segunda-feira, 31 de março de 2008

Coisas...

O nsoso créerbo é uma mqáunina mtiuo etrsnaha…

a poesia nos recantos de braga

[842]

na fnac de braga, comemorou-se o dia mundial da poesia com a presença de jorge reis sá, editor da quasi.
.
com pouca gente e ainda por cima com pouca vontade de falar, deve ter sido uma tarefa um bocado penosa, embora ele deva estar habituado a este ipo de eventos. falou de poesia, da edição de poesia, e porque eu também tinha curiosisade, falou de mais assuntos relaccionados com as edições de livros. teve a amabilidade de me oferecer o seu livro,

assim sendo, deixo este post de agradecimento. biologia do homem (***)
.
"porque procuro no poema final e definitivo a face de Deus,
todos os versos que escrevi me hão-de condenar ao inferno." pp.59

Porto de Abrigo

Não que tenha bem a certeza da necessidade de por entre os segundos, os minutos, as horas e os dias, chegar a alguma conclusão.
Não que sinta imperiosa vontade de por entre inquietantes pensamentos obter uma explicação para os impulsos de uma incôndita mente - Sinónimo de Vida.
Talvez por temor do que possa vir a deduzir. Talvez porque não queira chegar rapidamente ao epílogo desta discorrida poética viagem.
Vou continuar mergulhado por entre os dias, as horas, os minutos, os segundos até que o coração já não tenha reservas de oxigénio e tenha finalmente encontrado um bom porto de abrigo!

se numa manhã destas

[840]

não raras vezes suponho ser escusada a segunda-feira. e não devo ser o único.

sábado, 29 de março de 2008

caracteres sem som

[839]

Não queiras gostar de mim
Sem que eu te peça
Nem me dês nada que ao fim, eu não mereça
Vê se me deitas depois culpas no rosto
Isto é sincero
Porque não quero dar-te um desgosto

De quem eu gosto nem às paredes confesso
E até aposto que não gosto de ninguém
Podes sorrir, podes mentir, podes chorar também
De quem eu gosto, nem as paredes confesso

Quem sabe se te esqueci ou se te quero
quem sabe até se é por ti
Por quem eu espero
Se eu gosto ou não afinal, isso é comigo
Mesmo que penses que me convences
Isso é comigo

De quem eu gosto, nem às paredes confesso
E até aposto que não gosto de ninguém
Podes sorrir podes mentir podes chorar também
De quem eu gosto, nem as paredes confesso

Podes sorrir podes mentir podes chorar também
De quem eu gosto, nem as paredes confesso

Nem às paredes confesso
Música: Ferrer Trindade, Artur Ribeiro
Letra: Maximiano de Sousa
Intérprete: Amália Rodrigues

sexta-feira, 28 de março de 2008

as 6 canções marcantes da minha vida

[838]

aceito o desafio simpático da su.
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vou correr o risco de me terem como amante de música muito foleira. mas estas são algumas músicas que me marcaram em diferentes momentos da minha vida. e passo a explicar cada uma delas.
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1


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era um tempo em que descobria a música. era com os meus tios, quando eles compravam os novos aparelhos de som, ruidosos que punham a minha avó maluca de tanto barulho. esta não me esqueço. e ainda hoje recordo aquelas manhãs de sábado em que ouvia os sons do aparelho-maravilha.
.
2
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esta música acompanhou a primeira paixão da minha vida. incrível como podemos passar uma noite a ouvir esta música e pensar numa mulher. era ainda a primeira paixão impossível. tal como outras músicas, esta em especial, ainda hoje quando a oiço, transporta-me para um estado juvenil e sorridente.
.
3


impecável. os festivais da canção. sempre os festivais.
.
4


não digo porquê.
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5
esta música descobri num momento estranho. embora já gostasse do tio cid, só a descobri num momento que fica guardado.
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6
e esta só porque gosto. esta música é um contacto divino. fazer isto é de facto perfeição. quem diz, "it's all so beautiful like a landscape painted in the sky", só pode merecer homenagem...grande música, muito pouco conhecida.



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passo o desafio aos meus colegas de blog. aos meninos do costume do fontes do ídolo, sem excepção, incluindo o dr., ao pedro morgado, à luz acesa, ponto gi, butterfly, amora, ladybird, andré benjamim, ao pedro duarte, ao sérgio gonçalves, à s. e à minha amiga, caminhoparaavida.

quinta-feira, 27 de março de 2008

o destempero

[837]

o dinheiro quando me faltar, não fará falta. porque ou ele é que estará em falta, ou eu. e por isso não fará falta.

o mestre teatro

[836]

no dia mundial do teatro, o mestre vasco santana, o maior da arte em portugal.
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ou esta interpretação, ou esta também serviriam para hoje.

