Quando a governação de um país se baseia no bem estar das estatísticas e não das pessoas, o ser humano transforma-se num número, condenado a ser apenas isso, um mero caracter no teclado dos computadores do sistema burocrático.
Assim:
As escolas são apresentadas como grandes centros tecnológicos, somando todos os computadores e quadros interactivos de todas as escolas temos um grande número de meios tecnológicos por escola. Fantástico. Na realidade há escolas que têm computadores e quadros em excesso e outras que não têm nenhum. Mas a estatística é que vale.
As taxas de reprovação no ensino em Portugal são cada vez menores. Fantástico. Na realidade é cada vez mais difícil chumbar um aluno por falta de aproveitamento ou até por indisciplina. Este governo prepara-se para acabar com os chumbos, pelo menos até ao 9º ano. Daqui a uns anos, quando estes meninos que passam sempre, mesmo sem saberem nada, chegarem à idade adulta, teremos uma população "altamente especializada". Bom, terão canudos na mão mas quanto ao resto... Mas a estatística vai dizer que em Portugal o ensino está a fazer um excelente trabalho.
Os professores com menos de cinco anos de serviço terão de fazer uma prova a eliminar quem não passa. A universidade atestou a nossa competência ao dar-nos um curso, muitos de nós passaram no estágio, o que constitui mais um atestado de competência. Mas não chega. A prova é a eliminar, o que significa que muitos poderão ficar para sempre inibidos de dar aulas e por isso deixam de contar para o número de professores desempregados. Lá está a estatística daqui a uns anos a dizer que vivemos no paraíso. Acabou o desemprego entre os professores.
Afinal para que serve este tipo de estatística. PROPAGANDA meus amigos, e assim o Sr. Engenheiro vai tapando os olhos da maioria com areia, tanta areia que até parece que é todos os dias segunda-feira de manhã.
Não escrevo PROPAGANDA com o R ao contrário mas bem o poderia fazer. É que isto cheira-me a qualquer coisa...
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
A Democracia dos Números
Publicada por Pedro Indy à(s) 12:39
Etiquetas: propaganda
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