa, in O Vendedor de Passados.

via [andré benjamim]

Agora, ainda não sei qual será o livro, mas este parece interessante.

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