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que tormentos e dores me dás minha mãe.
carrego comigo o teu peso em suspenso, dias
a fio sustendo no peito os desafios, dias
próximos da hora da tua chegada, dias
em que nasças de mim.
dar-te à luz de mim, assim dada
a ver este mundo de rudeza e suor,
carrego o peso do teu crescer.
que tormentos e dores me dás minha mãe.
embalo-te em noites frias de inverno, eu
só, na busca do sono que tenhas em sossego, eu
só, enxugando lágrimas incónitas, eu
só, para o amparo da solidão.
porque me choras assim, destreza de grito?
porque insiste em segurar-me a mão?
porque queres nascer de novo em mim?
que tormentos e dores me dás minha mãe.
pudesse eu ser a tua força encarnada
e este meu delírio invertido não seria mais
que o desejo de te tirar a terra de cima,
que tormentos minha mãe.
(29/01/208 23h30 p.m.)
quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
Mãe [1]
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