sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

a não perder. mesmo.

[771]

entrevista no JN de mário de carvalho.
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" [...] Vivemos em Portugal num mundo mais ou menos mafioso de traquibérnias. Alguém tem que pôr cobro a isto. Não podemos continuar assim, porque quanto mais tempo continuarmos a arrastar atrás de nós este Portugal piolhoso da Inquisição, do miguelismo e do fascismo, não iremos adiante. Foi o reflexo da mesma mentalidade que levou essa gente a apoderar-se dos recursos e a transformar isto na monumental negociata que ainda é. [...]"
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dois grandes, extensos, enormes e produndos posts,
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a expiação de gustavo sampaio (apoiadíssimo, digo eu)
" [...] é um facto que não tenho namorada, por isso limito-me a beber mais uma cerveja e a dar umas risadas com a malta fixe sobre uma última aventura com uma qualquer gaja com umas grandes mamas sem a namorada saber e tudo mais; por vezes penso que se me tornar mais parecido com eles, talvez tenha mais sorte na minha vida amorosa [...]"
via [escrita casual]
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os direitos obrigatórios da ângela (apoiadíssima, digo eu)
" [...] O direito a responder a tardios testes de orientação vocacional e não saber ainda aquilo que quero. A molhar os pés no mar num dia de Inverno. [...] "
via [com a luz acesa]
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e um bom fim-de-semana para todos

nos deambulares da serra [5/5]

[770]
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a noite tem a sua beleza. também tem o chilro de pássaro manso. tem o canto melodioso de pásssaro só. e triste. depois de montada a tenda de campismo, selvagem como a vontade que me invadiu desde o banho de ontem no rio, acendemos uma fogueira pequena, com três ou quatro pedras de resguardo ao fogo. agasalhas-te com uma camisola azul bébé, que te assenta no corpo de uma forma divina, e sendo feita de lã, dá-te ainda um ar campestre. o teu cabelo preso e sorriso solto ao que prevê a noite. e trazes o meu casaco que pousas nas minhas costas, e apontando para a lua admites que não sabias o sabor agreste desta lua.
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a noite é um emaranhado de sons, ruídos, cantos estranhos, bolotas que caem no chão, ramos que se desprendem das àrvores, e jurava que o esquilo do primeiro dia também anda aí na escuridão.. pousas dois beijos na minha boca, de olhar calmo e simpático, e procuras as minhas sensações sobre estes dias. e eu admito sempre o mesmo. a tua vontade é a minha vontade, e a tua realização é o meu objectivo. e ris ao mesmo tempo que me pedes que eu deixe pensar que estou numa reunião de negócios.
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entre o saco-cama e a tua mão, e entre um abraço quente que me emprestas, dizes que queres ir devagar. conhecer-me aos pouco como a esta serra. e ambos os sorrisos provam essa lei. ambos dormimos sobre a tua vontade. na manhã seguinte, rejuvesnecida, descansada de cansaços intensos destes dias da serra, és ainda mais autêntica.

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(posso gostar de ti mais do que na noite anterior?)
(podes sim)
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e antes de sairmos, agarras-me um braço com a força e a vontade de quem pergunta,
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queres fazer amor comigo?
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21/02/2008 - 17:13

os vagabundos da ópera

[769]

via [ócio]
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"[...] fundada por Eric Stern (tenor, acordeonista, pianista e compositor com experiência no mundo da música clássica e da ópera), a trupe norte-americana é conhecida pela exuberância de um "show" de variedades que mistura elementos originais com tradicionais, sorvendo excertos de Kurt Weil, Duke Ellington, Edith Piaf, jazz, tango, dança do ventre, cabaret e o que mais servir o espírito desta ópera "vagabunda" [...] "



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bom, o espectáculo prometeu e cumpriu. uma casa composta, a mais de 2/3, a sala fenomenal como sempre, um ambiente animado, algumas "pin-ups" entre a plateia, é fácil dizer que valeu a pena esperar dez anos.

um concerto a lembrar a broadway, uma qualidade musical em cada elemento da banda tal, que só isso chegaria para um bom espectáculo. e de facto há mais. há uma simbiose entre eles. quase perfeita. e isso puxa pelo público.

e a interpretação de edith piaf, é um portento. as vozes são todas elas uma enormidade. fechar os olhos e ouvir a mestria do viloncelo leva-nos somewhere else, para a terra onde as escolhas são todas certas e perfeitas. as terra das orquídeas.

mais por favor.

oiçam mais aqui myspace.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

nos deambulares da serra [4/5]

[768]
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não vês a serra?
é um poema escrito em crescendo, arrasador, de força destrutiva, com o topo magestoso, um amparo a quem a sobe, é saber que nunca chegará lá cima de vez. é como a vida a caminhar num sentido circular. e o que poema nos traz de novo é a tonteria que nos carrega aos consfins do nosso sentido primordial. quantas vezes te arrepias ao ver uma montanha destas? a enormidade do poema é igual, deves temer a sua força. deves ter como perigosos os tentáculos de um poema, dos que estão escritos pelas penas mais sensíveis.
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não vês a serra? escuta as aves que te trazem o seu som, o som que vem do peito deste monte milenar, deste emaranhado pedregoso que nasceu num dia de rebeldia dos deuses. eles em cocílio decidem que tu deves em algum século assistir à sua grandeza, e com esta imagem perceberes que não somos donos do nosso destino. eles sim estão agora a escolher o que serei eu daqui em diante. se a tua mão não fosse a prova de que eles conspiram, então eu não sou mais crente. e entrego-me na justiça do dia-a-dia dos homens. destes homens que vivem do frio que a serra sopra nestas manhãs.
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não vês a serra?
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e enquanto eu escrevo as minhas linhas de inspiração, vens de cara ainda deslavada, e eu embrenhado nos meus pensamentos, procurando uma explicação divina para os meus sentimentos, nem te sinto. só ao toque das tuas mãos nos meus olhos quentes do sol, e na testa de rugas vincadas pelo esforço, caio de novo da porta do concilio em direcção a esta terra, de homens que trabalham e vivem de terra e água, e que trabalham de frio a pavio.
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e dizes-me solene e imponente,
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não vês a serra?

p.s. guess what?

[767]


" you see, i don't worry about you remenbering me,
life, it changed as we knew it,
and now it changed again.
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i love 'till the end "
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trailer

p.s. i love you (****)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

nos deambulares da serra [3/5]

[766]
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eram já horas de parar. nada melhor do que junto a um marco miliário. nestas terras do gerês, o frio junta-se ao isolamento, e a dureza do caminho junta-se com a paisagem áspera.
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a água fresca que corre no riacho, faz a pausa maior, mais calma, mais viva, mais agreste. parando assim pouco tempo, com os pés a latejar da caminhada, podemos sentir o cheiro a eucalipto. o cheiro da terra misturada com a àgua, duas mimosas juntas. e o esquilo parado a meio da árvore, olhando para nós e estranhando a presença estranha, forçam os sorrisos à gargalhada, quando em boa verdade o que ia bem era parar. e decides isso mesmo para falar.
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pousamos as mochilas, e molhamos os pés no riacho. contas duas histórias do cão que tiveste quando eras criança, e que morreu cego. dizes que tens saudade dessa infância passada nos dias sem pressa. e a àgua agradável impele-nos a um mergulho. e sabes que o meu corpo de encontro ao teu, arrasta a própria natureza para um turbilhão de imagens. e enquanto te sentas a meus pés, e te recostas nas minhas pernas, mostras com o olhar sorridente o prazer em estar aqui.
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e nunca te esqueças que estar aqui é anuir com verdadeiro sentimento interior de pertença a este espaço inabitado. sempre que voltares aqui estarás em casa, resguardada. e eu sei que não posso pedir mais que a tua companhia. essa é a minha forma de procurar a felicidade. ter-te ao pé de mim.
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a lua em crescente, quarto crescente, promove a festa das estrelas. só aqui podemos comungar desta vista límpida de luz artificial. a tua mão arrasta a minha para escolher uma estrela. e eu entrego-me sem esperar mais que a tua mão.