Foi bom estar contigo

Mais um dia, mais uma hora, mais um minuto, mais um segundo que passa sem estar contigo...
Os segundos, os minutos, as horas, os dias não querem passar... vão passando devagar por parecer que falta muito para estar contigo...
Finalmente, foi bom estares à minha frente... para recarregar energias a teu lado...
Os dias, as horas, os minutos, os segundos vão voltar a teimar em custar a passar... Mas não importa, o que me alimenta é saber que em breve voltaremos a estar juntos.

quarta-feira, 26 de março de 2008

a distância não se toca [2]

[834]

aprendi, demasiado tarde, que demasiado cedo se aprendem as grandes lições.

a distância não se toca

[833]

se nos separa esta distância enorme, como posso dar-te um beijo de boa noite?
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ao menos chega os pés p'ra junto dos meus que estão a ficar frios.

cinenimação

[832]

lembro-me de ler esta obra de gabriel garcía márquez. e lembro-me de ter sido uma fase nova no que toca a leituras. passei a ler mais. desde há 5 anos que esta obra, mais os cem anos de solidão, mais o crime do padre amaro e o primo basilio, se tornaram na renovação do gosto pela leitura.


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amor em tempos de cólera (****) trailer
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este filme foi como que um fechar de ciclo. espero que renovando de novo o gosto pela literatura e pelo cinema.

terça-feira, 25 de março de 2008

os fados no minho

[831]

o grupo de fados e serenatas da universidade do minho (visitem a maravilhosa página do nosso designer favorito), organiza um festival no theatro circo com outros grupos de fado do país e com convidados de luxo.
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podem ver o cartaz e a programação no blog dos aficionados do fado. divulguem o gosto pelo fado, divulguem a inicitiva (muito pouco acarinhada pela câmara de braga).

não esqueçam. dia 12 de abril, às 21h30, todos ao theatro circo.

domingo, 23 de março de 2008

que farei com esta história [2]

[830]

se bem me lembro, deixei o primeiro capítulo em suspenso. mas mandei toda a gente para casa.
no segundo episódio contei um pouco da história do protagonista, desde a sua infância. o terceiro segue dentro de momentos. não sei se entre na trama, no enredo que me atormenta, ou se continuo a descrever, desta vez o espaço onde ele trabalha. inclino-me mais para esta segunda hipótese.
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a espera do epílogo.

sábado, 22 de março de 2008

como os dias se passaram de repente

[829]

e porque está toda a gente de férias, e posso falar sozinho à vontade.
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digo-vos que é nas alturas em que não temos o queremos ou precisamos, que damos valor ao que temos ou tivemos.

sexta-feira, 21 de março de 2008

dos dias mundias

[828]

e porque hoje também se comemora o dia mundial da árvore, e não fossemos os eternos amigos da natureza, aqui fica a junção da poesia e da árvore, num poema de ruy belo,
.
As árvores que eu vejo em vez de fruto dão pássaros
Os pássaros são o fruto mais vivo das árvores
Os pássaros começam onde as árvores acabam
Os pássaros fazem cantar as árvores
Ao chegar aos pássaros as árvores engrossam movimentam-se
deixam o reino vegetal para passar a pertencer ao reino animal
Como pássaros poisam as folhas na terra
quando o outono desce veladamente sobre os campos
Gostaria de dizer que os pássaros emanam das árvores
mas deixo essa forma de dizer ao romancista
é complicada e não se dá bem na poesia
não foi ainda isolada da filosofia
Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros
Quem é que lá os pendura nos ramos?
De quem é a mão a inúmera mão?
Eu passo e muda-se-me o coração

peito [10]

[827]

a noite já não volta
.
ofegante de cavar um buraco,
nesta terra dura e seca,
lembrei-me dos sonhos que enterrei.
cavando, olhei em volta
buscando um espaço que já não encontrei,
mesmo debaixo do sol abrasador.
.
a noite já não volta
.
e cavei, ardendo de calor,
um buraco que pensei chegar,
mesmo na hora de enterrar o peito,
para desaparecer o desassossego.
.
mas a noite,
essa noite
já não volta.
.
e mesmo escurecendo, buraco aberto
no chão e no peito, a noite
de prateados recortes em pontos,
será testemunha do fim, porque

a noite,
aquela noite
já não volta.
.
dia mundial da poesia
.
e porque sim, comemoremos então as palavras. da forma que elas menos se entediem. o dia mundial das palavras curtas e sinceras, palavras encavalitadas em espaços carregados de simplicidade. palavras que não quiseram ser prosa. palavras poéticas vindas do peito. palavras.
.
poemas especias,
.
poemas que não devemos esquecer,

quinta-feira, 20 de março de 2008

Alguém alimente a rapariga

peito [9]

[825]

caio a teus pés, como um resumo de mim
caio sem amparo ao desfecho,
.
confessaria o pecado, se pecado fosse amar
mas amar não é pecado.
amar é ter uma pátria
amar é ter um nome
amar é ter uma identidade
é o estado pagador e cobrador.
.
caio a teus pés, resumo de um sonho
caio a teus pés, reverto o assombro.
.
fechas o teu peito, recortado,
cozinho em linhas que julgas perfeitas.
deixas entrar todo o mar no teu peito
e esqueces que o coração se fez ilha,
isolada e banhada a sal.
deixa antes ser um barco livre
seguir as correntes e as marés
de vaza, em lágrimas de azul-celeste.
.
caio a teus pés, resumo de lágrima
caio a teus pés, crepúsculo das horas,
.
e só a noite pode descer suavemente com as palavras certas.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Instantes

