segunda-feira, 12 de novembro de 2007

o milho dos opulentos

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um dia hei-de agradecer as fabulosas experiências que me reserva a minha profissão. é um privilégio poder estar entre o povo, os agricultores, os duros da vida, os esquecidos da história, embora saibamos que nada se faria sem eles.
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hoje, enquanto esperava por uma informação duma velhinha, apreciei os galos no seu quintal. aproximei-me da rede de vedação, rede pouco convencional, já que com aquela robustez tão imperfeita elas fugiriam a qualquer hora. o certo é que na sua tontice de galinhas lá andavam de um lado para o outro. estavam 4 ou 5 juntos num espaço onde abundava a comida. o milho era em quantidade suficiente para todos os galos. o certo é que no meio estava um que atacava os outros só porque se aproximavam dele. insistentemente.
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pergunto, não é isto que as pessoas fazem hoje em dia?
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quem não conhece aquelas pessoas que não estão sossegadas na sua vida, tendo elas muito em que pensar e fazer?
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e quem não conhece aqueles que embora tenham dinheiro e fama suficiente, não deixam outras aproximarem-se do ideal de conforto mínimo?
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pobres dos galos que têm um cérebro tão pequeno, e pobres de quem tem um cérebro grande e pouco o usa.
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p.s. deixei de pensar que as galinhas são o animal mais estúpido à face da terra.

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