Cine Camurça

Uma produção camurcinada...

Até quando se pode ser criança?

- Quando vais deixar de ser criança?!?!
- Será que já não posso ser eternamente criança???? Amar, sorrir, pular, pensar, sonhar, sentir, brincar, festejar, acarinhar... como uma criança???

como é que dizes?

[763]

mas que é isto?
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you're a part-time lover, and a full-time friend?
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é esse o segredo?
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"you're not like everyone else.
you're like the coolest person i've ever met, and you don't even have to try..."
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obrigado ellen page, não é caso para tanto.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

nos deambulares da serra [2/5]

[762]
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apeamos o carro junto à albufeira. entramos no parque de campismo com a força do início da viagem, com a disposição de percorrer meio mundo, mesmo que este pedaço de paraíso não seja mais que o nosso mundo agora.
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a tua disposição é afirmativa, positiva, empenhada, queres andar a pé, dizes vezes sem conta, os ares do escritório atrofiam-te os dias, as causas e os desejos. queres sair para embrenhares o teu olhar na caruma do chão, nas folhas verdes e castanhas algumas da meia estação. queres sair para caminhar sobre o vento fresco, o sol abrasador, ou sobre as núvens leves que sobram em certos espaços.
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apeamos o carro junto à albufeira e aí ficará por três dias inteiros. ficará parte do meio ambiente, da envolvente. ficará parado para nos receber, para observar os resultados dos dias do deambular da serra.
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(eu sou um crente. mesmo que não vislumbre solução possível, mesmo não vendo saída que me agrade, eu acredito na escapatória airosa. e vejo que sairemos fortes destas dias. mais fortes.)
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os teus gestos são sublimes. nem reparas como o simples arrepanhar do cabelo te pode transformar num objecto intocável. numa peça de arte rara, que todos olham com o intuito de gravar na memória. e os olhares que desvias para o que passa, em movimentos rápidos, perscrutadores da harmonia reinante, seja um bicho que passa, seja um cão que ladra, seja o velho que leva o pão de casa em casa, neste mundo perdido, esses olhares são memórias circulares.
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escolhes o trilho que percorreremos aqui perto. são poucos quilómetros, só para aquecer os músculos parece-me bem, dizes-me entre sorrisos. sorris sempre como uma criança que vai descobrir os segredos do mundo interior e escondido. e agarras os meus braços para me puxar tantas vezes, que pareces atropelar o tempo com tanta vontade de viver. respiras fundo outras tantas vezes, olhas o vale de verde e granito, e fotografas tudo o que possa servir para recalcar a tua memória, para que aquilo que ficar gravado em papel possa reanimar o que, gravado na memória, se vai esvaindo com o tempo.
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e juro que nunca pensei em vir. mas aceitaste o meu convite.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

nos deambulares da serra [1/5]

[761]
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deixamos uma cidade inteira para trás. uma hora de caminho e já nem me lembro porque que te convidei para vir. a tua conversa, ainda em velocidade de cruzeiro, stress do dia de trabalho, vai acalmando com o avançar dos quilómetros. e com o asfalto que passa rápido por baixo de nós, como anunciando a rapidez da chegada ao nosso retiro, deixo cair a minha máscara. deixo-me levar pela magia da paisagem do gerês.
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aqui posso ser o que fui há alguns anos. e a tua excitação pela chegada, revela-me o sentido do meu convite. eu acredito em ti. e tu acreditas em mim. sabes que a minha faceta mais rebelde e rústica de campista, nunca a mostraria a mais ninguém. este espaço é nosso.
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a entrada do campo é jovial e moderna, rasga mais fundo o peito, já de si desfeito pela grandiosa paisagem. e ris. ris como eu nunca vi. estes prometem ser os dias da revelação.
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consegues ver a serra?

um homem sentado diante de si

[760]

poderá um homem,
sentado diante de si,
decidir a vida do seu espectro?
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poderá um homem,
sentado diante de si,
escolher a sua moral?
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o que pode um homem, destinado ao fracasso,
destinado a um destino marcado,
e ainda assim, ser crente?
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poderá um homem,
sentado diante de um espelho,
escolher o mais sério?
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poderá um homem,
sentado diante do seu corpo,
escolher o espírito mais promissor?
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o que pode um homem, resignado ao passado,
resignado ao presente,
e ainda desconfiado do futuro?
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poderá um homem,
sentado diante da sua obra,
escolher o que é mais perfeito?

cinenimação (e afins culturais)

[759]

quinta,
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dia bom para jantar e relaxar. assistir a uma voz maravilhosa na fnac. podem vocês mesmo aferir no site da miúda. [margarida guerreiro] e o projecto encores fado.
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sexta,
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corre, corre meu rapaz, vai que a vida não te poupa o tempo, e siga para um grande filme. michael clayton [trailer] (***) , é um filme que andou lá perto de ter sido perfeito. mas, faltou alguma coisa que não percebi bem o quê.
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sábado,
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é um bom dia para o descanso, entrega ao ócio, entrega a mais uma película. asterix nos jogos olímpicos [trailer] (**), é bom para um sábado.
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domingo,
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descanso para a segunda passar bem. de cabeça nos óscares, ainda há tempo de ver JUNO [trailer] (****), o melhor dos três filmes do fim-de-semana. ainda a tempo de achar que merecia o óscar. grande interpretação de ellen page. um amor assim não existe. e quem consegue mostrar o que não existe, de uma forma sublime, então merece uma distinção.

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [19]

[758]

é fácil ir ao cinema. difícil é sair com vontade de voltar lá para dentro.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Apagão Mundial

Escuridão Mundial

No dia 29 de Fevereiro de 2008 das 19:55 às 20:00 horas propõe-se apagar todas as luzes e se possível todos os aparelhos eléctricos, para o nosso planeta poder "respirar".
Se a resposta for massiva, a poupança energética pode ser brutal. Só 5 minutos, para ver o que acontece.
Sim, estaremos 5 minutos às escuras, podemos acender uma vela e simplesmente ficar a olhar para ela, estaremos a respirar nós e o planeta.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

eu espero em praça que te traga

[756]

a praça está fria. gelou os meus braços e tenho de entrar. a esplanada deixou de estar agradável. deixaram de pousar os pássaros desde que o vento levantou mais forte. as folhas rodopiam no ar, e eu vejo pequenos tornados, que revolvem as folhas que jazem no chão. eu sei que tu também foste isso mesmo, um tornado que remexeu com o meu peito, com as folhas do meu outono interior em que eu descansava à espera do inverno e da primavera.
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dentro do café está mais quente, mais acolhedor. há tectos altos e ornamentados com fitas vermelhas penduradas entre as paredes, com um floreado de cal ao centro, donde nasce um candelabro tão pequeno e singelo que dá vontade de olhar e não desligar o pescoço dessa corrente de paz. eu entro pelos filamentos, deixo-me estar dentro daquela campânula que reluz, e mostra o caminho a todos, menos aos cegos e aos que não querem ver.
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e eu sou só isto, ou só observação, desde o dia em que entraste no comboio para madrid, e três dias depois barcelona, mais cinco e paris, berlim, praga. que cidade te acolheu nos braços que nem eu te posso sentir mais. roubo uma tulipa todos os dias que saio de casa, no quintal do teu vizinho para te dar, e todos os dias a levo de volta. eu sou isto desde que foste nesse comboio. nessa viagem. e eu espero há cinco semanas aqui. não consigo desvendar caminho que me endireite o tormento e me leve em paz ao destino.
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será que aquela que me olha ao canto do café és tu?
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moleskine de capa preta e sapatos vermelhos

