[1428]
pedes-me o mundo assinado em poema e eu
para o escrever sento-me nos cordéis do teu cabelo,
os que estão nas alturas dos sonhos.
.
depois dali aprecio o corpo.
.
nos teus olhos as lágrimas
evaporadas condensam-se em núvens. desço a elas
ouvindo o silêncio dos homens, que sobe dos lábios,
onde se enamoram as copas das árvores.
.
no peito enredam-se as folhas e os ramos,
para as andorinhas poisarem a anunciar essa primavera. ali paro a escutar
o maravilhoso canto do renascer da aurora boreal.
precipitam-se as descidas dos vales, e embalado
me entrego a esta terra de divinos poderes e desejos
proibidos.
os teus pés assentes como a raiz seguram-me
embalado no rumor do centro da terra.
.
em uníssino o coração bate em breves instantes
descompassado, entrando em contratempo com a
harmonia do agreste arrastar do vento. assim me sento
à sombra de ti, no verão que há-de ser o estio do meu amor.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
god damn right its a beautiful day [7]
Publicada por S. G. à(s) 15:34
Etiquetas: Delírios Saudáveis
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8 comentários:
Que excelente capacidade tens de me por a olhar para "dentro" (mais ainda ?!?)
Gostei ;) e...(?!?)
SG.,
não consigo dizer nada em relação ao que aqui deixaste. tudo parece pouco.
tens um dom, de facto. aliás, muitos mais do que um, mas isso já tu há muito que sabes.
o resto do mundo é que demora a acompanhar.
tudo parece de facto pouco.
lizard,
este por acaso era mais uma apreciação por fora. um poema não tem de ter sentido, mas este tem muito. nem sempre o mundo ou um corpo, é só que vemos. a maioria das vezes é o que sentimos dele, é preciso saber ouvir um corpo.
me,
não me elogies que eu não gosto. é um poema normalíssimo. escrito por necessidade. e suponho que aquilo aque chamas de dom, não é mais do que uma fragilidade bem vincada que não me importo de ter. é difícil lidar com os meus defeitos, e um deles é esse buraco no peito, que preciso preencher.
então, como não gostas de elogios, retiro o que disse. não percebi patavina do que escreveste, devo acrescentar. mais! não só não percebi como não entendi e tb não compreendo. culpa tua que não te sabes expressar como deve ser.
BLAHHH para poemas com copas de e relvas e nuvens e bocas e coisas assim.
Ehhh.
Toma lá uma coisa de jeito:
Estava um frio de rachar
Numa noite negra que nem breu
Estava ele a ir-se
Quando eu apareceu
:P
agora sim um poema em condições :) a rimar e tudo claro :)
...e se alguma vez tivesse duvidado da possibilidade de me surpreender por aqui, era este o momento em que me chamaria estúpida!
Tu sabes escrever o mundo num poema...tão bem que dói em todo o corpo...
Um beijo
s,
um beijo para ti para o ano do regresso em palavras mais insistentes.
SG.,
Pensei que gostasses...
:)
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