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em munique o frio acalma os passeios. mesmo que esteja fresco, que os casacos se apertem, ou mesmo que uns loucos se deitem no chão, o ambiente é calmo. adriano deitou-se num banco ao lado de anne. na narienplatz, o coração desta cidade, sofrem-se as agruras dos tempos em que corriam judeus aflitos a esconderem a vergonha de serem apenas eles próprios.
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anne não fala sobre o passado. a todos os alemães isso parece uma ferida que nunca passa. adriano também sabe que não se pode falar da guerra em áfrica. e no entanto parece tão longínqua.
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levantou-se e foi ao bar buscar mais uma cerveja das saborosas alemãs. há uma festa das grandes até outubro, sabes, e ele acenava que sim, com o sorriso mais interessado em pegar na mão da alemã e saír a subir até ao miradouro.
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subiram até a um quarto na albergaria da esquina, junto da antiga câmara municipal.
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então o frio passou.
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