[755]

como ela adivinhou que eu viria aqui, não sei. deve ter lido os meus planos à socapa. nos meus apontamentos, no meu moleskine de capa preta.
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perdoo todas essas suas intromissões, mesmo as mais intimas, mesmo as diárias, perdoo porque a avidez dela é maior que o meu recatamento, que o meu silêncio, que os meus segredos. e ainda assim nada do que guardo é para esconder.
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(hoje trouxe os sapatos vermelhos presos pela parte de trás do seu pé. só a vi quando parou diante de mim, eu de cabeça baixa, os pés dela anunciando a sua chegada, e eu não disse palavra nenhuma. nada do que dissesse seria animador, nem para ela nem para mim)
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aquela cara de quem aguenta um lágrima em esforço, aquele olhar derreador dos meus sentidos, olhar que não aguento sem me abraçar a ela. é o olhar que ela sabe irresistível. e no momento em que me levanto do banco de pedra frio e húmido, a lágrima já não se ocupa da vergonha, e volta ao mundo que foi seu no dia de chuva miudinha. ela não se roga em escondê-la, porque mostra a sua doçura em passos seguros no dia-a-dia, mas se lhe falta a rede de amparo, sente-se peixe a sufocar fora de água. e mostra a lágrima, com o orgulho de quem assegura que aos estandartes da paixão, nunca falte a bandeira do amor.
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(a ponte parece flutuar a cada passo que damos. quem nos vê assim não aposta, nem arrisca uma vírgula de texto para adivinhar o que fazemos. nem o que faremos)
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eu sei que sim. que vou voltar de mão pousada no teu ombro, porque és pequena, mas volto de alma cheia, porque em tudo o que fazes és grande.

que farei com esta história?

[754]

o primeiro capítulo da minha história ficou em suspenso no café central. as pessoas estavam no final do almoço. e o amigo do protagonista tinha acabado de entrar. estão assim há um mês.
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será que eles estão chateados comigo? ou será melhor adiantar parte da história antes que eles se recusem a dar-me inspiração?

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

o teu beijo

[753]

agarra-me e beija-me,
dá-me o beijo tresloucado da memória, que assiste
ao passar desta núvem que cobriu o céu.
dá-me o beijo desajeitado e rude, e atropela a inocência
que me deste em criança.
dá-me o beijo do calor que desceu a rua à tua procura,
nos dias do tédio.
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desaparece um dia, ou uma semana,
mas volta e dá-me um beijo.
agarra-me e dá-me esse beijo.
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dá-me o beijo que prometeste, e honraste noutros dias
de saudade que resguardo da chuva em que mergulha a minha sede
e nas praças cheias de gente igual a ti.
dá-me um beijo. só um. pelo que construimos sem matéria
sem argamassas, nem pressa.
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desaparece um mês ou um ano,
mas volta e dá-me um beijo.
agarra-me e dá-me esse beijo.
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mesmo que já não sejas tu a voltar, de olhos fechados
saberei que é o teu beijo que me desfalece nos meus lábios,
e em sintonia, a pele das mãos suadas, descerão na tua cara,
em busca dos traços da tua juventude.
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desaparece para sempre. mas volta, só para me dares um beijo.

Auf Wiedersehen

Se passar a eliminatória da Taça Uefa é missão quase impossível para o S.C. Braga... pelo menos que seja capaz de fazer uma boa "jogatana" e vençer os alemães...
Vai-te embora ó crise!!!

cinenimação

[751]

jumper - trailer **
(dia 13/02/2008)
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não é mau, mas foi mais uma oferta simpática da prima. e por isso não se pode recusar ver um filme na grande tela.
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sweeney todd: o terrível barbeiro de fleet street - trailer ****
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este sim, uma aposta muito conseguida de tim burton. com cenários londrinos escuros e pestilentos, a história do barbeiro que vai preso injustamente, e volta para a sua vingança. o choque de cenário pontual, deixa uma imagem de agilidade e obsessão do realizador. um desenrolar de certa forma ineperado, com um final shakespeariano, uma tragédia grega, com a pietá retratada em vermelho.

os recônditos esconderijos do teu olhar

[750]
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nos dias em que íamos de metro ao parque, e bebias a água da fonte, mesmo que o aviso mostrasse que te poderia fazer algum mal, e o teu vestido brilhava em momentos de reflexo do sol, eu sei que eram dias felizes. mesmo naquele dia em que disseste que querias viajar, sem mim, partir para um lugar desconhecido e encontrar-te a ti própria, encontrar o sentido para a tua vida.
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(eu disse que ia contigo nessa viagem e que poderiamos ver melhor o que seria isso de sentido essencial)
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mas precisavas de espaço vital. eu eu dei. todo o espaço do mundo. todo este espaço que ainda hoje nos separa.
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mas eu sei que nesses dias era feliz.
21/02/2008 - 19:27
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de facto depois de ter escrito ontem estas palavras, vejo que há sempre uma perspectiva mais aproximada da perfeição que a minha. será caso para dizer,
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" [...] para quê a realidade, quando podemos ter tudo, poético, imagético, perfeito, ao fecharmos os olhos húmidos de chorar o desamor de um desencontro pleno de desencanto e desesperança e tudo mais? antes um breve momento de ilusão do que uma vida inteira de desilusão. [...]"
gustavo sampaio [escrita casual]

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [18]

[749]

é fácil a história, sendo cíclica, repetir-se. difícil é ser nos momentos mais convenientes.

diários de uma paixão improvável

[748]

por mais amor que tenha ao passado, o futuro é que me pediu em namoro. e casamento. e eu aceitei. é pessoa mais certa de voltar a casa todos os dias. o passado é marido para sair todos os dias porta fora, e não voltar durante anos. eu que prefiro a estabilidade, casei. e julgo que bem.
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(contudo o futuro não é o único dono do meu coração. o passado ainda me rouba o amor aos poucos e todos os dias me lembro dele. e não sei se ele mudasse de feitio se não voltaria para os seus braços)
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mas a entrega ao futuro é para sempre. mesmo que todos os dias no metro eu veja o passado em formas divinais. feito de música e sonoridade do cantor da esquina. feito de rosas que descansa no banco de jardim.

[747]
porque é que o dia apanhou o vício de acordar mais cedo que eu?
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tenho saudades dos dias em que acordavamos ao mesmo tempo, e a humidade relativa era superior ao torpor dos ossos. e dos olhos. e dos músculos. e ao sair, a bafarada daquele vento seco e quente, melhor nos dias de inverno, forçava o sorriso do dia. e eu agradecia que ele tivesse acordado comigo. e ao sair eu desejava voltar a sentir isto todos os dias.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Fim da licença

E porque muito de amor por aqui se tem falado, cá vai uma receita de como:

FAZER O AMOR:

Ingredientes:

- 4 olhos- 4 pernas - 4 braços- 2 pacotes de leite- 2 ovos- 1 tigela- 1 banana

Instruções:

1- olhar dentro dos olhos;
2- com os braços, abrir as pernas;
3- apertar e massajar os pacotes de leite delicadamente;
4- colocar suavemente a banana na tigela, retirando-a logo em seguida. Repetir o procedimento até adquirir consistência cremosa.
Obs: para melhores resultados, massajar continuadamente os pacotes de leite.
5- ao elevar-se a temperatura, mergulhar a banana profundamente na tigela, cubrir com os ovos e deixe-a humedecer preferencialmente.