Junto à Jangada de S. Vicente, GUINÉ-BISSAU - Dezembro de 2006

sopros de vento frio

[823]

sorrateiramente umas folhas levantaram do chão. o outono, tantas vezes ameno, tornou-se demasiado frio desde os anos do fim da guerra. as trincheiras que se abriram, os ruidos que persistem em correr com este vento, trazem à memória de todos a lembrança da privação. nem sei se não será por isso que o frio se tornou tão espesso, carrregado e escuro. as folhas voam em direcção ao lago. jazem milhares nesta época, como se o lago as pudesse devolver à vida, como se a morte, inevitável, pudesse ser resgatada do fundo do lago e ser trazida à tona em forma de verdes escuros, violetas e viçosas flores.
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imagem roubada de forma indecente daqui [existir em intermitências]
.
já ninguém volta aos dias em que as bicicletas circulavam com as meninas sentadas nos cestos de vime, loucas pela juventude em precoces chegadas, doidas pela paixão, abraçadas pelos verdes jardins, e com sorridentes espelhos de alma reflectidos neste lago. já ninguém vem aqui. suspiro tantas vezes por aquelas tardes de sábado em que todos nos sentavamos a recitar um poema. e os gladíolos alaranjados e amarelos que arranquei em cuidadosos espaços, trouxeram uma raíz que ainda hoje se entranhou no meu peito. deixei de regar esta planta do peito. mas já ninguém volta aqui.
.
sentei-me tantas vezes aqui, a relembrar essa tarde. tantas que os bancos do jardim já se esqueceram de como eras. mas eu não. meu gladíolo.

enfermidades ecléticas

[822]

desidratei (foi o que eles disseram, mas eu não me deixo ir na treta e amanhã vou a outro lado). agora tenho de andar em urgências. e a em espaços exíguos com malucos a falarem com toda a gente. a sério, estava uma maluca a dizer que fugiu do marido, que ele não sabia onde ela estava, e que o namorado da filha lhe bateu, e ia preso, e tinha que pagar uma indemnização, e que a filha era uma filha da p***, porque não lhe ligava nenhuma. e ainda que tinha andado a puxar os cabelos a não sei quem.
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(isto tudo enquanto um gajo pensa que vai morrer)
.
disse ainda que o pai dela era um porco (hoje é o dia do pai).
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eu não sei que fiz, mas peço desculpa...não merecia isto.
.
depois acho que esta senhora falou demais, e os médicos de menos. é uma luta ir a uma urgência.

Microsoft vs Google

Para quem gosta de viajar... pelo menos na net... aqui fica a estrondosa resposta da Microsoft à empresa do momento, a Google. Ao já de todos nós conhecido Google Earth, a Microsoft respondeu com este fabuloso (na minha opinião) Virtual Earth!!! Para já só algumas cidades portuguesas estão disponíveis, mas consta que até final do ano todo o território português estará disponível
Experimentem o tipo de vista Bird's eye...
...cá para mim, a privacidade de todos nós começa a estar em risco....
Aqui fica o link: http://maps.live.com

terça-feira, 18 de março de 2008

intenções dedicadas

[820]

cresceu uma árvore no meu jardim,
e eu, sedento, provei a fruta
saciando-me de inverno e verão,
dos suculentos sumos maduros
da côr que irradia doçura.
.
um dia secou e eu cortei-a.
.
em seu lugar está uma flôr, amarela
que nem o cheiro fugaz
devolve o teu sabor.
.
rego a flôr para que cresça
em mim de novo um fruto
sumarento e maduro de ti.

Teorias da Conspiração


Serão a mesma pessoa???


O nosso Cozinheiro Favorito e Morgan Freeman.

Million Miles - Inauguração

Obrigado a todos amigos e anónimos que sábado passaram no meu stand!!!

Nova Casa


Parece que esta vai ser a minha nova casa nos próximos dias...

Eu depois dou noticias! Quem se cruzar com esta peça pode espreitar para o baril de cerveja e perguntar por mim.

segunda-feira, 17 de março de 2008

saint patrick's day



próxima oportunidade é para aqui!



de preferência no dia mais importante da irlanda, o Saint Patrick´s Day (tirando o aniversário da Andrea Corr claro) para nos encostarmos num típico bar irlandes "and to drink a lot of cold pints of beer!"

seja para um normal fim de semana a apanhar a cabra, mas em terras celtas com arpas, duendes e arco iris.

peito [8]

[815]

há um som na noite
que murmura um segredo
um som de noite
e escuro.
.
há sempre na noite
um murmúrio a ranger
um ruído surdo
e mudo.
.
há sempre mais uma noite,
até a noite ser a última.
.
03/03/2008 - 00:06 p.m.

Instantes.

Banjul, GAMBIA - Fevereiro de 2008

Gostava de ter tirado uma daquelas fotos que se transformam num ícone. Ainda não o consegui. Mas um destes dias tirei uma foto que, não sei porquê, parece que fala. Acho que escrevi um poema em forma de fotografia... perdoem-me o elevado grau de "bazófia" em relação a esta foto mas... foda-se! A foto está linda (pelo menos eu acho).

Como travar amizade com um crocodilo - em 3 passos.



