terça-feira, 17 de junho de 2008

às duas por três

[1061]

costumava dizer que tinha 3 depressões em casa. 2 pequenas que guardava nas gavetas, e uma maior que ficava guardada no gavetão da cómoda. por muito que se torne evidente a necessidade de as dispensar, até agora só despachei uma. guardo ainda duas. a minha mãe pergunta-me muitas vezes o que aqueles trapos fazem ali se nunca os uso. a minha mãe não sabe que há coisas que não se mostram. visto aqueles casacos de malha grossa em dias de silêncio. ou de solidão.
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a solidão, pode até ser amparada e compensada pelo aconchego de uma depressão. se precisamos do espaço livre e arejado, o melhor é aceitarmos o peso daqueles trapos. pode ser recompensador.
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mas o que me leva a escrever um post daqueles que ninguém lê, é o atraso a que tenho votado a minha actualização cultural. refiro-me aos posts bonitos e atempados sobre os filmes, sobre os livros ou revistas.
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(o valter que me desculpe o atraso. mas a verdade é que continuo à espera da resposta da editora sobre o dia do lançamento do livro. por isso, e á falta de data mais prescisa, anuncio aqui também, e com muito gosto, a capa do novo livro do escritor que transformou a língua portuguesa num tornado. em julho poderemos adquirir esta preciosidade,


e os livros que li e que ainda não falei, são os seguintes,


o nosso reino, valter hugo mãe (****)

o maravilhoso aliado ao espírito negro da parte humana, um romance enquadrado em qualquer lugar perdido, com referencias a um portugal próximo do 25 de abril. o homem mais triste do mundo, o benjamim (suponho eu) vive numa aldeia que insiste em admirar os seus domínios das forças ocultas. é um santo que assite aos rituais e crenças profundas da ignorância do povo, que lhe pede milagres.
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outra boa surpresa, o primeiro que li do gonçalo m. tavares,


jerusalém, gonçalo m. tavares (****)

um história desenrolada na cidade santa, com uma mulher cujo fim da vida se aproxima, dado conhecer a sua doença terminal. vamos avançando na narrativa até perceber o caminho percorrido por esta mulher louca, a sua passagem pelo manicómio, o casamento com o médico, o filho, a saída, o fim, o fim e o fim, até o milagre acontecer, a a morte não chegar de forma nenhuma.

outra das maravilhas que comprei na assírio e alvim, foi este monumento poético,

o poeta nu, jorge de sousa braga (*****)
"Nada nos seus olhos nos revela
o prazer que fruíram há instantes
Apenas a relva conserva todo o esplendor
dos corpos nus dos amantes"
pp. 160
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há depois a renovada revista ler que devem dar uma espreitadela pois está muito bem conseguida e os dois números renovados começaram com duas enormes entrevistas a saramago e antónio lobo antunes. a não perder.
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termino com dois filmes muito bons,
indiana jones, (***)
haverá sangue (***)
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este último um pouco abaixo das espectativas, sendo que me é muito difícil considerar esta película melhor filme que no country for old men.
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bom, aqui termina o minha diatribe, e o meu problema psicológico abrandou. de certo só vou vestir a depressão lá para quinta-feira, quando a selecção jogar. e aqui termina a minha hora de almoço, vou ter de correr para comer qualquer coisa.

3 comentários:

S. disse...

Ufff...eu leio!! e chego ao fim assim, cheia da certeza de que era perfeitamente capaz de dedicar a minha vida a ler, ler até ao fim de tudo! Também me agradou muito o Jerusálem mas não li mais nada do autor.
Boas escolhas e bom ponto de situação :)

Mestre Chou Riçá disse...

Eu leio pá!!n chores!

El Salib disse...

Se eu me deitasse às 4.16 também lia... ai num lia.
Era isso e se soubesse... ai se eu soubesse.