quarta-feira, 12 de março de 2008

poesia dedicada [3]

[802]

passo diante de cada um dos sopros, e
uma voz rumorosa anuncia a presença disforme
ao longe, no nevoeiro corrente e indiferente,
eu teimoso espero outro passo do sopro,
enquanto os olhos esmiuçam cada movimento.
.
esperei em sonhos as noites escuras de branco
e o que senti ao ver desprender do incerto,
apenas a sombra do que fui, entre a manhã e a brisa,
desmoronei da minha muralha o sonho,
que desceu em penas e plumas leves arqueadas.
.
já não oiço a voz, nem os sopros, e o sonho soterrou,
junto de penas minhas leves e sentidas, o que em muros construí.
.
já não me espero.

2 comentários:

S. G. disse...

chorar...

Anónimo disse...

chorar...por falta de sonho...