segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

pós - modernos

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lipovetsky, que continua na minha lista de escritores a vasculhar, fala da pós-modernidade com a calma e a seriedade que só um europeu podia ter, ou só mesmo sendo francês. isto às vezes parece-me pouco defensor das nossas qualidades, mas é verdade. numa entrevista recente a uma revista do JN, ele expressa, com tamanha facilidade, a sua visão sobre o apego que temos à vida nos aspectos superficiais e materiais, ou da inevitabilidade do nosso fim, que nos faz querer a todos tornar um bocado ascetas. rapidamente.
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de certa forma há em nós a certeza de que isto é verdade,
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"Em Nova Iorque, da mesma forma que acontece em outras grandes metrópoles do mundo, o hedonismo (quando existe) é uma prática forçada.Lipovetsky tem razão. Curvemo-nos assim perante a hiper-modernidade."
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quem nunca pensou que fazemos tantas coisas que não nos dão o prazer objectivo, nem nos preenchem pessoalmente, só porque se tornaram prática corrente e aceite pela sociedade que as temos de fazer?

5 comentários:

Susana Júlio disse...

A mensagem de lipovetsky está bastante clara no seu livro A Era do Vazio. Tive que fazer um ensaio sobre o mesmo numa das cadeiras que tive de Cultura Portuguesa e lembr-me de ter adorado a leitura e a realização do trabalho. Os temas são abordados com uma espécie de frieza que combina com o que ele tenta mesmo defender: a frieza, supreficialidade da vida, o consumismo, o laissez faire, a depressão quando se "visita" as catacumbas de nós mesmos e nos reconhecemos nesta imagem que estamos a construir.
Excelente!

S. G. disse...

Cara amiga,

Não li nenhum livro dele. (refiro isso no post) mas da entrevista que li percebo que tudo que o diz no comentário é muito claro.

O livro que regsitei na minha lista (futuras aquisições) é "A felicidade paradoxal - Ensaio sobre a sociedade do hiperconsumo."

Excelente vai ser ainda mais quando eu o ler

:)

já escrevi um post sobre a depressão e a pergunta era essa mesmo, "o que é a depressão?".

Acho que é nesta sociedade de expectativas elevadas ao ridículo do consumo, que se constroem os desejos que nunca se realizam e nos tombam perante a fatalidade da suposta falta de algo que nunca nos fez falta.

Unknown disse...

hipermodernidade como ele lhe prefere chamar...

Teté disse...

A Su também já me tinha falado deste autor, que nunca li.

Agora ainda fiquei mais curiosa...

Susana Júlio disse...

A falta de algo ou o conhecimento de algo que destrói a superficialidade adormecida do que se vivia outrora...
Deriva de muitos factores. Eu só poderia falar de um. Se o quisesse.