sexta-feira, 6 de março de 2009

these days [3]

[1571]
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deveria ter feito um comentário, acrescentado algo ao post anterior desta série sem nexo, ou pelo menos sem intenção definida. estes títulos espremidos ao limite, reclamando em si uma continuidade (nada de mais errado se pensarem que há nas minhas palavras lógica coerente e importante) são apenas as bóias de salvação, para quem no fundo não tem nada a dizer. confesso que os títulos são a razão dos textos e não o contrário. é como diz o senhor do blog do costume, "[...] os títulos têm a capacidade de apelar a outras histórias que a própria imagem [texto] não incorpora [...]" [vontade-indómita]
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mas a minha obrigação para com este blog ultrapassa a própria razão da sua existência. é ver pelas horas que, como um pai admira o seu filho, eu me vejo a apreciar o seu crecimento. daí não deixar de pensar sempre na melhor forma de vos transmitir as mensagens.
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[hoje mesmo, e porque a mais simples alienação da realidade me consola, deixo-vos três pérolas citadas entre aspas, como manda a boa regra da usurpação, mesmo que temporária, do brilhantismo alheio]
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1 - numa caixa de comentários de um blog [um sub-mundo que é impossível acompanhar a toda a hora], pude ler esta citação de marguerite yourcenar,
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" [...]"a felicidade é uma obra-prima: o menor erro falseia-a, a menor hesitação altera-a, a menor falta de delicadeza desfeia-a, a menor palermice embrutece-a", (in "memórias de adriano") [...] "
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2 - no capítulo intítulado "o delírio" da obra de machado assis (memórias póstumas de brás cubas) talvez um dos melhores de que tenho memória na literatura (mas não se fiem muito nela) há uma passagem fenomenal,
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" [...] Então o homem, flagelado e rebelde, corria diante da felicidade das coisas, atrás de uma figura nebulosa e esquiva, feita de retalhos, um retalho de impalpável, outro de improvável, outro de invisível, cosidos todos a ponto precário, com a agulha da imaginação; e essa figura - nada menos que a quimera da felicidade - ou lhe fugia perpetuamente, ou deixava-se apanhar pela fralda, e o homem a cingia ao peito, e então ela ria, com escárnio, e sumia-se, como uma ilusão. [...] " (pp. 27)
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3 - só mais um bom momento de relaxe, que isto de textos longos cansa. fiquem com este capítulo roubado do blog [escrita casual] (escusado será dar realce à parte que interessa, porque confio na vossa capacidade de intertextualizar o que está atrás e o que vem a seguir, sendo que a parte "tinha montes de amor para dar, só que ninguém o queria." é a mais hilariante),
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(cliquem na imagem para ampliar)

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