O bolo estará pronto quando a banana amolecer. Caso isso não ocorra, repetir os passos de 3 a 5 ou trocar de tigela.

Observações:

- Se te encontrares numa cozinha que te é estranha, lava bem os utensílios antes e após o uso;
- não lambas a tigela depois de usada;
- caso o bolo cresça, FOGE....

os sorrisos e os carvalhos

[745]
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eu estava sentado à sombra de um dos carvalhos. tinha ainda uns três ou quatro pinheiros e dois eucaliptos a refrescarem toda a zona circundante. mas eu prefiro os carvalhos. e os sorrisos também.
os eucaliptos secam tudo em seu redor. e secam sorrisos também. e é por isso que eu prefiro os carvalhos. como aos sorrisos também.
em boa verdade, os carvalhos são mais sinceros. os eucaliptos são mais crueis e os pinheiros sisudos. e é por isso que eu prefiro os carvalhos, e as suas sombras. são mais verdadeiros. e os sorrisos assim verdadeiros são os melhores.
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e se eu preferisse o sol à sombra, gostaria da mesma forma.
pudesse a brisa ser mais forte, voar em meia altura e faria cair algumas folhas sobre este sossego que sinto à sombra de um carvalho.
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e se eu preferisse a chuva ao sol, seria igual. sentiria da mesma forma.
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nunca trocaria a sombra ou o abrigo do carvalho por nada. nunca trocaria um sorriso por nada. nunca trocaria o teu sorriso por nada.
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por nada.

o branco matizado

[744]

disseste-me que eras feita de um branco. uma ausência de cor.
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eu respondi-te em tom coloquial, talvez até incisivo, que o branco, é a união de todas as cores.
o sorriso que consegues disfarçar por orgulho deixa-te desarmada ao elogio. e remetes os teus argumentos para a retórica, evitando seres dominada pelos teus sentimentos.
por momentos calada, olhas a criança que passa, deixas que o passado te retorne em momentos.
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retomas a discussão. o branco que és tem várias nuances. hoje dizes ser um branco-escuro. estás triste. e isso entorna a cor para as escuridão. e tens dias em que te tornas um branco-claro. dias mais alegres.
eu ainda insisto que o teu branco é perfeito. é um branco sem granulados, sem sujidade. é um branco reverberante.
já não consegues disfarçar o sorriso, nem o tom rosado do branco da tua cara. e eu repito.
o branco que eu prefiro em ti, é esse. um branco celeste de quem gosta de um carinho e de uma mão amiga. nessa hora és um branco-bébé.
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e eu não sou pintor. nem preciso de tintas. só preciso de branco. de branco-bébé para acabar a minha obra prima.

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [17]

[743]

é fácil ter-se um sonho entre mãos. difícil é conseguir concretizá-lo.

Sim Srª Ministra(zeca)

http://arrastao.org/governo/professorzecos/

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [16]

[741]

é fácil o destino cumprir-se. difícil é aceitarmos isso com ligeireza quando não nos corre de feição.

Porto Bike Tour

Caríssimos,

No próximo dia 20 de Julho vai haver nova edição do Porto Bike Tour, eu quero participar e quero convidar-vos a todos a participarem também. As inscrições são limitadas por isso convem fazermos a inscrição assim que possível. Quem estiver interessado pode comparecer esta noite no café do Adriano para conversarmos (por volta das 21h).
Entretanto podem ver o site e o regulamento.

http://www.portobiketour.com/

Ps.: O valor é 60€. (No final oferecem a bike, capacete, camelback, bomba de ar e outras merdas)

ingénuo de andrade

[739]

em homenagem, no JN deste domingo, saiu também umas palavras de eugénio de andrade. e às vezes dá gosto ler os jornais.
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" tinham fome como os bichos,
e silêncio
à roda dos seus passos."
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" impetuoso o teu corpo é como um rio
onde o meu se perde."
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" o passado é inútil como um trapo
e já te disse: as palavras estão gastas."
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" nada podeis contra o amor,
contra a folhagem
contra a luz, nada podeis..."
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só para que possam disfrutar das coisas boas da vida.

palavras simples que me confortam

[738]

valter hugo mãe [casa de osso], ontem em entrevista ao JN, disse uma série de frases que confirmam a pessoa simples e concreta que ele é.
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"[...] sou um deslumbrado por pessoas e não podia deixar de deslumbrar-me por quem parece andar palmos acima dos outros mortais. [...]"
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" [...] gosto de ser desafiado, se houver no desafio um sonho honesto.[...]"
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" [...] estou vivo. ainda não tive o grande fiasco da minha vida, acredite. há sempre a possibilidade de falhar melhor. até lá vou indo muito bem. [...]"
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" [...] quando estou muito zangado, não tenho fé e digo coisas muito feias. [...] "
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" [...] adorava acreditar que salvo alguém mais. gosto das pessoas. quero que elas sejam felizes, com fé ou sem fé. [...] "
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não sei como ele faz. mas eu gostava de dizer assim umas coisas desconcertantes.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [15]

[737]

é fácil conquistar uma mulher. difícil é que seja à primeira vista.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

antes de sair para a rua com a mesma vontade que tinha com 18 anos

[736]

conheci mulheres que contribuiram de forma saudável para a minha loucura. e outras que, na sua loucura, contribuiram para eu ser saudável.
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por ter aprendido o meio termo, a todas elas devo muito.

e eu também podia ler mais

[735]

do melhor blog, do mais apetecido, e do que me faz saltar o click com a maior rapidez do que qualquer outro erudito pasquim, sai mais uma invejosa citação,
.
" [...] Por isso acredito que Borges, por exemplo, deve ser lido no original. De preferência, devido ao seu elevado nível de erudição e complexidade, com um bom dicionário ao lado. Ou então, como foi o meu caso, com uma namorada argentina. Apesar de —confesso— com uma namorada argentina ao lado, ler Borges ser a última coisa que me interessava fazer.[...] "
.
.
desde a vezenuela, até ao brasil e passando pela argentina, aquilo de facto aquece qualquer corpo mais discreto.

E o burro sou eu???



Às tantas a culpa é do Scolari... deve ser, deve...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Balada De Un Soldado (Carta de um soldado à mãe).

Balada De Un Soldado

Madre, a noche en las trincheras
Entre el fuego y la metralla
Vi un enemigo correr
La noche estaba cerrada,
Le apunté con mi fusil
Y al tiempo que disparaba
Una luz iluminó
El rostro que yo mataba
Clavó su mirada en mi
Con sus ojos ya vacios
Madre, sabes quien maté?
Aquél soldado enemigo
Era mi amigo José
Compañero de la escuela
Con quien tanto yo jugué
De soldados y trincheras

Hoy el fuego era verdad
Y mi amigo ya se entierra
Madre, yo quiero morir
Estoy harto de esta guerra
Y si vuelvo a escribir
Talvez lo haga del cielo
Donde encontraré a José
Y jugaremos de nuevo

Madre, sabes quien maté?
Aquél soldado enemigo
Era mi amigo José
Compañero de la escuela
Con quien tanto yo jugué
De soldados y trincheras
Madre, sabes quien maté?
Aquél soldado enemigo
Era mi amigo José

Música de Mafalda Veiga.

A letra não sei bem se é dela. Se alguém puder esclarecer a questão que diga qualquer coisa. Eu agradeço. Ouvi dizer que é de um autor anónimo.

Baptista está de volta.



Parece que a net em Bissau já voltou ao normal (lenta mas a funcionar...).
É só para anunciar o regresso do Baptista às lides.

