quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

sorri a medo

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sorri a medo.
era o olhar profundo que me antecedia o pensamento,
deitados sobre o relvado húmido da manhã.

sorri a medo e pedi.
eras uma visão filtrada pelo sol, raiada
e a luz incidia directamente no meu desejo.

sorri a medo e pedi com vontade,
e disseste com a verdade estampada nas gotas de água
que um dia o sol deixaria de brilhar.

só tenho pena de perderes o cintilar da tua boca, ousada
e da casa com uma janela, virada a nascente,
sacudida pela escuridão da ausência.

tenho pena se perderem os meus olhos, luzes,
e sem te ver perder orientação, luzes,
e sem te ver, só.

só.

antes que vás, sorri, nem que seja a medo, fica
esse riso preso no verde deitado em mim, espera
ainda que o sol se vá, perdurará assim.

antes que vás, sorri, nem que seja a medo.
(29/01/2008 - 21h30 p.m.)

3 comentários:

Anónimo disse...

e a poesia só pode ser assim tão lamechas?
vou deixar de vir a este blog...

El Salib disse...

Este anonimato todo cheira-me a homofobia. Por falar em homofobia, onde andam o Andy e o Zé Baptista?

Anónimo disse...

Eu não achei lamechas.
Aliás, a tua poesia é muito boa. E tem mantido essa qualidade ao longo dos posts (acho que já li o blog desde o princípio!).


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