[1007]
hei-de voltar a ver o estado em que me compus de notas soltas
uma partitura vazia à espera dos dedos certeiros de compositor
que faça a escrita perfeita para o cancioneiro geral do amor,
ou das formas de amar. já não há quem se penitencie nas falhas
mas eu insisto em me contrariar na permanente inevitabilidade
a que assisto. não tenho tempo para desfazer um novelo amarrado
aos meus dedos, feito de nós do passado. resigno.
.
(já não há paciência para aturar a impertinência do tempo)
.
* oiçam aqui o camané
quinta-feira, 29 de maio de 2008
a minha boca (até quando) ao separar-se da tua *
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3 comentários:
sempre a música e esses dedos que tropeçam nas notas a cada passo...
Carrego-te comigo para onde quer que vá e um rio não consegue levar de mim o que tenho de ti! Não consegue afastar de mim a energia da tua presença, o calor dos teus lábios, a intensidade da tua respiração, o teu ar meigo ao dormir…. E no entanto, foi um rio que te levou..!
Ps: fantástica a musica de Camane
cara anónima,
da maneira que fala, mesmo sem eu desvendar qual o sentimento que a terá levado a escrever essas palavras, e mesmo sem perceber que rio é esse que separa as margens, devo admitir que a composição poética tem musicalidade suficiente para figurar num album do camané.
se esse rio não permite, permito eu e tanta proximidade só pode significar que tem o meu número de telefone. eu continuo aqui.
e a música do camané é de facto muito saborosa e intensa.
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