Junto envio uma foto minha, tirada naquele dia em que estava a dar U2 no B.A. (e eu já estava com a camurcina vestida).

deixo-vos mais um quebra-cabeças

[731]

"A coisa mais sedutora que uma mulher pode exibir numa situação amorosa é um sorriso. Se a senhora tiver imensos predicados, o sorriso é um sino; se a senhora não tiver sido bafejada pela sorte, o sorriso é um relâmpago. Ainda por cima, o feminino e sedutor sorriso é uma conquista evolutiva: explica-nos que o sexo é secundário."
filipe nunes vicente via [mar salgado]

toda a gente fala um pouco do que pensa que pode supor sobre as mulheres, inclusive eu...

ao que mais ninguém consegue explicar, eu dou um empurrão

[730]

diziam elas todas animadas ontem no bar da empresa,

- olá, maria! há tanto tempo que não te via! já casaste?
- pois, é verdade júlia. há quase um ano que não vinhas aqui. e sim casei em setembro.
- sabes que eu não acredito no casamento. mas fizeste bem.

ora, do surrealismo desta conversa sobra uma lição. a maria também não acredita no casamento, mas tem medo de ficar sozinha.
e eu casava com as duas se elas quisessem. mesmo não acreditando no casamento também.

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [14]

[729]

é fácil trabalhar para viver. difícil é viver para trabalhar.

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [13]

[728]

é fácil ser uma nulidade, um zero à esquerda. difícil é pôr isso em numeração romana.

estado de espírito desconcertado

[727]

"[...] e que mal tem pertencer-te
ainda que ficticiamente?

e que mal tem viajar contigo
ainda que imaginariamente?

antes essa pequena porção de ilusão
do que mais nenhuma desilusão,
antes essa pequena porção de ilusão
do que mais nenhuma perdição.[...]"
.
gustavo sampaio via [escrita casual]

e tudo a chuva levou

hoje é dia de sonhar com paris. acordeões, pintores e campos elísios. e ainda de pensar na real possibilidade de conquistar o arco do triunfo. ou só o triunfo.

Licença "sabática"

Ontem o dia foi dedicado exclusivamente ao Amor! Parabéns Andy pela magnífica produção de cinema!
Assim o dia permitiu que fizesse uma introspecção acerca da minha presença aqui nos "5 pês".
Certos ignóbeis comentários anónimos, fazendo afirmações infames a meu respeito, levaram-me a reflectir sobre a minha continuidade no blogue.
Não me parece que ninguém fique indiferente a tão vis afirmações, que não ponha em causa se valerá a pena continuar, recebendo em troca gratuitos insultos contra a sua boa moral.
Ontem a minha decisão, talvez porque ainda estava com o orgulho ferido, pendia para um adeus definitivo.
Hoje, depois de continuar a ponderar durante a noite, vou despedir-me com um até breve!!!
Perídodo no qual vou decidir se valerá a pena continuar ou se me despeço com um até sempre.
P.S: não sei quanto tempo vou necessitar para esta reflexão, entretanto vou andando por aí...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Calor de Perdição

GRANDE ESTREIA
.
CALOR DE PERDIÇÃO
.
uma paixão fogosa

.

.

Uma abordagem contemporânea a uma história de amor clássica, com uma componente sexual explicita bem forte e marcante. Uma história de paixão fogosa mal vista.

.
Aviso:
Este filme poder conter linguagem e cenas eventualmente chocantes, capazes de ferir susceptibilidades.



LAMENTAMOS, NÃO É POSSIVEL VISUALIZAR NESTE MOMENTO O VIDEO.
FITA ENVIADA PARA OS OSCARES

dos produtores de CAPA VERMELHA

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [12]

[724]

é fácil procurar. difícil é encontrar.

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [11]

[723]

é fácil casar. difícil é durar para sempre.

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [10]

[722]

é fácil namorar. difícil é ser-se fiel.

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [9]

[721]

é fácil acreditar em milagres. difícil é eles acontecerem.

Tá quase, quase, quase

ESTREIA AMANHA
FALTA POUCO
para a mais linda história de s. valentim

e eles são perfeitos

[719]

azeitonas - cantigas de amor
.
de facto isto tem mais piada ao som da minha "new six string". só ela me compreende.

Vamos acreditar...

Força S.C. BRAGA!!! Vamos lá trazer uma vitória!!!

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [8]

[717]

é fácil escrever estas porcarias. difícil é resolvê-las.

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [7]

[716]

é fácil rir. ser alegre é que não está ao alcance de todos.

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [6]

[715]

é fácil praticar sexo. fazer amor é só para os bons.

mais citações merecidas

[714]

"[...]Mas eu não deixo de me questionar
Se terás existido? [...]"
via [andré benjamim]
.
leiam tudo. vale a pena.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Queres falar?

Demasiado humilde para saber o quanto é perfeita.

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [5]

[712]

é fácil gostarmos de nós e vestirmo-nos bem. difícil é resistir à feira de vaidades.

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [4]

[711]

é fácil lembrarmo-nos do nosso primeiro beijo. difícil é lembrarmo-nos do seu sabor.

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [3]

[710]

é fácil criticar os outros. difícil, é percebermos que também temos telhados de vidro.

Porque já se impunha...

Em 2005, colocado perante o desafio de alguns dos nossos concidadãos, aceitei, o que muito me honrou, encabeçar uma lista à Assembleia de Freguesia de Real.
Fiz-lo na convicção de que todos devemos dar o nosso contributo pessoal para a construção de um projecto alternativo ao actual executivo, que tem a responsabilidade de gerir os destinos da nossa freguesia. Uma alternativa que fosse capaz de oferecer aos Realenses um verdadeiro projecto que desse o devido valor ao papel das forças vivas da Freguesia e das instituições que a representam e prestigiam, que promovesse e incentivasse a realização de um alargado leque de iniciativas culturais, desportivas, recreativas e sociais. Uma alternativa que fosse capaz de propiciar a todos os Realenses uma verdadeira qualidade de vida.
Fiz-lo, também porque sabia estar a partilhar este projecto com um conjunto de Realenses de grande valia pessoal, com provas dadas nos planos profissional e social, com respeito pelos valores da seriedade e isenção, com uma clara vontade de colocar as suas competências ao serviço de Real e de todos os seus concidadãos.
Juntos apresentamo-nos como uma equipa coesa, dinâmica e capaz; atenta aos verdadeiros problemas da nossa Freguesia e sempre disponível para reforçar os laços com as forças vivas da sociedade Realense.
Ultrapassado o veredicto dos eleitores, verificamos que não conseguimos atingir o nosso principal objectivo: a conquista da Junta de Freguesia de Real.
Não desanimamos, porém, e assumimos como aliciante desafio o papel que nos coube, trabalhando na Assembleia de Freguesia ao longo destes anos com uma forte responsabilidade perante quantos em nós depositaram a sua confiança; sem outro objectivo que não seja o de empregar o melhor das nossas competências ao serviço desta Freguesia que amamos e da realização do sonho de construir uma Freguesia socialmente mais rica, mais próspera e mais desenvolvida, em que cada um de nós possa ser mais feliz.
A este assunto, não querendo fazer dele tábu, prometo não fazer mais considerações, dando-o por terminado, deixando doravante o amigo anónimo que teima de forma recorrente macular o serviço que prestamos à Freguesia, num "diálogo de surdos".

é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [2]

[708]

é fácil eu conseguir perdoar as pessoas. mas enquanto não me perdoar a mim mesmo, nada feito.

Daqui a uns anitos...


é fácil...é como encontrar um trevo na tromba de um elefante [1]

[706]

é fácil fazerem-me sentir satizfeito. feliz, isso já é outra história.

