sexta-feira, 14 de setembro de 2007

viagem ao longínquo

(naquele tempo ainda éramos pequenos demais para perceber. estávamos sempre sentados nos mesmos passeios junto da estrada. alinhados pelos desejos traquinas. ríamos sem perceber o porquê, ou sem mais motivos desatávamos a correr. sempre que a fome atacava era logo traçado o plano de ataque às videiras mais próximas. o resultado quase sempre era um susto e uma corrida.)

(nem sei mais onde guardei essas memórias. quero pensar nisso e não sei onde estão os meus velhos amigos. nem sei o que dizíamos para nos rirmos daquela maneira despreocupada. ou então sei. éramos inocentes num mundo inocente. e hoje somos crentes num mundo descrente.)

(se um dia voltar a sentar alinhado, num passeio qualquer e vocês voltarem, nem que seja uma sombra de vós, então estarei pronto para voltar ao meu baú. das memórias. que um dia foram folhas caídas da ramada.)

malditas memórias, que com asas de cera, te deixas apagar pelo sol do tempo.

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