segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

há filisteus no deserto

[1400]

ou os caminhos cíclicos do entroncamento da literatura.
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" [...] Fazes o caminho que só se pode fazer sozinho e de noite, pois todos temos um portão e um jardim para atravessarmos, sozinhos de noite, debaixo e sobre e entre o medo [...]"
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nenhum olhar (bertrand), josé luis peixoto, pp. 82
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" [...] vou buscar o meu coração. guardei-o aqui
algures e, por ti, tenho a certeza, vale a
pena voltar a encontrá-lo e correr todos os
riscos de novo. [...]"
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folclore íntimo (cosmorama), valer hugo mãe, pp. 20

5 comentários:

L. K. disse...

Sou o que sou
apenas porque não sei o que sou
Quero voar... mas não tenho asas
quero gritar...mas não tenho voz
Estou presa sem amarras
estou sozinha...acompanhada
tenho uma satisfação de insatisfação
uma alegria...de tristeza
Sou o que sou
apenas porque sei o que sou
é a insatisfação da satisfação
a busca...a procura
corrida incessante
sem fim no horizonte
caio...levanto-me
caminho, recuo...e avanço
atropelo o sentir, de não sentir
calo a sanidade da loucura
olho...mas não vejo
mas insisto, insisto...insisto
é um insistir, para não desistir
e não desisto...para Existir...

S. G. disse...

obrigado pelas tuas palavras, retribuo com esta poesia

Hoje de manhã saí muito cedo,
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer...

Não sabia que caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.

Assim tem sido sempre a minha vida, e
Assim quero que possa ser sempre --
Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.

Alberto Caeiro

L. K. disse...

"Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar."

Nada mais verdadeiro, mas até para voar com o vento é preciso aprender (crescer), ter no amanhã um aliado que nos leva na descoberta se o recebermos de braços abertos, tal e qual recebemos o vento que nos afaga o rosto...No entanto não o consigo fazer, não o consigo perceber, porque o vento me dá sinais errados: se penso que a copa indica rumo certo, ao esbarrar-me com o tronco percebo que devia ter pensado mais, percebido melhor...mas também não acredito nisto...Confuso?? Muito simples mesmo: acredito em mim, acredito em contos de fadas e histórias felizes, mas também acredito em "pés assentes na terra"...se calhar quero ser apenas a arvore completa: uma copa gloriosa que me permita ir com o vento e explorar esse vasto horizonte, mas assente num tronco grandioso que me segura e protege.

;)

S. G. disse...

ora aí está uma analogia muito boa. posso querer ser uma árvore com um enorme tronco, uma raíz bem assente, uma estrutura forte, e sonhar com um vento-brisa a soprar ao de leve nos cabelos-copa?

ovbrigado pelos teus comentários

:-)

L. K. disse...

Nem mais ;)

Há espaço e tempo para tudo...e ser a copa por vezes é muito bom, sentimo-nos livres quando levados pelo vento...mas depois é bom voltar a ser o tronco...o vento é efémero :)