Tá quase, quase

ESTREIA QUINTA-FEIRA
NESTE BLOG PERTO DE SI
uma paixão fogosa ... labaredas

sui generis

[704]

se arrasto os pés no chão, não é a culpa que me pesa.
nem mesmo um coração vazio, que nada pode pesar.
se arrasto os pés no chão, não é por medo.
nem mesmo fugir é solução.
se arrasto os pés no chão, não é mais que dormência.
que o chão de terra não é opressor...
.
se arrasto os pés no chão é por cansaço.
.
.
ainda me lembro de ter sido uma sinceridade genuina ambulante. hoje, mal acordo, nem que veja um sol mais que abrasador, não vislumbro a verdade que outrora se assemelhava à frescura de uma dia novo. e mesmo assim, ainda existe um agora, e esse ainda se torna mais importante que perceber o porquê de tanta luta.
.
(ainda bem que sui generis significa o único do seu género)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

a alegoria da caverna

[703]

agora imaginem um homem a quem saiu o euro milhões. agora imaginem a festa toda a noite. e ainda que se desfaz em promessas, a tudo o quanto está à sua volta.
.
e agora imaginem que quem lhe disse os números se enganou num. e imaginem a desgraça a descer sobre a sua cabeça. a moral da história é que não se deve fazer muita festa antes de confirmar os pressupostos.
.
mas sobra ainda uma lição maior, porque o homem não sabia, mas o dinheiro que lhe calhou nesse segundo prémio era também enormíssimo. e ainda assim podemos imaginar que depois de uma enorme desgraça, sobra sempre algo de enorme. muito por onde caminhar. e a caminhar se faz o caminho.

porque ele anda pouco interventivo

[701]

"há miúdas muito sampaístas. invocam uns vagos «incidentes» e nem explicam: «Dispenso-me de os mencionar um a um, pois são do conhecimento do País». E, em conformidade, dissolvem."
.
"numa entrevista de 1969 ao jornal comunista Il Manifesto, Sartre explica que a «exploração» existe sempre, mas que a «consciência de classe» e a «luta de classes» apenas nascem com o combate."
.
.
como o homem tem escrito pouco, convém citar. só para que não se perca a oportunidade de perceber o que de facto as mulheres perseguem. e qual é a ligação entre ambos os textos?
.
a não perder, uma peça sobre o meu alter-ego no THEATRO CIRCO.

Tá quase

ESTREIA
.
FALTAM 3 DIAS

domingo, 10 de fevereiro de 2008

eis a pólvora

[700]
.
e quem vê blogs, não vê corações
(comemoração de mais uma centena de posts)

para quem não me conhece

[699]

para quem não me conhece. e para quem me conhece. e para quem já me conheceu. e para quem ainda terá o azar de me conhecer.

aqui vão 3 qualidades

seriedade
lealdade
perseverança

e agora 3 defeitos

gosto de mulheres bonitas.
adoro agarrar a mão de mulheres bonitas.
entro em êxtase quando beijo a testa de uma mulher bonita.

(só para que conste. e para que não entrem em delíros com o personagem, e até porque eu estava no meu canto sossegado)

sábado, 9 de fevereiro de 2008

por deus! tudo o que digo é verdade [2]

[698]

será que é difícil perceber que o meu coração é como uma caixa de multibanco, meninas?
.
ok. código. ok.
quantia?
30 beijos.
obrigado e volte sempre que quiser.
(ou não. não faltam aí caixas de multibanco)

O amor

Sentimento de frescura ardente,
olhares penetrantes, lábios finos e secos,
esperando anciosamente um doce deslumbrar.
Um terno beijo da pessoa amada,
uma possibilidade de erguer bem lá no alto,
a alma outrora rebaixada.
São noites bem passadas, relações conflituosas,
o porquê de nascer, a alegria de viver,
a esperança de que... se um dia morrer...,
alguém cá ficará a sofrer.
É um sofrimento quando a vida se torna recíproca.
É um sofrimento passível de se o bem querer.
Confuso?!?!
Adquiriremos? Compraremos? - Não.
Proporciona-se. Numa relação aproximativa,
de amizade e compatibilidade!
Não tem limites, acontece em qualquer idade.
P.S: venham lá essas críticas anónimas....

mais uma vez

[696]

"[...] quando clarice se levantou, se vestiu, pegou na carteira e foi-se embora, sem olhar para trás, para txeki, que quereria ter-lhe pedido um número, uma morada, uma forma de contacto, mas ela não lhe teria dito nada. nem um beijo de despedida. nada. apanhou o comboio ao início da noite e seguiu para paris. [...]"
gustavo sampaio [escrita casual]
.
acho que só hoje aterrei. andei lá nas núvens, ou melhor andei de comboio lá no ar, e o meu resto só chegou hoje.
.
de volta ao trabalho, de volta ao romance de paul auster, de volta ao meu conto "a espera do epílogo", de volta com uma nova blog novela "o advento de jeremias juan romero" e de volta aos pés na terra, mesmo que se tenha estado bem com eles na água.
.
lembram-se do dornas? disse ele a certa altura, "mesmo que o amor vingue a espaços, nada é eterno". de facto "we have all been there too". bom fim-de-semana.

Shakira... tu és demais...

[694]

alguém sabe como se despista uma ideia?
é que eu tirei uma da cabeça, mas parece que anda atrás de mim, anda-me a vigiar.
.
podes ir à volta que por aqui não passas.

[693]

de facto, basta aparecer alguém com um lenço na cabeça, e ainda assim de sorriso rasgado, para eu perceber o quão estúpidos somos em dar importância aos desaguisados diários.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Vai-te embora... azar!!!

Não me saiu o euromilhões! Segunda-feira que nos saiam ao menos os bilhetes para o europeu!!!

Haka Camurcina

Voltei, voltei... voltei de montalegre (para não variar) do fumeiro.

Encontrei uns montalegrenses com uma coreografia bastante interessante...



A haka dos camurcinas?
há camurças
há palanalto
há ....

[690]

juro que me senti como um jogador de futebol com a minha vida na marca de penalti. só não percebi como falhei se me farto de praticar o remate em todos os treinos.

[689]

de facto, se até ontem à noite estava de ressaca com a vida, hoje foi o dia em que a vida ressacou de mim.
,
inspirado no vontade indómita (não gosto de roubar nada, nem mesmo beijos)

ainda existem românticos?

[688]

hoje encontrei um papel no chão, caído entre outros, esquecido por alguém e que dizia,
.
se me esquecer de te lembrar,
mesmo nos dias em que te esqueço,
lembra-me de recordar que um dia
apenas sabia em sonhos o teu nome.
.
era um romântico? arrependido de o ser? isso nao sei, mas que era de anónimo para anónimo, lá isso era.
mas porque será que deitou o papel fora?
p.s. acabou a greve de vez.

tenho de me convencer disto

[687]

e o que não há, ou não existe, não se pode ter.

em sendo assim

[686]

vou citar o grande doutor etecétera, do blog [fontes do ídolo]
.
"[...] Pronto, não pensem que sou um agitador ou um manipulador. Gosto é que reparem quando estou de trombas, mesmo que depois achem que não tenho razão para estar de trombas, e me dêem algum mimo. [...] "
.
ele tem toda a razão. se não soubessem que eu estava de trombas, ontem não haveria planalto, amigos e cartas...para apagar este incêndio.

citação de alberto caeiro [3]

[685]

para rematar esta série, deixo só este lamento. esta angustia que caracteriza tanto o pessoa.
.

"[...] nesta noite em que não durmo, e o sossego me acerca
como uma verdade que não partilho,
e lá fora o luar, como a esperança que não tenho, é invisível para mim."
11/05/1928
.
dormi a corrrer. terá sido do planalto?

Há anónimos e anónimos

Mesmo estando de greve, não resisti em vir aqui deixar esta imagem. Há imagens que valem mil palavras, portanto, sobre ela, ou sobre este assunto, não vou dizer nada... Deixo à vossa consideração!

