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" No outro dia perguntaram-me porque escrevia aqui. Bem, a pergunta começou por ser outra. Para ser sincera, perguntaram-me porque tinha começado a escrever aqui. Não querendo voltar a esses tempos de fantasmas e dores e estupidez e não querendo - ou não conseguindo? - relembrar a figura do monstro, respondi, recentrando a questão em mim e esquecendo aqueles dias de borrasca: É tudo por vaidade. [...] " mónica marques, in [um blog da disápora blasée]
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não são poucas as vezes que me questiono sobre o que me faz escrever aqui. mas a pergunta mais recorrente, que fazemos a nós próprios - dado o tempo ser o apagador do giz (vulgo carbonato de sal) da ardósia da minha vida - é quando e porquê. porque começamos um blog? qual a razão?
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a minha razão foi a inveja. digamos que não é um sentimento mau, porque a minha inveja é saudável, dado resultar num estímulo pessoal, ao contrário do resultado recorrente de inércia e que leva a denegrir quem almejou alcançar resultados. assim, como já perceberam, foi por interposta figura notável que me apercebi da existência dos blogs, uma pessoa cuja coragem e intemperança me alertou para uma possível perda de tempo.
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este senhor, uma espécie de bruce chatwin português - errante e vagabundo - que caminha sozinho por sítios recônditos, mostrou-me o seu blog em que imortalizava as caminhadas. só lhe faltava o moleskine claro, coisa que eu tenho para não me faltar onde apontar registos de relevante importância para partilha.
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a origem é esta.
o caminho é este.
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onde terminará a saga é mais difícil, e embora admitindo o esgotar do tempo, as minhas palavras cessarão no dia em que nada de importante restar a escrever.
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