Nunca fui um grande adepto do carnaval, muito menos da “parolice” de importar do Brasil certas tradições que em nada enriquecem a nossa cultura. Não, não tenho nada contra os brasileiros ou o carnaval brasileiro mas acho que temos as nossas próprias tradições de carnaval e eles têm as deles. Depois, cada povo preserva as suas. É que me faz alguma confusão, chega a ser ilógico, andar semi-nu em Fevereiro ou percorrer as ruas de Vila de Coiso a dançar “um sambinha bem legal e maneirinho”. Já andei semi-nu no Inverno, da parte da cintura para baixo em plena Rua do Souto, mas isso era uma aposta, estávamos ligeiramente alcoolizados, eram quatro da manhã e… lembro-me que outro camurcina também participou com um número à base de flexões.
Em miúdo, o meu traje favorito era o de cowboy. Na realidade, confesso, mesmo fora do carnaval cheguei a vestir-me de cowboy. Graças a Deus, o Brokeback Mountain apareceu muito mais tarde. Eu sei, eu sei, já existiam os Village People mas eu pensava que eram pessoas que se dedicavam à lavoura. O facto de, lá no meio, haver um cowboy era interpretado por mim como, o gajo que tratava da parte das vacas. Só muito mais tarde me ocorreu que ele podia ser o gajo que tratava da parte do boi. Mas isso foi um filme que eu vi muito mais tarde e que metia gladiadores. Mantive a minha masculinidade a salvo! Hoje deve ser preocupante ter um filho que nos diz:
- Pai, posso ir com o Toni brincar aos cowboys para dentro daquela tenda?
- Não filho. Tu agora não és um cowboy. Tu chamas-te Lucas, és um Jedi e queres facturar a princesa Leia! Também podes brincar ao Indiana Jones. Cowboy é que não!
(e aqui esperamos que o Toni não se ofereça para ser a Leia. Ainda estes dias li num blog a preocupação de um pai com o filho de quatro anos que se quer mascarar de Minie. Ainda se fosse de mini, cooper ou Sagres, tanto faz, era de homem!)
Não sei como vou celebrar este ano mas deixo isso para a última da hora, como sempre, uma hora antes de sair de casa, quando as lojas já estão todas fechadas eu tenho uma ideia brilhante! Infelizmente é tarde demais para a concretizar, não fosse essa a história da minha vida. Um dia destes publico aqui a lista das minhas invenções, ideias geniais, que descobri posteriormente já terem sido inventadas. Alguém me lê o pensamento. Com certeza!
Ora, acontece que este ano, estou (no preciso momento em que escrevo este texto) com a barba de alguns dias, e portanto, várias hipóteses se me afiguram. Com jeitinho corto tudo e deixo um bigodinho à Charles Bronson que vai ser uma loucura.
Outra hipótese, sem barba ou com barba, é aderir à sofisticação e substituir o velho cowboy, agora gay e em desuso, pelo disfarce do vaqueiro! O problema é que aquilo besunta muito e não sei se será menos gay andar por aí com o pacote à vista de todos e com a musculatura a brilhar! Sim musculatura, tenho um músculo abdominal extremamente desenvolvido. No outro dia entrei no autocarro e uma senhora pediu ao neto para me dar o lugar das grávidas.
Bom, o melhor vai ser mesmo improvisar e na pior das hipóteses acabo por me vestir de Manuel Pedro, vocalista dos “Camurcinados”, e dou um espectáculo de variedades no sítio do costume. Aproveito e faço o lançamento do próximo single “Um dia destes vou-lhes dar Kuduro”, desta vez sem coquilha apertada.
A ver vamos.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Post onde, num determinado momento, se diz "espectáculo de variedades" e nunca se diz "freepór"
Publicada por Pedro Indy à(s) 19:33
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3 comentários:
apesar de seres um dos que me quer queimar o carro, tens mta piada!!
concordo na parte das tradições..cada povo deve respeitar as suas..
qto a máscara, acabei de preparar a minha num rasgo de sorte e lucidez :)
Eu quero-te queimar o carro??? Nada disso. Aquilo dos jotinhas era só para incendiar os ânimos. Para animar a discussão aqui no blog.
Obrigado pelo elogio.
Industria faz como eu, utiliza só o eslástico... não é preciso máscara :)
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