terça-feira, 6 de maio de 2008

Partidas

O dia, as horas, os minutos, os segundos pregaram-me uma partida. Pela primeira vez desde que me lembro tinha-me levantado às sete numa manhã de Domingo sem ser tirado da cama por motivos de agenda.

Caminhava pelo trilho do rio. O sol da Primavera iluminava a manhã e o rio cintilava. Uma brisa agitava a vegetação e lá estava a sós com os meus pensamentos e sentimentos.

Como de costume, os pensamentos eram sombrios; quanto aos sentimentos, exprimiam-se em verso. Ao contrário dos poetas modernos, o versejar não era branco. Tinha rima e métrica. Ou teria, se tivesse conseguido achar qualquer coisa para rimar com loucura.

A única coisa que se me acudiu foi brandura. A seguir viera segura, lisura, e atura. Nenhuma delas ia ao encontro da sensibilidade das minhas emoções.

Voltei, enfim, para trás. Não dispunha ainda da sanção de alterar o horário e passar a controlar os segundos, os minutos, as horas e o dia!

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