terça-feira, 27 de maio de 2008

recitação poética [3] (ou a tempestade depois da bonança vs as noites que insistem que eu não preciso dormir)

[998]

" A febre traz o delírio nocturno e as memórias confundem-se com os receios. Os fantasmas interiores desfilam ao lado da cama, provocadores, instigadores do remorso na culpa católica e sorriem com malícia relembrando o Inferno de dias esquecidos. Num acto de coragem solitário, arrumados a um canto escuro débeis e fragilizados, combatemo-los com o último fôlego na noite fria. Quando acabam por cair derrotados esfumam-se nos sonhos; só nesse momento se soltam as lágrimas da sobrevivência, da injustiça aniquilada, do pecado expiado. No entanto, na vingança de Morfeu tudo se mistura por instantes e ameaça explodir, até que o cansaço vence finalmente a tristeza e a vigilância e o sono chega ao Olimpo. Amanha é outro dia. "
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via [vontade indómita]

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