segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

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pousou a mão onde não devia, mas ela não se mexeu, não se queixou, não barafustou, não regateou, nem tão pouco se importou. aliás teve a sensação de que ela pensava que era já tardio aquele gesto. mexeu-se um pouco na cadeira como quem acelera o processo, ele tremia já um pouco sem saber o que fazer. ela olhou para ele, deteve-se no olhar, e disse-lhe que quem se quer arriscar ao petisco, nem sequer precisa de isco. ele não percebeu mas enterrou a sua mão mais ainda. devagar por certo, pois petiscos não abundam, muito menos dados assim à facilidade deste. olhou-a como quem pede uma ajuda e ela então despegou na mão dele e saiu.
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liga-me amanhã
podia ser do frio, mas o certo é que ele parou de tremer.

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