sexta-feira, 4 de abril de 2008

destino (a)guardado

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[esperava por ti. só se não pudesse com o frio. ou se ele se entranhasse de tal forma que terminasse com a minha vontade de esperar. aí eu desistia de esperar. mas tenho a certeza que isso não aconteceria. eu esperava por ti.]
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nem sabes que trago no bolso do casaco o sonho guardado. e mais ainda que isso, a viagem. mas não ta darei porque sais do hotel acabrunhada com a notícia que nem precisas referir. o telefonema que recebeste, mesmo sendo rápido, eu sei que te abriu de novo a ferida.
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[sonhei apenas um passeio sem deslizamentos morais ou passados fantasma. eu mesmo saindo da praça wenceslas, apanhando o eléctrico e subindo a calçada onde subiram os russos, sorria sentidos panorâmicos. ou sentar-me na praça václavské, imaginando a manifestação da revolução de veludo.]
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vamos só jantar, embora me incomodasse o papel no bolso, a saltitar, nem sei se por vontade própria, se pela cadência do meu coração.
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um dia, outro dia, farei a viagem.

2 comentários:

S. disse...

...cada destino a seu tempo...acalma o coração e espera mais um pouco...o frio é suportável e é sempre primavera na praça wenceslas :)

S. G. disse...

:)

espero conhecer a praça pessoalmente no verão, essas e muitas outras na viagem que se prepara de dez dias. estou em pulgas :)

e de facto acalmar o coração deve ser o segredo. difícil de se concretizar, mas a ansiedade sonhadora do mesmo não o quer deixar sossegar...