Um passarinho "informático" fez chegar às minhas mãos o primeiro episódio da nova temporada (a quarta em ordem cronológica) da série Lost.
Assim, depois de seis meses de terrivel espera, exacerbados por constantes insónias e unhas roidas pude finalmente disfrutar do novo episódio da saga dos sobreviventes do vôo Oceanic 815 na ilha deserta de todos os perigos e mistérios.
Depois das primeiras cenas, em bom estilo de prolepse, reencontramos duas das personagens mais relevantes da série num contexto estranho e diferente, o futuro (contrariando a tendência anteriormente imposta pela série de apenas explorar linhas narrativas do passado e do presente) submersos num novo e improvável drama do desejo de retornar à ilha (clara alusão ao eterno retorno nietzschiano onde tudo encontra-se destinado à repetição).
Passados alguns minutos surge finalmente a ilha majestática onde confluem todas as misérias da comédia humana, a Ilha dos Perdidos. Assim, prossegue a história, retomando o iminente salvamento dos sobreviventes por forças externas. No entanto John locke, uma espécie de último grande caçador branco, um Ahab simultaneamente profetico e enlouquecido, parece vaticinar, não a vinda de salvadores, mas de carrascos com intenções crueís e perigosas para os já diminuto grupo de sobreviventes...
Desta forma, a série parece ganhar um novo fôlego, extrapolando os naturais espartilhos impostos, quer pelo espaço limitado da ilha, quer pela sobreexploração das analepses das personagens (que a partir da terceira série começaram a ser algo despropositadas e repetitivas) ao alcançar novos arcos narrativos situadas num novo tempo futuro. Por outro lado a ambiguidade dos salvadores/carrascos dos "perdidos" parece revitalizar o mistério, que é ao fim ao cabo a pedra-de-toque da série.
Para primeiro episódio nada mau! Assim, os "perdidos" parecem finalmente (naquele que é definitivamente o terceiro acto da saga) caminhar na direcção certa.
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