quinta-feira, 13 de março de 2008

peito [6]

[805]

pousas uma mão, borboleta de cor laranja,
sobre a minha cara, pétala de cor azul,
e deprendes de novo o pólen, dos sugados
cheiros dos cabelos côr de terra,
com olhos verdes côr de erva, e
os amarelecidos dedos côr do centeio.

2 comentários:

Anónimo disse...

As borboletas :-).. Porque é que as escolheste? Pela beleza? Pela liberdade? Pela capacidade de voarem? Ou por por nos surpreenderem (pelo milagre da transformação de "imagem"?... Ou, ainda, por durarem apenas umas horas?

A tua cara, "pétala cor de azul" :-). Acho deliciosa esta visão natural, mistura da flor, borboleta, terra, erva e centeio..
Conseguir traduzir, naturalmente, aquilo que custa tanto verbalizar...

Confesso que li, reli e voltei a ler :-))))...

Bom caminho pelas estradas da natureza, olhando para o caminho pelo prazer de caminhar e pela imensidão natural daquilo que nos envolve...

S. G. disse...

obrigado pelo comebntário. este post merecia. este poema merecia. e como sempre o que eu acho que é melhor, como muitas vezes nas publicações, o que é melhor nunca é conhecido do público. ou mesmo aquilo que escrevemos com maior prazer é o q se torna menos comentado.

a natureza, ou a convivência que tive com ela, permite muitas vezes essa visão.

mas são por vezes os actos menos simpáticos, ou aqueles que menos apreciamos, que despoletam a inspiração. neste caso confesso que foi um acto de comiseração (que me enerva solenemente)que me levou a escrever isto.

obrigado pelas palavras. bom caminho :)