1- Escolher a fera.
2- Aproximar lentamente.
3- Dizer Olá.

ground zero

[812]

esforço-me por voltar à estaca zero do meu espaço e do meu tempo, mesmo não sendo tarefa fácil.
.
o problema é que subi demasiados patamares na escala. uns demasido rápido. outros demasiado cedo.

sábado, 15 de março de 2008

peito [7]

[811]

um poema para quê,
.
se do que preciso é de um passo
uma aproximação, nem que seja vã
num deslocar sem pressa.
.
um poema para quê?
.
o meu desejo é olhar em ti
e procurar, no que falta em mim,
uma forma de me superar.
.
para quê?
um poema para quê?

sexta-feira, 14 de março de 2008

paso doble

[810]

não há mais que uns míseros metros quadrados de escuridão. há pouco ainda vimos a noite cair e agora é só a luz artificial que ilumina este espaço. a entrada da catedral, pelas traseiras, mostra-se como que enrugada, velha pelo tempo parada no mesmo local. ainda saem e entram algumas pessoas, sem pressas, turistas que como nós se detêm nos pormenores das rugas das pedras, no verde encastrado da chuva.
.
só pelo som do piano me aproximo do pátio. aqui muitas vezes o real supera o imaginável. a ficção é em si uma reminiscência muito mais fraca do que a realidade pode pintar. sento-me, paro a olhar os candeeiros de luzes amarelecidas que dão um toque sépia a tudo o que me rodeia. o músico (esta cidade tem nas suas entranhas a música a tocar em ritmos miscelánios) rompe num momento de inpiração que me faz a cabeça rodopiar sem saber a que lugar do mundo pertenço agora. sei que buenos aires entrou naquela praceta. cantava uma música sobre champanhe a correr em festas, de mulheres desaconselháveis, e a voz dança ao ritmo do destino dos intervenientes. eu o actor passivo desta trama, fico de olhos fechados. deixando-me ir onde a música quer soar melhor, talvez numa festa de mulheres.
.
saio a ver o cantor sorridente. ele sabe o efeito elipsoidal das suas narrativas sonoras. e eu saio a pensar que barcelona não é cidade daqui mas vizinha de buenos aires.

Lançamentos



TUSA

Melvin Burgess

Capa mole. Dom Quixote 2004.

ISBN: 9722026615 / 972-20-2661-5EAN: 9789722026611

Descrição da editora

Tusa: Dino, Jon e Ben são três amigos adolescentes, com problemas muito diferentes, mas todos eles estão a descobrir o sexo. Neste momento das suas vidas, o sexo é o principal interesse e, entre medos, equívocos, preocupações e umas quantas peripécias, eles vão-se tornando maduros. Tusa é um livro ousado, honesto, realistas e às vezes hilariante, sobre o despertar dos adolescentes para a sexualidade, escrito por um dos mais originais e atentos escritores de livros para e sobre jovens.

p.s.- Um livro chamado TUSA, vendido em edição de CAPA MOLE??????? Não me inspira confiança...

duas torres cinza

[808]

somos duas torres cinza,
erigidas ao alto, numa fábrica abandonada.
todos nos vêem de frente e ninguém suspeita,
que o frio cá em cima é maior.

e porque somos duas torres, cinza,
abandonadas pela indústria abandonada,
somos altivos seres vigilantes,
escutando os segredos do vento.

escurecemos os sorrisos de noite,
vendo um mundo a rolar sobre os intentos
mais desenvoltos e acelerados que ontem,
no fumo que já não fazemos.

tapamos tantas vezes o céu,
de mãos dadas e fumo ao alto, erguidos
sobre toda a cidade que agora soçobrou,
sobre a égide da roda do futuro.
.
mas nós ainda somos duas torres cinza,
de mãos unidas, mesmo sem o fumo ao alto,
guardando os mesmos segredos.


imagem patrick watson - the great escape

Expressões

Quando duas ou mais pessoas chegam ao mesmo lugar ao mesmo tempo, diz-se por vezes que "Chegaram à mesma canda". Muitos de nós já brincamos com esta expressão nas nossas tertúlias "palanaltadas".

Hoje descobri que um dos nomes utilizados em alguns lugares para nomear aquela coisa de madeira que une uma junta de bois, aquilo que "encaixa" no pescoço de cada um dos animais quando puxam a carroça, se chama CANDA.

Talvez esteja aí a origem da expressão, "chegaram à mesma canda (ao mesmo tempo)", tal como os bois que, quando têm a canda no pescoço, chegam ao mesmo tempo!

quinta-feira, 13 de março de 2008

Inauguração

Sábado 15 de Março às 15H faço a inauguração do meu stand.
Million Miles
Todos os camurcinas, amigos e visitantes estão convidados.

peito [6]

[805]

pousas uma mão, borboleta de cor laranja,
sobre a minha cara, pétala de cor azul,
e deprendes de novo o pólen, dos sugados
cheiros dos cabelos côr de terra,
com olhos verdes côr de erva, e
os amarelecidos dedos côr do centeio.

preciso de férias

[804]

leon tolstoi, num dos seus mais resumidos contos, a morte de ivan illitch, define a vida do personagem como tendo sido "muito simples e muito normal, sendo por isso mesmo, muito terrível."
.
vou renunciar a esta fatalidade. vou de férias e descansar. e fazer uma vida anormal. vamos para onde?

quarta-feira, 12 de março de 2008

Aumento da Cota do Leite

Pessoal,

O Parlamento Europeu aprovou uma proposta de Bruxelas que permite a Portugal aumentar a sua produção de leite em 38.971 toneladas, para 1.987.521.
Sabem o que isto quer dizer, não sabem?

