sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

leio, logo critíco

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ora, seguindo os meus princípios de criticar o que conheço, apenas e só, embora algumas vezes não tão bem fundamentado, no que toca a livros, só falo deles quando os leio. se não conheço, apenas posso ter uma ideia da forma como os escritores escrevem, ou como são como pessoas. no caso de miguel sousa tavares, já disse e repito que o acho um pouco exuberante quando expressa opiniões. exagera na acutilância, e isso não deveria acontecer. a personalidades públicas pedem-se opiniões, pagam-se aliás. e embora ache que devemos ser firmes, isso é interessante na vida real no dia-a-dia.
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como escritor, li o seu romance anterior, "o equador". gostei muito. pareceu-me bastante entregue a uma escrita que lhe terá dado com certeza imenso prazer. nota-se pela forma como alguns romances são escritos, que há ali a pressão dos prazos de entrega dos trabalhos. com o equador isso não se verificou. neste mais recente, embora ele afirme que não teve essa pressão pareceu-me existir algum esforço, não muito conseguido.
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assim sendo, em boa verdade, apetece-me dizer que não sou crítico. apenas deixo a minha opinião. não que queira influenciar quem quer que seja. mas gosto de me libertar do que me fica a nidificar na mente.
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o romance, bem encaixado no tempo e no espaço, engloba muitas vertentes, concentra-se pouco no essencial, parece-me que a vida dos personagens foi pouco explorada, e que as viagens foram exageradamente descritas. já os pormenores históricos foram referidos a espaços e bem medidos.
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começo a ficar um pouco exigente e por isso vou dar duas estrelas a este romance.

1 comentário:

Teté disse...

Ah, mas duas estrelas em quantas possíveis?

Eu ainda vou na página 411, mas estou a gostar. Daquilo que já li, acho que poderia ter poupado um pouco nas descrições históricas, embora me pareça que estão bem feitas, ou pelo menos são concordantes com as interpretações históricas que eu própria faço. Mais ainda, parece-me que as personagens são muito credíveis, nas diferentes maneiras de encarar a política da época, com visões diametralmente opostas (pelo menos, até agora, né). Ainda hei-de fazer um post sobre o livro, mas só depois da discussão (e claro, depois de acabar o livro) no Clube de Leitura!