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cometo erros. há quem diga que não, que nunca erra e raramente se engana, mas eu assumo os erros tal como as virtudes, de tal forma que ao perceber a inqualificável falta dos meus enganos, me penitencio de uma maneira afincada, tanto que na próxima vez que estiver perto de errar novamente, o mecanismo de protecção activa-se per si. penso muito nestas coisas. mas pensar de mais não é um erro.
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depois de (tres) ler, o que escrevi no último post, percebi que apregoei uma teoria certa, mas não era a que eu devia ter defendido. vamos lá ver (têm dois minutos para eu explicar? sim, então cá vai). há dias descobri que existem duas formas de verdade, uma verdade técnica, e uma verdade completa (garanto-vos que é absolutamente impossível contrariar isto, nem do ponto de vista filosófico, com todas as vertentes da lógica) disse eu que acreditava numa espécie de compensação universal, uma que milagrosamente aconteceria como funcional e equilibradora, sendo que todo o mal que te acontece seria compensado com um bem similar. ora isto defendido desta forma é absolutamente egoísta. embora também acredite nisto, defendo algo mais altruísta.
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eu, ou mais propriamente a minha pessoa iluminada e carregada de moral e bons costumes, acha (e pratica) o bem como forma de ser compensado com o bem. ou seja, serás retribuido na mesma moeda, em peso e circunstância, mediante os teus actos. tal como o mal que pratiques, te será devolvido (a ler isto de repente, parece-me ainda pior do ponto de vista literário, e aguardo os delatores deste meu assassinato da prosa).
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mediante isto, e porque me parece que o valor do blog pode descer, aceito permutar este blog por outro de design mais aprumado, mas que seja mais pequeno, dado a disponibilidade monetária não ser muita. até porque continuo em contenção de despesas.
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[admito outro erro - pequeno é certo - mas que me compromete, e é melhor vocês saberem-no por mim. prometi não gastar dinheiro este mês em livros e não resisti. ontem naquele feirinha do bragaparque gastei 1,5 euros num livrinho em saldo do jorge fallorca (que tem um blog agradável e de publicação intensa que descobri há pouco tempo)]
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ia filosofar um pouco sobre a diferença entre um erro pequeno e um erro grande. não me parece altura certa. adianto já o post em demasia e só tinha pedido dois minutos para explicar a minha teoria. devia ser mais conciso. um dia aprendo. mas já agora e se não é muito incómodo, leiam o que me chateia por estes dias. a literatura e a moral. jorge fallorca cita a prémio nobel, doris lessing sobre este tema.
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" [...] Os grandes homens do século dezanove não tinham em comum nem a religião, nem a política, nem os princípios estéticos. Mas o que tinham em comum era um clima de discernimento estético; compartilhavam de certos valores; eram humanistas. [...] Todas as grandes palavras como amor e ódio, vida e morte, lealdade e traição contêm os seus significados opostos e meia dúzia de matizes de duvidosa implicação. As palavras tornaram-se tão inadequadas para exprimir a riqueza da nossa experiência [...] É muito difícil formarmos juízos morais, usar palavras como “bem” e “mal”. [...] maior parte das pessoas que conheço, pessoas da esquerda e da direita, comprometidas ou não, religiosas ou anti-religiosas, mas que, ao menos, têm isto de comum: lêem romances como me parece que devem ser lidos, para obterem inspiração, para alargar a nossa perspectiva da vida. [...] "
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sono? ainda há mais. eu errei ao não cumprir a minha parte do acordo em não gastar dinheiro com os livros, mas sei que ao ler procuro viver noutras dimensões, e sobre outras realidades que enriquecem e enaltecem o moralismo e o humanismo. como diz doris lessing,
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" [...] O que procurava era o calor, a compaixão, a humanidade, o amor pelas pessoas, que ilumina a literatura do século dezanove e que converte todos esses antigos romances numa declaração de fé no homem. [...]"
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depois deste post, o valor de mercado do blog cairá em definitivo para valores próximos do zero à esquerda. porventura o melhor é desistir e dar este espaço a quem tenha mais tino.
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6 comentários:
O Ar Mando da Verdade está a preparar uma OPA ao Blog dos 5 Pês. Dos 15 colaboradores, apenas 4 ou 5 escrevem com regularidade, sendo que um deles só escreve sandices e zöes e mais não sei o quê. Está claramente a precisar de uma OPA e de toda uma reformulação que apenas o Armando pode fornecer.
Eu conheço um Armando e mete-me nojo
O Ar Mando pode ir para o Poker Alho!
(O trocadilho foi mais forte do que eu!)
O Anon Imo!
"Errar humano est", não é verdade?
De qualquer forma essa tua teoria tem alguns problemas, tanto na formulação anterior como nesta: nem sempre a vida de toda a gente tende para o equilíbrio. E muitas vezes, parece que as coisas más (ou boas) sucedem-se umas às outras de supetão, tipo como se fosse uma maré. É nessas alturas que é mais difícil encontrar esse tal ponto de equilíbrio...
Infelizmente, sei do que estou a falar!
Beijocas!
Bebe vinho!
Um gajo que se auto intitula Mestre Moé Lá não faz OPA's.
E que eu saiba o Ar Mando cozinha, não faz OPA's.
Ou seja, não há OPA's para ninguém.
Abraço
P.S. - Tava a gostar de escrever OPA's.
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