Há que começar a mugir as vacas 2% mais rápido...
Há que começar a treinar pessoal!

poesia dedicada [3]

[802]

passo diante de cada um dos sopros, e
uma voz rumorosa anuncia a presença disforme
ao longe, no nevoeiro corrente e indiferente,
eu teimoso espero outro passo do sopro,
enquanto os olhos esmiuçam cada movimento.
.
esperei em sonhos as noites escuras de branco
e o que senti ao ver desprender do incerto,
apenas a sombra do que fui, entre a manhã e a brisa,
desmoronei da minha muralha o sonho,
que desceu em penas e plumas leves arqueadas.
.
já não oiço a voz, nem os sopros, e o sonho soterrou,
junto de penas minhas leves e sentidas, o que em muros construí.
.
já não me espero.

Jogos

Dois jogos de estratégia para jogar na net. Grátis e sem qualquer download:

http://it.t45ol.com/gioco/3392/canyon-defense.html

http://www.gamedesign.jp/flash/dice/dice.html

Divirtam-se.

poesia dedicada [2]

[800]

verte duas lágrimas de alegria,
que desçam pelo teu rosto suave,
façam lavar o teu sorriso, e a minha
saudade não te esqueça, nem o minha
ausência te adormeça.
.
acorda. e dá-me a tua lágrima de alegria,
mesmo no dia em que eu não a mereça.

poesia dedicada [1]

[799]

sabes,
ainda hoje, debaixo de chuva,
cresceu mais um centímetro dentro de mim.

sabes,
ainda hoje, sobre as gotas do céu esparso,
expandiu em mim espaço sobrante.

tu sabes,
ainda que mostre os anseios delirantes, debaixo da chuva,
mesmo que nunca o vejas, sou uma porta de ferro,
onde podes bater a saber segredos e novos caminhos.

tu sabes que se bateres, ela abrirá sempre,
mesmo que seja um dia de sol,
e da chuva não precises de te abrigar.

sentido único

[798]

bateu a porta com tanta força, que atrás de si ficou apenas o eco. um estrondo a ressoar nos ouvidos. a firmeza do acto remetia-o para os fortes sentidos a que reportava a sua vida. era um sentido único muitas vezes invejado pelos seus pares.
.
sentia ser a solução. a discussão só adiou por minutos esse final. era um impulso reforçado com estirpes de vírus mal solucionados. sentia que os analgésicos só iriam protelar uma gripe bem forte.
.
desceu os quatro lanços de escada. saiu determinado para a rua. olhar em frente sem pestanejar, vendo o seu carro como o único na rua. a chave, no fundo do bolso, procurava-a com as mãos ainda trémulas. e nem pensou em se voltar. entrou no carro. respirou e arrancou.
.
(não pensou em olhar para trás, embora ela estivesse com uma lágrima espreitando entre as cortinas)

terça-feira, 11 de março de 2008

Brevemente

Million Miles

corre de boca-em-boca

será verdade que a ETAR de frossos tem problemas graves há 3 anos, e está há um mês PARADA, sem fazer tratamento?
(eu não quero acreditar)

cinenimação

[795]

no country for old men, (****) a estonteante história de cormac mccarthy (óscar para melhor argumento adaptado), narra o despoletar dos negócios da droga, nas zonas de fronteira dos estados unidos com o méxico. como sotaques muito acentuados do texas, e com uma interpretação fabulosa de javier bardem, o filme desenrola-se num ritmo muito próprio, difícil de descrever, e com cortes de montagem muito coen. final bem irriatante (mas muito bom).
.
uma palavra especial para a banda sonora (não há).
.

.

o dicionário escrito em prosa

[794]

este é o segundo livro do autor que leio. o anterior, fantasia para dois coronéis e uma piscina, foi uma surpresa, e de uma dificuldade extrema a leitura. a sua forma de escrever, muito meticulosa, com adejctivação permanente, com vocábulos quase esquecidos do dicionário, torna a leitura dura, mas enriquecedora, pelo facto de nos obrigar a investidas no livro grande das palavras.
.
esta obra, com passagens igualmente seleccionadas, escritas com todo o cuidado, o que se percebe facilmente pela leitura, é bastante diferente da anterior, embora o estilo esteja todo lá. a necessidade de recorrer ao dicionário é menos permanente, e a própria obra menos evasiva, ou mais concisa, torna-se de leitura mais agradável. mário de carvalho, escritor com uma vasta obra publicada, e com prémios diversos, é sem dúvida uma das melhores penas deste país de escritores.
.


mário de carvalho, a sala magenta (****)

.
à vossa atenção portanto mais uma publicação. uma história em que o seu personagem se apercebe da falta de sentido de tudo o que fez na vida, polvilhada de pormenores dos seus romances e falhas. deixarei algumas citações mais tarde.

segunda-feira, 10 de março de 2008

o poema que acaba

[793]

um poema
nunca está acabado,
porque o ritmo que a escrita impôs,
perdurará pelo tempo que alguém o ler e entender.
.

mas jurei a mim mesmo
terminar este.
.
disse sem medo, este
não é para durar. simples,
esqueçam só que ele existiu.
.
e acaba assim
.
um poema que acaba, no fim.

