sexta-feira, 13 de março de 2009

equações da sandice [2]

[1587]
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a verdade é que virem aqui sem passarem antes por ali, e lerem o post do famigerado e aclamado pela crítica, dr. etc - personagem e alter ego construídos com raça e obstinação - uma espécie refinada de luiz pacheco dos nossos dias - é puro delírio e perda de tempo da vossa parte. vale que eu estou atento e vou-vos alertando contra a degeneração qualitativa do vosso intelecto.
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certo também é que, não tendo eu nada de especial para vos dizer, ponho já à vossa consideração dispensarem a leitura do resto do texto, e iniciarem paulatinamente o fim-de-semana sem risco dele se auto-destruir com estas palavras.
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reparem então como com uma pirueta gráfica, construída apenas de palavras (nunca tive muita queda para o desenho, embora me fascinassem os desenhos das mulheres nuas - isto sem perceber naquele tempo, que eram feitos com modelos reais) reparem, dizia eu, como, com o facto de eu estar empenhado em que este post fique à altura da exibição do braga, ele ficará deveras agradável. quem perde uns minutos a ler isto fica de consciência apaziguada com a prática da auto-comiseração da minha pessoa. é que, sem desprimor para o optimismo reinante, o meu pessimismo não pára de me alertar para a correria do tique-taque do relógio e, por inerência, da vida. e detesto desperdiçar leituras no que não vale a pena.
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e depois desta ginástica rítmica compassada de palavreado em latente pré-tensão, respiro fundo. vou só almoçar qualquer coisa ali ao bar. e depois vou ler umas páginas do dom casmurro ao sol enquanto o tempo do almoço não expira. sim é um clássico. sim vale a pena ler. é uma obrigação ler machado assis. e porque num recente livro que li tinha a seguinte citação,
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“No tempo dos meus pais, e até em boa parte no seu e no meu, costumava ser a pessoa que ficava aquém. Agora é a disciplina. É muito difícil ler os clássicos; logo a culpa é dos clássicos. Hoje o estudante faz valer a sua incapacidade como um privilégio. Eu não consigo aprender com isto, portanto alguma coisa está errada nisto. E há especialmente alguma coisa errada no mau professor que quer ensinar tal matéria. Deixou de haver critérios, Mr. Zuckerman, para só haver opiniões.”
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philip roth, a mancha humana
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passo a questionar, que raio é que andei a fazer até ter acordado para esta realidade?
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ontem como hoje estou de bem com o mundo. e mais ainda com deus (não vou ouvir a palestra indústria). para quem começou uma corrida de meio-fundo há tanto tempo, e pensa desistir quando vê a meta aproximar-se, só pode sofrer de perturbações. e eu não sofro. só do mal de escrever.
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2 comentários:

Anónimo disse...

hummm, nem por isso, nem por isso... preferia ser o vitor baía e comer gajas boas, mas enfim... eheheheheh

dr. etc.

S. G. disse...

quando estive em madrid encontramos o baía na rua. andava meio perdido não sabia onde era o hotel, eu para mim ele andava era no engate.

(tenho fotos que provam a história)

ó luiz pacheco dos blogs, na quarta quando via o porto, estavam os gajos a puxar pelo atlético e um velho disse isto, "tende calma que o boi está a assar"...deixa-as pousar :)