terça-feira, 1 de julho de 2008

dúvida

[1090]

se ao pedir pouco, me derem pouco (sendo que me deram tudo o que eu pedi) isso torna-se muito?

12 comentários:

dimples disse...

Acho que isso só depende de a quanto te sabe esse pouco que te derem... ;p

S. G. disse...

vejamos então,

se eu peço 1 grama de carinho, (e sabendo nós que isso está difícil de arranjar no mercado), e consigo que me dêm 1 grama de carinho, isso para mim é 100% do que pedi, logo é tudo.

se por outro lado pedir todo o carinho do mundo, e só me derem um grama, o que é isso? um frustração.

logo, cientificamente falando, podemos aferir que na teoria a minha dúvida é uma falácia, facilmente comprovável pela amostra anteriormente referida.

ou seja, se espero pouco, e tenho mais que esse pouco, estou satisfeito.

porventura mais complicado é difícil :)

El Salib disse...

Se pedes pouco e te dão esse pouco, então deram-te tudo o que pediste.

Resumindo, não te deram muito nem te deram pouco. Deram-te tudo.

Logo não devias estar satisfeito, devias estar feliz.

Pedro Indy disse...

Tudo depende daquilo que pretendes fazer com o que te deram.

É a velha história. Se tens UM TIJOLO e queres fazer uma casa é POUCO.

Se tens UM TIJOLO e levas com ele na cabeça é MUITO.

dimples disse...

Outra dúvida: se o teu peixe é tão valioso, por não vendê-lo mais caro? ;)

S. G. disse...

salib,

o gajo que pensa como eu sem tirar nem pôr :) (o sentido prático refinado, no caso dele ao expoente máximo) e sim, caro amigo. estar feliz é um estado de não permanencia nesse lugar, mas um regresso constante...

zé baptista,

a fina ironia e o espalha brasas do costume. amigo, o que me deram é meu, e eu posso guardar onde e como quiser.

dimples,

vender mais caro o peixe [a inflacção já está tão alta] pr'a quê? isso não é a verdade.
eu prefiro a prática do dumping, que basicamente mostra às pessoas que pagaram muito pouco pelo que levam, e isso deixa qualquer um satisfeito. n'est-ce pas? ;P

dimples disse...

Apesar dos meus parcos conhecimentos de marketing, acho que existe uma coisa chamada "preço psicológico mínimo"... Se venderes o teu produto de qualidade a um preço demasiado baixo, o consumidor não o identifica com a qualidade que ele de facto tem e vai escolher outro... ;p

S. G. disse...

em todas as ciências, as discussões chegam a um ponto em que de facto se pode olhar o copo meio-cheio, ou mei-vazio. depende da visão ser pessimista ou optimista.

mas se só tens de agradar a um cliente, e eu entrei neste negócio com um código deontelógico a respeitar) então a persuasão do vendedor pode ser importante.

é que há pormenores nos produtos que nos escapam. e se for como em marrocos, mesmo que não queiras, tens de regatear o preço

;P

Unknown disse...

fernando, foi como aquela discussão do preço do teatro. era 2 euros e o espaço nao encheu... se fosse 20 euros estava cheio. os elitistas de braga não vao ao teatro por menos de 10 euros. se é barato não presta. mas nós como verdadeiros apreciadores de tudo o que é bom independentemente do preço, disfrutamos de uma peça verdadeiramente fantastica. pedimos pouco e deram-nos isso... que no fim foi tudo. foi so uma pequena analogia resumida daquilo que se tem comentado por aqui...


p.s. ja agora... g'anda post! muito bom.

S. G. disse...

sabes que tinha pensado nisso.

(mas precisava de responder de forma mais metafórica à miúda das covinhas)

infelizmente em braga a cultura saloia arreigada por anos de marasmo levou a isso. é o novo riquismo (já reparaste que quase todos os comunas e bloquistas da nossa idade, são filhos de gente com muito dinheiro?)

Unknown disse...

eu, a todos os comunas da velha guarda mandava-os numa viagem no tempo até aos anos 60, 70 ou 80 para a ex-uniao sovietica levaram secas nas filas de pão, quererem abrir um tasco tipo adega e nao poderem. ao novos bloquistas filhinhos de papas ricos que bebem copos de vinho a 2 euros (o preço do teatro) mandava-os para cuba limparem a barba ao fidel e no fim do mes irem buscar o kilo de arroz e o litro de azeite e leite.

Pedro Indy disse...

O Poeta falou bem. Mais nada! Completamente de acordo.