the great escape

[792]

um homem atravessou a rua. passou à minha janela, e juro que ele trazia na mão o seu próprio coração. comendo-o como que a uma maçã. com o seu desgosto, terrífico, procurando a saída possível e final. suponho que nunca teria coragem para fazer o mesmo. eu nunca seria forte para abdicar dele. por isso a minha única opção é educá-lo. pobre coração que tem hoje a regra básica de não se poder deixar levar por paixões. esta foi a primeira regra. mas há mais. muitas mais tábuas, qual salvação, que ele não fará rasas. sob pena de se ver maçã, nas minhas mãos.
.

patrick watson - the great escape

domingo, 9 de março de 2008

FNA já tem blog



Ainda em formação Núcleo da FNA de Real já tem o seu blog. Não deixes de visitar.
Já somos 12 elementos e até ao fim das inscrições estou certo seremos mais alguns...

sexta-feira, 7 de março de 2008

3 mulheres e outras tantas histórias

[790]

1
.
nada como uma boa paixão. no filme forrest gump, o actor corre uma vida inteira atrás de uma mulher. empiedosa. de espírito livre. incensurável por isso. um espírito livre necessita de liberdade. ora o problema é que o rapaz, como o sísifo, sobe a pirâmide todos os dias com uma pedra e ela rola pedra abaixo no memento em que pensa atingido o topo.
.
resultado: a mulher volta para ele ao fim de duas dezenas de anos.
problema: embora acredite que isto é possível, o mais certo era ele ter subido a uma pirâmide onde a pedra não rolaria.
.
2
.
ao que parece tive um tio-avô (a minha mãe diz que eu o conheci, mas deve ter sido há tanto tempo que nem me lembro) que em tempos namorou uma mulher. teve um filho dela e depois separou-se. segundo a minha mãe o homem era um galã. conheceu as mulheres mais bonitas da terra e arredores. a mulher a quem ele tinha feito o filho nunca mais se apaixonou de novo. esperou por ele. anos a fio. ele depois casou com outra mulher.
.
resultado: a mulher nunca mais quis saber de nenhum homem. mas ele nunca voltou para ela. o certo é que mesmo depois da morte do meu tio-avô, ela continua a dizer à minha mãe quando a encontra na rua, que o tio era o homem da vida dela.
problema: a mulher podia ter vivido a vida dela com outro homem, merecedor daquela dedicação (que teria o homem, caraças?)
.
3
.
conheci uma solteira, com mais de sessenta anos. razões profissionais. a mulher foi em tempos (segundo me disse um vizinho) a mulher mais bonita da terra. não havia homem que não a quisesse (incluindo o vizinho que ia dizendo isto em frente da esposa dele). ora, a opção dela foi ficar solteira e rica (meu deus do céu, e viajar? conhecer o mundo e desencantar numa cidade qualquer o homem da vida dela?)
.
resultado: hoje ainda é solteira e rica.
problema: o sobrinho, que não faz quase nada da vida vai herdar tudo, o malandro, que anda num bom carro e goza o que a tia nunca gozou.
.
dedicado ao dia das mulheres. por todo o respeito que me merecem. e aos caminhos estranhos e desencontrados do amor na vida das pessoas.
.
p.s. isto não significa que tenha mudado de ideias em relação aos três actos anteriores. é só uma nota de reconhecimento da importância das mulheres. mesmo que abomine o facto de elas comemorarem isto como se fosse o dia da redenção.

trocar uma mulher em 3 actos

[789]

1º curso intensivo de ioga.
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2º comprar um kart para aliviar o stress e fugir um sábado inteiro.
(já há um candidato para esta parte. para alinhar comigo)
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3º comprar uma moto de água e passar todo o verão a correr as praias do norte.
(já há dois candidatos para alinharem nesta parte, embora eu admita que esta é capaz de ser contraproducente)
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bom fim-de-semana

cinenimação

[788]

cinema de culto. mais uma sessão all by myself, de modo que a vida assim tem outra perspectiva. mas o cinema não. a comédia britânica (de que não sou especial admirador) no cinema, pelo menos, é sempre uma agradável surpresa.

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morte num funeral (***), trailer - é uma história de uma só tarde, e com o tempo suficiente para nos mostrar fraquezas e delirios do ser humano. sempre num tom irónico (piadas muitas vezes mórbidas) o filme é um momento de relax. e pronto. saio a bem com a tela. e com o filme. e talvez com o mundo.

pormenores

[787]

vale sempre a pena reler, [blog d'apontamentos]. ou para quem não conhece.
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e ainda as maravilhas sempre pontuais do [vontade indómita], onde percebo porque pinto à vezes a minha vida como a um filme noir. é porque como dizia bukowski, " [...] Quando um homem não acredita em nada, nada tem a perder [...]"
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programação do teatro circo para o mês de abril e maio. e ainda o festival de jazz que decorre em braga. e o festival de cinema em famalicão.

