sexta-feira, 16 de maio de 2008

hava naguila venis'mecha

[977]

הבה נגילה ונשמחה

hei-de olhar para trás, com as palpebras pesadas
olhando a vida que deixei como a página de um livro,
como se escrita por um artista arcaico, odes ou
sonetos, prosa escorreita que enevoada exala um
cheiro forte a fétida passagem sobre o que esquecemos.
.
e ler essas páginas fará de mim um leitor atento, vendo
pormenores que nem eu próprio acreditarei ter vivido
tal é a força da narrativa, ou a acidez dos adjectivos.
farei sozinho a destilação do mal, e rirei alto de tudo o
que já não sou, nem nunca fui. a memória será sempre
e só, a soma dos dias em que eu ri. bem alto.

2 comentários:

Anónimo disse...

A memória faz-nos sorrir (e chorar), mas guardamos e recordamos mais vezes aquilo que nos faz sentir bem...

Continuo atenta, embora ausente..

S. disse...

A memória é o lugar do que nos escapou quando foi presente...é bom lá voltar mesmo quando é apenas o lugar do riso.
:)

PS: espectáculos surpreendentes...música, poemas e muitos poemas em forma de canção ;)