Petição para acabar com a greve

Petição pela continuidade dos posts do Fernando Pessoa.

Só tu nos compreendes e consegues por em palavras aquilo que todos nós camurcinas sentimos. em relação ao "palanalto" e principalmente ás mulheres...

como vamos continuar a dizer aquelas coisas lindas ás nossas mulheres (e ás dos outros) se vais entrar em greve? isto é tipo a greve dos argumentistas, falta o argumento não há episódios (neste caso da vida). eu ainda vou puxando pela minha criatividade e sentimento no momento, mas preciso também de frases feitas.

Pessoa, em nome dos camurcinas, continua a inspirar-nos com os teus delirios saudáveis para que nunca nos falte aquelas palavras que lhes tocam bem lá dentro.

há quem o diga melhor que eu

[682]

à vossa atenção.
.
"[...] arranco, parto. a meio do caminho para lugar algum, [...]
andré benjamim

" [...] hoje eu, por tudo e por nada, estou de ressaca de nova iorque. [...] "
vontade indómita

" [...] a vitória é certa, a razão está em todo o lado, só falta aplicá-la com jeitinho. [...] "
a causa foi modificada

furando a guerra

[qq coisa a mais]

disseste "[...] hoping for the best, by especting the worst, are you goin'na drop the bomb or not?"

Forever Young


dedicado a...

...todos os camurcinas
Aos anos 80 (geração 70 para o andy, late 70´s verdade seja dita)
À geração Tom Sawyer
Ao bocas, tsubasa, dartacão, ao verão azul, e aos heróis de shaulin
Ás fisgas, ao pião, aos berlindes e ao bate-o-pé
À inexistência de responsabilidade
Ao tempo em que se tinha tempo
Ao primeiro beijo
Aos grupos de jovens, escuteiros e ás amizades que daí ainda perduram
Às brincadeiras de rua, á escola de real e ás reguadas do Prof. Dinis
às noitadas com os amigos em discussões na procura incessante pelo conhecimento profundo daquele ser que é a mulher
Ao evoluir desse conhecimento
À percepção que quanto mais tempo passa menos as percebemos…
ás “curtes”, ás grandes paixões e ao único amor (para quem já o encontrou)
ás noites em san xenxo, geres, caminha e Baiona
à pomba branca
ás guitarradas no bom Jesus
ás borracheiras de 2ª a sábado no B.A.
aos finos a 100 escudos
aos capotamentos daí resultantes
aos nossos êxitos cinematográficos (calor de perdição e capa vermelha)
às tertúlias na adega transmontana, lugar de devaneios, ideias e insultos
ao “palanalto”

camurças, desculpem mas sei bem que muitos momentos ficaram por lembrar... puxem da memoria e "botainde" tudo cá para fora

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Também vou...

Estar de greve, até que a greve termine!!!
Não sei bem o que aí anda pelo ar, mas apetece-me fazer greve à greve.
Não me perguntem porquê. Por solidariedade, por amizade, por compreensão, não sei bem, porque não sei os motivos da greve.
Talvez porque esteja a necessitar mesmo de uma greve????

a greve

[678]

em função de acontecimentos recentes, e depois de já ter dito que poderia vir a mudar de pseudónimo, e quiçá mudar o perfil do blog todo, venho anunciar que estarei de novo fora...não em viagem mas em greve. a bem da minha saúde, mental e social.
.
em boa verdade, depois de uma reflexão profunda que vou iniciar hoje, ponderarei os moldes em que isto continuará. ou então passo a ser um mero espectador e entrego a admnistração disto tudo. darei em breve notícias. de preferência até domingo.

por deus! tudo o que eu digo é verdade

[677]

tudo o que eu digo é verdade.
.
o meu coração é como o banco de portugal,
a jóia que aqui se depositar há-de render bem acima da inflação.
.
(juro que um dia hei-de perceber porque é que as mulheres não se apaixonam só pelo medo de se desiludirem)

as coisas que me agrada ouvir

[676]

" [...] Te busqué
Debajo de las piedras y no te encontré
En la mañana fría y en la noche
Te busqué, hasta enloquecer

Pero tú llegaste a mi vida como una luz
Sanando las heridas de mi corazón
Y haciéndome sentir vivo otra vez [...] "
juanes & nelly furtado - te busqué

" [...] a hundred days have made me older
since the last time that i saw your pretty face
a thousand lies have made me colder
and i don't think i can look at this the same
but all these miles that seperate
disappear now when i'm dreaming of your face [...]"

3 doors down - here without you

citação de alberto caeiro [2]

[675]

das viagens que fizemos, e das que faremos, as palavras são resumos difíceis de se exporem. o homem que adivinhou a data da sua morte, escreveu isto,
.
" o frio especial das manhãs da viagem,
a angustia da partida, carnal no arrepanhar
que vai do coração à pele,
que chora virtualmente embora alegre."
9/10/1927
.
"[...] fiz a viagem, comprei o inútil, achei o incerto
e o meu coração é o mesmo que foi, um céu e um deserto [...]"
1/12/1928
.
a bem dizer, acerta sempre.

quem és tu romeiro?

[674]

ora, se por aqui me chamam fernando pessoa, e noutros lado zézé, ou se até o homem da bomba me trata por senhor gomes, eu começo a ter dúvidas de quem eu sou...
.
caso para responder, ninguém, ninguém...

Noite inesquecível na Noruega!

Um homem do Norte, É SEMPRE um homem do Norte, carago.
Um industrial de Paços de Ferreira foi à Noruega comprar madeira para a sua fábrica de móveis.
À noite, sózinho no bar do hotel, repara numa loira encostada ao bar. Não sabendo falar norueguês, pediu ao barman um bloco e uma caneta.
Desenhou um copo com dois cubos de gelo e mostrou-o à loira.
Ela, sorriu e tomaram um copo.
De seguida começou a tocar uma música romântica. Ele, pega novamente no bloco, desenha um casal a dançar e mostra-lhe.
Ela levanta-se e vão dançar.
Terminada a música, regressam ao bar e é ela que pega no bloco. Desenha uma cama, uma cadeira e uma cómoda e mostra-lhe.
Ele vê e diz:- Sim, sim, sou de Paços de Ferreira...

será possível existirem dois mundos que se tocam de forma invisível?

[672]

perdoe-me o gustavo sampaio, mas eu tenho de o citar mesmo que a ele não lhe agrade. é que certas palavras são escritas para serem lidas, e outras, mesmo que mistificadas, para serem compreendidas...
.
" [...] schopenhauer continuou a regar a fogueira com gasolina, acrescentando, subtilmente, que eu cheguei a casa numa destas noites a cheirar as mangas do meu casaco, em busca de um restinho do aroma feminino que tanto me encantou ao longo de um primeiro encontro, suspirando de amor com maiúscula. nietzsche franziu o sobrolho esquerdo e questionou-se sobre em que é que terá falhado na sua missão para me converter à eterna miséria e infelicidade desumana do cinismo niilista. [...] "
.
via [escrita casual]

e deus criou o mundo

[671]

um dia os pássaros voaram baixinho, e mesmo não precisando deles, eu dei-lhes de comer.
.
um dia os pássaros voaram baixinho, e como não precisava deles, não lhes dei de comer.
.
e um dia, quando eu precisei deles, mesmo não tendo que lhes dar de comer, eles voaram baixinho, junto a mim, entregando-me o que eu precisava.
.
suponho, que os amigos são mesmo assim. e a moral desta história cada um que a disseque.

citação de alberto caeiro [1]

[670]

" [...] eu o foco inútil de todas as realidades,
eu o fantasma nascido de todas as sensações, (...)
eu sofro ser eu através disto tudo como ter
sede sem ser de água [...] "
.
" [...] à porta do casebre,
o meu coração vazio,
o meu coração insatisfeito,
o meu coração mais humano que eu,
mais exacto que a vida [...] "
.

de facto este tom disertativo deve prejudicar um pouco a imagem do blog. mas, e para muita pena minha, é o meu estado de espírito que comanda estas palavras. e a bem de todos quando quiserem ler alguma coisa que de facto possa melhorar o dia-a-dia, passem numa livraria e comprem um livro. não venham ler a sucessão de post falhados.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

e se o fernando pessoa morrer de novo?