quinta-feira, 6 de março de 2008

nascer do lado errado da vida

[786]
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nasci do lado errado da vida.
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eu sentado na poltrona, confessava a minha desilusão permanente. discorria sobre discursos ensaiados paa não fazer denotar a fraqueza intensa da minha loucura. e anuia. e concordava. aceitava.
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prognóstico reservado. doutor, diga então para que lado é que me viro. e ele olhava. coçava a cabeça, meia sem cabelo, outra metade de velhos brancos pendentes. aludia a poções milagrosas de outros tempos, que já pouco se usavam. poderia o senhor valério aproveitar essa sabedoria ancestral. já conheci alguns que nasceram assim do lado errado da vida. não foram muitos por certo. e no entanto todo o homem é capaz de mudança e passível de cura.
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e eu ia respondendo, não sei senhor doutor.
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(ia comendo um pão meio seco e bebia um vinho de sabor intenso,caseiro, ainda assim umas lascas de presunto disfaçavam a pobreza do que o homem oferecia aos seus pacientes)
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não sei, repetia eu. eu nunca mudei doutor. cresci a ver o mundo de pernas para o ar. do avesso. do lado errado. fiz a escola toda, trabalhei sempre com dedicação e sem queixas. mas doutor eu nunca parei de escrever em toda a minha vida. tenho 32 livros, volumes de diários que me enchem as estantes do quarto (onde já mal me mexo), e ainda algumas caixas no sotão, e na sala, e na arrecadação. o que eu precisava era conseguir deixar de viver a vida desses meus personagens e viver a minha.
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homem, você só pode viver uma vida. quando morrer tudo estará terminado. pense que precisa relaxar e ser feliz. agora vá, e pense no que lhe digo. o melhor para si é provar a mistura que lhe receitei.
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juro que mal saí, já me pesavam as pálpebras de novo. e juro que com aquilo, eu nunca deixaria de escrever. e mesmo cansado decidi começar a alinhar a história da vida que sonhei ter. a outra metade da vida em que poderia ter nascido.

FNA

A Fraternidade Nuno Àlvares em Real vai dar os primeiros passos amanhã, dia 7, numa reunião a realizar pelas 21:30H na sede do CNE.

Todos os ex-escuteiros da nossa freguesia estão convidados!

Apareçam!!!!

a segunda oportunidade

[784]
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o grande escritor americano, da escrita que agradou às massas, a mim pouco me alterou. eu tenho uma opinião pouco favorável. ou eu criei a expectativas muito altas, ou então, sou eu que me tornei demasiado exigente.

nesta obra, o livro das ilusões (***) onde mais uma vez há uma história tipicamente urbana e americana, torna-se um pouco fastidiosa a leitura, mormente o enredo seja muitas vezes mirabolante, as passagens e os pormenores onde o escritor se detém, não fazem o meu género.

a segunda oportunidade, depois de a noite do oráculo, foi um elixir mais para o seu final, quando o autor resume dentro livro, a estória do filme que tivemos oportunidade de assistir há pouco tempo em portugal. the inner life of martin frost está plasmado na parte final do livro. e assim foi com algum sabor a cereja que terminei a obra. deixo portanto aberta a possibilidade de uma terceira oportunidade.

quarta-feira, 5 de março de 2008

12 palavras em jogo

[783]
lancei os dados.
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a minha mãe e o meu pai, entreolharam-se. nunca sabiam bem do que eu seria capaz.
(o que eles não sabiam mesmo era que eu tinha nova mulher, mais que isso, eu estava perdido de amor)
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vou viajar para nova iorque, aliviar-me desta doença, desta neurose.
(o que eles não sabiam é que uma boa noite de sexo, já redimira os meus pecados, o meu calor impaciente, do corpo que se me esgotava a cada dia)
estou de paixão arrumada na mala. vou partir e ver o céu azul da américa.
podemos pelo menos saber quem é essa pessoa?
sim. a escrita é a minha nova paixão. e é lá que vou casar. empire state building. eu escrevo.
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o desafio da tété (sempre simpática) está cumprido. agradeço o convite e chamo a atenção dos meninos e meninas seguintes, ângela (luz acesa), gustavo (escrita casual), dr. etecétera e joana fernandes (fontes do ídolo), pedro morgado (avenida central), ponto gi (ponto gi) e butterfly e ladybird (been there done that), e os meus companheiros a escreverem um texto com as 12 palavras que mais gostam.

Então como é?

Afinal há bolo ou não há bolo?

dois pássaros sós

[781]

não era um pássaro só.
eram dois ou três.
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e nós separados, riscados
com cores mais parecidas a pássaros,
eramos dois, ou três pássaros.
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e de facto não era um pássaro só.
eram dois ou três.
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nós separados, um cantando,
outro talvez chilreando
como pássaros,
erámos dois ou três pássaros.
...
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mas eram só dois pássaros.
e nós também dois,
como pássaros de côr riscados,
pássaros de canto.
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cada um com o seu canto
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cada um a seu canto.

os agradecimentos esquecidos

[780]

alertaram-me há dias para o facto de estar a descurar alguns agradecimentos. eu explico que por vezes assumo que as pessoas sub-entendem os meus reconhecimentos. está implicito nas minhas acções. de qualquer das formas deixo o meu obrigado sentido a quem não o disse.
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obrigado
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obrigado
obrigado obrigado
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obrigado
obrigado obrigado obrigado obrigado obrigado
obrigado
obrigado
obrigado obrigado obrigado
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obrigado
obrigado
obrigado

terça-feira, 4 de março de 2008

o mistério da cidade suspensa

[779]

