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é absolutamente incrível como às vezes esvazio o meu cérebro, ou pelo menos a parte operacional dele, aquela que nos faz encomendar as terefas diárias, organizar o tempo e descobrir as maravilhas perceptivas do mundo. é impressionante como saltamos de um lado para o outro, sem no entanto nos apercebermos, e nos vemos desarmados de ideias, recursos ou mesmo uma opção válida.
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lembro-me agora de um exemplo estranho. quantas vezes abri a porta do frigorífico e me vi como num deserto, sem ter a mínima ideia do que lá ia fazer? e pior consequência é quando subimos umas quantas escadas para executar uma tarefa e, só no topo do esforço, nos esquecemos por completo do que íamos fazer. é como um clique de um interruptor de luz. estamos a olhar para o que queremos fazer e a acção não se completa sem a reacção.
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depois pensas no que está a bloquear a acção. olhas para o teu próprio cérebro e só há uma luzinha estranha ao fundo, ilumina ténue e estranhamente o espaço. uns quantos papéis a esvoaçar, uns post-its ao dobrar das esquinas e um pouco de pó já varrido e pronto a ser despachado. e depois nada. não há mais nada.
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não me parece mau, até porque é sinal de que nos ocupamos de outras matérias, e no meu caso são, neste momento, muito mais importantes que qualquer frigorífico.
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