[669]

pensei em matar de novo o poeta. não que tenha alguma coisa contra. até me tem trazido muita inspiração (acho eu - melhor os anónimos avaliarem isso). mas o homem também transporta demasiado medo, demasiada incerteza, demasiado chão onde os passos não são firmes. e eu que posso fazer por isso. nada. em especial pela tragédia grega que lhe corre nas veias. de facto tanta tendência para a tristeza, traz pouca sorte. o destino começa a rondar de mansinho a fatalidade reinante. e eu que posso fazer por isso. nada. não se admirem pois que o poeta possa morrer. de novo. seria pois "o ano da morte de fernando pessoa - e seus heterónimos". vou deixar o tempo falar. se me fizer tropeçar o amanhã, encarrego-me de encomendar o fim do lamechas. e em boa verdade, irá nascer um novo eu. um outro eu mais igual aos outros comendadores da parvoíce. mas que vencem sempre. e se vencerem desta vez, eu próprio pago o funeral. e eu próprio pago um jantar de apresentação do novo eu.
.
ou então até ganho. deixem ver.

quando souberes de mim

[668]

o meu coração é um aquário, pequeno e de forma arredondada,
.
alguém se importa de alimentar os peixinhos, antes que eles morram?

peito [5]

[667]

e de todas as luzes que na noite desceram
duas delas dilaceraram o meu peito,
.
uma reflectida nos teus olhos
outra transportada na tua boca.

peito [4]

[666]

encheram-me o peito de brisa fresca,
e não sei por onde circulou o ar.
abriram gavetas, sacudiram o pó, e
neste meu armário já não há cheiro a naftalina.
.
só primaveril esperança de cheiro fresco.

peito [3]

[665]

pousei os pés na água. límpida.
.
o frio que me encolhe os dedos
o gelo que enrijece a pele
a mágoa que adormece a circulação
e o peito a rebentar.
.
pousei os pés na água. límpida.
.
remexo o fundo coberto de algas
arrasto as pedras milenares
arranco ao espaço uma erva seca
e o peito em histeria.
.
pousei os meus pés na água, límpida,
e o meu peito a rebentar de histeria.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

[664]

[...] y escribir nuevas historias,
en el libro de tu amor.
Y así salvarme de esta maldición [...]

david bisbal

[663]

solo me queda el gran silencio de tu voz.

peito [2]

[662]

deixa-me ouvir o teu ombro, deslocado
agachado pela minha cabeça em descanso.
deixa-me segredar o que precisas ouvir,
encostar a alegria sussurante do meu peito,
no calor do sorriso promessa.
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dá-me a tua mão, agarra-a em força,
desenha arco-íris, arcos do triunfo
remete o silêncio para um pincel que rasgue
em bom termo, o espaço em branco.
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sorri em voz baixa de novo, porque podes ser tu.

A importância de ser desonesto!

Hoje apanhei a minha primeira multa de trânsito (60 euros) e só me apetece dizer isto: FODA-SE!

Se vos apetecer protestar sobre mais alguma coisa com palavrões façam o favor. Lembrem-se, os palavrões são condição sine qua non.

Obrigado pela atenção.

Perdidos...na direcção certa!


Um passarinho "informático" fez chegar às minhas mãos o primeiro episódio da nova temporada (a quarta em ordem cronológica) da série Lost.

Assim, depois de seis meses de terrivel espera, exacerbados por constantes insónias e unhas roidas pude finalmente disfrutar do novo episódio da saga dos sobreviventes do vôo Oceanic 815 na ilha deserta de todos os perigos e mistérios.
Depois das primeiras cenas, em bom estilo de prolepse, reencontramos duas das personagens mais relevantes da série num contexto estranho e diferente, o futuro (contrariando a tendência anteriormente imposta pela série de apenas explorar linhas narrativas do passado e do presente) submersos num novo e improvável drama do desejo de retornar à ilha (clara alusão ao eterno retorno nietzschiano onde tudo encontra-se destinado à repetição).
Passados alguns minutos surge finalmente a ilha majestática onde confluem todas as misérias da comédia humana, a Ilha dos Perdidos. Assim, prossegue a história, retomando o iminente salvamento dos sobreviventes por forças externas. No entanto John locke, uma espécie de último grande caçador branco, um Ahab simultaneamente profetico e enlouquecido, parece vaticinar, não a vinda de salvadores, mas de carrascos com intenções crueís e perigosas para os já diminuto grupo de sobreviventes...
Desta forma, a série parece ganhar um novo fôlego, extrapolando os naturais espartilhos impostos, quer pelo espaço limitado da ilha, quer pela sobreexploração das analepses das personagens (que a partir da terceira série começaram a ser algo despropositadas e repetitivas) ao alcançar novos arcos narrativos situadas num novo tempo futuro. Por outro lado a ambiguidade dos salvadores/carrascos dos "perdidos" parece revitalizar o mistério, que é ao fim ao cabo a pedra-de-toque da série.
Para primeiro episódio nada mau! Assim, os "perdidos" parecem finalmente (naquele que é definitivamente o terceiro acto da saga) caminhar na direcção certa.

o peito [1]

[659]

se me arde o peito em agonia, em pensamento distante,
agradável certeza esta de que me agarrei ao que pude.
e, se me perco com o peito derretido em silêncio
agradável certeza esta de que me agarrei ao que tenho.

nada.

Como foi Madrid


Também eu me cruzei inesperadamente com gentes de Braga, ou porque lá levam a sua vidinha, ou porque, como eu, tinham aproveitado estes dias para apreciar a cidade edificada nas margens do rio Manzanares.
Quatro dias, não foram suficientes para ver tudo, da cidade que tendo tido ocupação humana desde a pré-história e do tempo do império Romano, as primeiras referências históricas relevantes aparecem no séc. IX. Isso mesmo pude verificar no Palácio Real, onde pode ainda ver-se uma Muralha Mulçumana.
Deixem que vos diga que adorei a cidade, a sua história, a sua cultura, os seus hábitos e as suas gentes; povos de todos os cantos do mundo que fazem de Madrid uma cidade cosmopolita.
Estava tentado a fazer um relato acerca de todos os locais que visitei, mas vou poupar-vos a tamanha epopeia, sim porque para mim foi grandioso este fim de semana prolongado. No entanto, aqui ficam alguns: Porta de Alcalá, Praça Maior, Praça de la Villa, Praça Santa Ana, Praça de Espanha, Banco de Espanha, Porta do Sol, Parque Retiro, Palácio Real, Catedral de Almudema, Rua Maior, Fonte Cibeles, Las ventas, Santiago Barnabeu, e muito mais ficou por ver, talvez para a próxima visita.
No meio de tudo isto ainda tive tempo para ler "Loucura" de Mário Sá Carneiro, e é assim que vou classificar o ambiente nocturno de Madrid: Loucura... "Caliente"... e mais não digo!!!!

nome da canção, ou a estupidez de me sentir assim

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desculpem. mas é que eu precisava de dedicar isto aos meus amigos que me aturaram durante 4 dias a cantar azeitonas nas ruas de barcelona...deve ter sido um sufoco.
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