um dia de chuva e cinzento
a solidão puxou-me pelos cabelos.
arrastou-me pela cidade fria, renunciando
aos meus apelos de que parasse.
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mas a solidão, zangada, não parou.
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arrastou-me pelos becos escuros, perdidos,
lugares recônditos, amostras de luz fosca
estranhos espaços conhecidos de outrora,
cada chão sentido como o passado.
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e a solidão, zangada, não parou.
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puxando os meus cabelos, em castigo
murmurou uma sentença dura e cruel,
doendo o meu couro-cabeludo, esticado
pelas suas mãos de justiça implacável.
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e a solidão, zangada, não parou.
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comecei a perceber o seu ponto de partida,
eu arrastado, via o mundo de baixo,
via os relógios enormes parados em torres,
misturados com o fumo, que sobrava do dia.
vi pessoas estranhas, com olhar de desprezo
a quem se arastava obrigado pela solidão,
percebi o mundo, em compadrio discreto com o desdém
para os filhos da desgraça e os arrastados da solidão.
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depois fui eu que pedi que não parasse.
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arrastou-me mais umas horas, lentamente
pela cidade despida de humanos. apenas eu.
rastejando ao lado da solidão, procurando
descobrir o mundo que acima de todos nós se ergue.
acima do moribundo que ninguém olha,
do renegado que ninguém estende a mão.
do faminto que ninguém atira o pão.
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descobri, enfim, que a solidão sou eu.
que me arrasto há anos, nesta cidade
meio perdido pelas pedras da calçada,
tantas vezes de rosto na água.
e sei que a solidão sou eu, e que
apenas eu me arrasto pelo chão.
sem ninguém me puxar,
neste chão da cidade fria e escura.
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3/3/2008 - 00.04 p.m.

os cabelos, espelhos de ti

[778]

naquele momento em que toquei ao de leve o teu cabelo, e o toque em seda cheirosa me levou de volta aos bons anos, percebi a importância dos cabelos.
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todos eles emaranhados e confusos, mostram, ao tacto, o que se esconde no íntimo de nós. simples.
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(todo o grupo em volta da mesma graça, todos rondando a mesma piada, mas nós estavamos ausentes)
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e é um cheiro que me ficou na memória. um cheiro a perfume repuxado a escova. simples.

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [20]

[777]

é fácil o inverno chegar ao fim. difícil é largar o cachecol.

segunda-feira, 3 de março de 2008

a janela do mundo

[776]

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o mar salgado, que nos entrou alma dentro,
dentro de mim e nunca de nós,
refrescante de ti, e de mim que me pousaste,
na berma da areia, parapeito do mundo.
não me empurres ao vento de leste,
p'ra oeste é que quero ir, no mar de salina.
nesse mar que entrou em mim, soluçante,
que nem as feridas ardem ao seu passar,
deixou saudades para além de amar-te.
e o sol que aquece nesta janela aberta,
há-de ser a descoberta do calor,
se fosses tu as algas que desprendem
a mão que segura ainda o teu sorriso.
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não vou voltar pelo mar adentro.
darei apenas sabor a esta saliva
que terra fora me molha os pés.
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eu à janela não volto para me empurrares,
sigo apenas o que escolho e não suspiro mais
pelo passado que me trai a vontade.

silêncios

[775]

este domingo, impelido pela vontade de gastar dinheiro, pelo prazer de gastar como os outros gastam, num fim-de-semana, em compras lentas, como nos passeios de carro a 30 km/hora.
(confesso que foi mais para acompanhar alguém às compras. eu não tenho paciência)
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e ao primeiro assalto, pego logo num livro que faz parte de um programa de incentivo à leitura. o mito de sísifo, albert camus por 3,85 euros (como? só isto). só não lê quem não quer.
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e o segundo assalto é à promoção dos preservativos.
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onde queria chegar, é que fiz aquilo com a vontade de mostrar duas coisas que não tenho feito. é que apenas procurava impressionar uma mulher que gostasse de sexo e de ler, e que se manifestasse com um sorriso. como sempre, não é ao domingo de tarde que se encontram mulheres disponíveis. e depois, vou continuar a não ler e a não usar preservativos. nada. e desisto por mais uns meses de ir às compras ao domingo.

sábado, 1 de março de 2008

Lançamento

José Camurça, o artista português, como gosta de ser chamado, está já a preparar o seu primeiro album de originais. O nome do album ainda não está definido mas, fonte próxima do autor adianta que o mesmo se poderá chamar "Best Off". Outros nomes estão ainda em estudo, tais como "Passarinho Careta", "Camurcina Amarela", "Faisão Dourado" ou "T.U.S.A.".

O single "Vou-lhes dar Kuduro", já em fase de pós-produção, promete ser um dos grandes êxitos do próximo Verão, em Portugal, fora de Portugal e no estrangeiro.

Outra composição que poderá dar que falar é "O Artista na Disconight".

Fuego Fuego!




Deve ter sido mais ou menos assim:


- Então, por aqui?

- É verdade, cá estamos.

- Pois é, pois é, parece que está tudo a arder!

- Tens razão, aquelas pessoas estão fodidas...

- Olha, por falar em foder, vamos lá?


"Malandrage"

Como podemos constatar, ao fim-de-semana desce o número de visitas e de posts neste blog. A conclusão que daqui podemos tirar é que, tanto aqueles que visitam o blog, como aqueles que colocam os posts, o fazem, muito provavelmente, a partir do local de trabalho.

Ah "malandrage" do camandro!