terça-feira, 20 de outubro de 2009

demasiado absorvido

[1773]
.
tenho pena. muitas vezes estou a pensar no que poderia ser um post brilhante (para mim obviamente, não para impressionar), e dou por mim resignado, certo de que já estou sem a capacidade de me surpreender a mim próprio.
.
de facto ando muito absorvido em contas (mestrado) e já nem aos livros que leio religiosamente (em dois dias) sempre que saem, eu tenho tempo para me dedicar. que importa é que um não foge e o outro também não.
.
mas deixem-me dizer-vos que este quincas borba, é um pouco mais maçador que os outros dois que li do machado de assis. retive no entanto, tal como ao longo de todo o livro, uns pormenores delicados de quem mostra sapiência e trabalho de sapa para a escrita, e no fundo faz por merecer o tempo que perdemos a lê-lo.
.
refiro-me a um parágrafo em que o autor fala de ANTEU, figura mitológica cuja força residia no seu contacto com a terra. diz-se a dada altura qualquer coisa como, "levanta-se das quedas cada vez mais forte".
.
interessante leitura deve ser feita desta figura. com um murro é capaz de se levantar com mais força, mas se elevado ao lugar mais no alto perde a sua força e a sua própria vida.
.
devíamos pensar se é nos píncaros que queremos andar (ou almejar o sucesso meteórico-ilusório) ou se, com os pés bem assentes na terra, não estaremos mais certos de regressar sempre com mais força das nossas quedas.
.
cumpro a minha parte. o silêncio prende-me ao realismo do necessário contacto terreno.
.

Sem comentários: